tag:blogger.com,1999:blog-57858332978210625472024-03-13T03:33:27.268-07:00Jacareí Tempo e MemóriaJacareí Tempo e Memoria publica a historia oral de Jacareí, narrada por seus moradores no período de 1900 a 1950. Engloba também relatos e documentos da Revolução de 32 e dos pracinhas jacareienses da Segunda Guerra Mundial. Publica receitas culinárias do Vale do Paraiba e seus casos e lendas.Paulo Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/11878904944383133552noreply@blogger.comBlogger177125tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-27867849782565032772016-07-26T13:57:00.000-07:002016-07-26T13:57:00.780-07:00O Brasil é descoberto!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-nutYR-N_FNc/V5fOfn7VriI/AAAAAAAAF_E/l8Z-GgZwGgomfhXiD6nMLWNY8DTsxXUEgCLcB/s1600/Desembarque_de_Pedro_%25C3%2581lvares_Cabral_em_Porto_Seguro_em_1500_by_Oscar_Pereira_da_Silva_%25281865%25E2%2580%25931939%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="258" src="https://4.bp.blogspot.com/-nutYR-N_FNc/V5fOfn7VriI/AAAAAAAAF_E/l8Z-GgZwGgomfhXiD6nMLWNY8DTsxXUEgCLcB/s400/Desembarque_de_Pedro_%25C3%2581lvares_Cabral_em_Porto_Seguro_em_1500_by_Oscar_Pereira_da_Silva_%25281865%25E2%2580%25931939%2529.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: #f1f1f1; color: #888888; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; text-align: left;">Desembarque de Cabral em Porto Seguro, óleo sobre tela de Oscar Pereira da Silva, 1922 [34] . Acervo do Museu Histórico Nacional (Rio de Janeiro).</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
O português Pedro Álvares Cabral embarcou em Lisboa, no ano de 1.500, em direção às Índias Orientais. Ventos contrários, no entanto, empurraram as caravelas para o oeste, e o Brasil foi descoberto . Na época, o rei de Portugal, D. Manuel, O Venturoso, estava com toda a atenção voltada para as conquistas de seus generais nas Índias, e pouca atenção deu ao Brasil. Nossa costa setentrional, no entanto, começou a ser explorada por grupos de colonizadores que para cá vieram por conta própria, segundo nos conta Auguste de Saint-Hilaire, que escreveu vasta obra documentando a vida no Brasil do início do séc. XIX.<br />
Em 1521, o rei D. João III subiu ao trono e resolveu assegurar os direitos que Portugal tinha sobre as terras descobertas, encarregando Martim Afonso de Souza a tomar posse delas em caráter oficial e definitivo. Martim Afonso partiu de Lisboa no final de 1530 e em 30 de abril de 1531 chegou à baía do Rio de Janeiro.<br />
“Uma vez que os Tamoios, índios desconfiados e belicosos, não permitiriam que ele ali se estabelecesse, Martim Afonso continuou viagem até o Rio de La Plata. Em seguida, retornando na direção do norte, entrou a 20 de janeiro de 1532 numa baia que, protegida por duas ilhas muito próximas da terra firme, oferecia o melhor ancoradouro de toda essa parte do litoral. Ele havia recebido ordem de seu soberano para estabelecer uma colônia ao sul do Brasil. Foi esse o local que escolheu, lançando na Ilha de São Vicente os fundamentos da cidade do mesmo nome.” (Saint-Hilaire, 1976, pág.17)<br />
Quando Martim Afonso aportou em São Vicente, os índios que aqui moravam eram os pacíficos Guaianases, liderados pelo cacique Tibiriçá, um poderoso e valente guerreiro. Tibiriçá já conhecia o homem branco, pois sua filha era casada com um náufrago português, de nome João Ramalho. Assim, com a interferência de João Ramalho, índios e colonizadores confraternizaram e fizeram uma aliança contra as demais tribos indígenas que viessem a perturbar a paz. Então, Martim Afonso dedicou-se à construção da nova vila, nomeou oficiais de justiça e garantiu o direito às propriedades dos novos colonos, que aqui já começaram o cultivo da terra.<br />
“É inexata a descrição feita dos primeiros habitantes da nova colônia como sendo compostos de um punhado de facínoras. Entre os companheiros de Martim Afonso havia até membros da nobreza de Portugal e da Ilha da Madeira. É evidente, porém, que todos deviam compartilhar dos mesmos vícios e das mesmas qualidades comuns em sua época. Eram semelhantes a todos os portugueses dos meados do século XVI. A um tempo inteligentes e pouco esclarecidos, de uma generosidade que chegava às raias da imprevidência, eles juntavam a um espírito empreendedor e aventureiro uma enorme intrepidez, uma grande dose de orgulho e audácia, o amor à glória, o desejo de acumular riquezas...” (Saint-Hilaire, 1976, pág.18)<br />
Para resolver os problemas de colonizar uma região tão vasta neste Novo Mundo, o rei D. João III dividiu o Brasil em diversas Capitanias Hereditárias, doando-as aos membros da nobreza de Portugal, que tinham por obrigação, em contrapartida, defendê-las e cuidar do seu desenvolvimento. A Martim Afonso coube uma vasta extensão de terras que perfaziam 100 léguas do litoral, a partir do Rio Macubé até a Baía de Paranaguá . <br />
Martim Afonso, no entanto, precisou voltar a Portugal em 1533, e lá tomou a iniciativa de permitir que as mulheres de seus companheiros, que permaneceram no Reino, seguissem ao encontro de seus maridos e também que novos colonos embarcassem para o Brasil. Com eles vieram diversas espécies de animais domésticos europeias e também mudas de cana de açúcar, provenientes da Ilha da Madeira, que possibilitaram a instalação do primeiro engenho de açúcar no novo continente.<br />
“A ausência de um chefe honesto e enérgico não foi o único mal que se abateu sobre os colonos de São Vicente. Outro fator de corrupção surgiu entre eles desde os primeiros dias de sua fundação: havia sido permitida a escravização de índios... Estes, ao perderem os seus hábitos selvagens, tornaram-se ainda mais embrutecidos, e seus amos se embruteciam junto com eles, mostrando-se cada vez mais cruéis... Muitos vicentinos (denominação que a princípio receberam os habitantes de São Vicente) casaram-se com índias, outros as tomavam como amantes ou tinham, mesmo sendo casados, ligações com elas. Dessas inúmeras uniões nasceu um grande número de mestiços, e foi a eles, conhecidos por seus costumes bárbaros, que foi dado o odiado nome de mamelucos, tomado à milícia muçulmana que dominava o Egito”. (Saint-Hilaire, 1976, pág.20)<br />
Em 1549, D.João III, atendendo aos pedidos dos colonizadores, nomeou um governador geral, Tomé de Souza, que embarcou para o novo território, juntamente com cinco religiosos da Companhia de Jesus, chefiados por Manuel da Nóbrega. Quatro anos mais tarde, vieram juntar-se a eles mais sete religiosos, dentre os quais José de Anchieta. Tão logo chegou ao Brasil, Nóbrega fundou um colégio em São Vicente. Os padres da Companhia de Jesus ensinavam os princípios da religião, a leitura, a escrita, a aritmética, a música e todas as artes úteis aos “selvagens” que aqui viviam, protegendo-os, também da exploração do homem branco.<br />
“Os jesuítas não demoraram a perceber que, para se tornarem verdadeiramente úteis aos índios, não deviam ficar confinados ao litoral, habitado unicamente pelos portugueses e seus escravos. Nóbrega decidiu fundar um novo colégio na planície do Piratininga, entregando essa tarefa a Anchieta... No dia 24 de janeiro de 1554, data da conversão de S. Paulo, foi celebrada a primeira missa no novo estabelecimento, que recebeu o nome de São Paulo.” (Saint-Hilaire, 1976, pág.21,22)<br />
Quando falamos da fundação de um colégio, reportamo-nos a uma choupana rústica que abrigava os religiosos e seus discípulos. A igrejinha erguida era uma capela de sapê coberta por folhas de bananeira. Na época, as casas dos paulistas eram provavelmente feitas de barro. Saint-Hilaire cita uma carta enviada por Anchieta ao superior de sua ordem, em 1563, onde o padre descreve que a vila recém-fundada tinha uma porta de entrada e, para a defesa das investidas permanentes de tribos inimigas dos portugueses, eles haviam construído à sua volta uma paliçada.<br />
Saint Hilaire escreve que, em 1585, não havia em São Paulo mais do que 120 habitantes, não se incluindo nesse total os índios escravizados. No início do século XVII, São Paulo possuía 200 habitantes, uma centena de casas, uma igreja paroquial, um convento beneditino, um convento de carmelitas e o colégio dos jesuítas. No final desse século, a população tinha aumentado sensivelmente, mas assim mesmo não passava de 700 habitantes.<br />
“Quando, em 1712, a Província de São Paulo deu início à formação de um governo local, sua capital foi escolhida como residLu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-52388598595177780672016-07-26T13:51:00.000-07:002016-07-26T13:51:34.014-07:00Breve roteiro, ou a história da História<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-AoQdJo8kLNQ/V5fNANsuQ9I/AAAAAAAAF-8/nv35Iq9Rou0-f84QZdiS7FVaD1tPo9QUQCLcB/s1600/Abrindo%2Ba%2Bestrada%2Bpara%2Bjacare%25C3%25AD.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="303" src="https://3.bp.blogspot.com/-AoQdJo8kLNQ/V5fNANsuQ9I/AAAAAAAAF-8/nv35Iq9Rou0-f84QZdiS7FVaD1tPo9QUQCLcB/s400/Abrindo%2Ba%2Bestrada%2Bpara%2Bjacare%25C3%25AD.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Abrindo a estrada para jacareí</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Não poderia iniciar estes relatos, sem remeter-me, brevemente, para contextualizá-los à história do descobrimento do Brasil, à fundação da província de São Paulo e, posteriormente, ao nascimento da Vila de Nossa Senhora da Conceição da Paraíba. Por que surgiu esta cidade? Quem foram seus fundadores? Como os colonizadores chegaram à nossa região e quem eram eles? Que dificuldades encontraram? Tantas perguntas...Tanta história para se chagar às nossas histórias!<br />
Muito pouco se sabe sobre os primeiros anos, ou mesmo os primeiros séculos da Vila de Jacarehy e toda essa antiquíssima região que compõe o nosso Vale.<br />
Se hoje temos um pouco de nossa história resgatada e uma luz sobre tantas questões controversas que envolvem esta cidade, devemos isso ao trabalho sério e metódico desenvolvido durante toda a sua vida, pelo historiador, advogado e prefeito de Jacareí em duas gestões: Prof. Benedicto Sérgio Lencioni. Autor de vasta bibliografia e incansável pesquisador, suas anotações, artigos jornalísticos, cadernos de cultura, fascículos e livros me alimentaram, esclareceram, inspiraram e prosseguem orientando. Agradeço a ele por me permitir, generosamente, utilizar suas pesquisas como fonte de referência neste volume.<br />
Optei por dividir o livro em três partes.<br />
Na primeira, apresento os relatos do botânico, naturalista e viajante francês Auguste de Saint-Hilaire e a sua visão particular sobre o descobrimento do Brasil, bem como as anotações interessantíssimas que fez durante sua permanência na província de São Paulo, no início do século XIX. Viajo, a seguir, com os tropeiros, para compreender a importância fundamental que tiveram na expansão de nosso território e, permanecendo no século XVII, foco-me, então, em nosso Vale do Paraíba. Exibo dados históricos, distribuídos em ordem cronológica, documentando fatos que julguei serem de maior importância para o entendimento de como a nossa cidade surgiu e, lentamente, progrediu até chegar ao século XX e às lembranças de meus entrevistados. Relaciono cartas de viajantes que por aqui passaram nos séculos XVIII e XIX, ilustrações e apontamentos sobre a fundação da Vila. Apresento-lhes dados que narram a transposição do leito do rio Paraíba, a construção do primeiro hospital, da primeira ponte sobre o rio, unindo os dois lados da cidade. Escrevo sobre o Movimento Abolicionista. Documento o surgimento da Estrada de Ferro; da Usina de Força e Luz, do importante estabelecimento de ensino, o Gymnasio Nogueira da Gama, das primeiras indústrias, do comércio. Cito matérias sobre a Revolução de 32 e a jornada de nossos pracinhas pelos campos de batalha da Itália, na Segunda Guerra Mundial.<br />
Durante um bom tempo, fiquei pensando sobre qual seria a maneira mais adequada de registrar este material, tão rico em dados, e tão pouco divulgado, neste volume. Comecei selecionando livros, artigos, entrevistas de que dispunha, e comentando algumas publicações com meus filhos e amigos. Havia inúmeras informações sobre a região que eles desconheciam completamente. Fatos importantes e interessantes dos quais nunca ouviram falar! Encontrei, em minhas pesquisas, tantos nomes, datas, acontecimentos, referências que me levaram a novas fontes, à descoberta de mais livros e mais autores, que precisava compartilhar! Comecei, então, a produzir rascunhos. Fiz resenhas, sinopses, resumos, mas nada me deixava satisfeita. Ficava tudo, no meu entender, menos saboroso, menos informativo. Então tomei a resolução de transcrever os escritos como eles foram concebidos, formando uma bela colcha de retalhos, adornada com os ricos detalhes de seus autores. Ademais, no projeto que apresentei à LIC, havia proposto resgatar páginas importantes de livros esgotados ou pouco conhecidos, trazendo a público tantas histórias perdidas, que dormiam num berço nada esplêndido do esquecimento. E o livro começou a nascer e a me deixar feliz com a forma que estava tomando. Então, segui em frente, apoiando-me, mais uma vez, no entendimento de Lencioni, B.S.:<br />
“A História nasce, ou renasce, dos documentos. Não furtar dos olhos ávidos do leitor a oportunidade do encontro com a fonte primária das pesquisas é propiciar também que cada um seja coparticipante do estudo. Por esta razão, são inúmeros os trechos de documentos transcritos.” Lencioni, B.S. (1989 –pág.10).<br />
<br />
Na segunda parte do livro, publico as entrevistas de todos que me ditaram suas memórias, sem editá-las, simplesmente ao sabor da conversa que se iniciava à tarde e, muitas vezes, prosseguia noite adentro e até em outros encontros. Nela, os personagens se inserem na história oficial através do testemunho de sua própria vivência e apreensão dos fatos. Às vezes, os corroboram. Outras, narram a sua variante particular, com detalhes surpreendentes, de acordo com sua visão e interpretação do mundo. Nisso está a grande força dos relatos verbais e a grande dificuldade em estabelecer versões históricas e passá-las adiante, enfocando a ótica e a compreensão de um único autor. A história tem várias faces!<br />
Infelizmente, muitas das fitas gravadas com as entrevistas se perderam. Umas, pela ação do tempo, afinal, quase quarenta anos se passaram desde então! Outras, por motivos alheios à minha vontade, mas guardei os depoimentos copiados na íntegra. Tão logo voltava desses encontros, ouvia as fitas e as transcrevia, envolvida, completamente, pelo sentimento das revelações, algumas arquivadas apenas na minha memória. Inúmeras vezes, ao final das entrevistas, o aparelho já desligado e guardado, surgiam comentários, sinapses, detalhes pitorescos que escaparam das gravações. Urgia registrá-los, antes que fugissem de minha lembrança. Assim, ocupei folhas e folhas de cadernos, agendas, blocos e até, em algumas vezes, guardanapos, com a transcrição desses diálogos. As dúvidas que surgiam eram esclarecidas numa ligação ou novo encontro. Nessas ocasiões, mais assuntos vinham à tona, e eu os anotava no que tivesse à mão. Confesso que não foi um trabalho científico de coleta de dados e nem foi esse o meu intuito. Minha motivação apoiava-se, exclusivamente, na pura curiosidade e no encantamento diante de tantas descobertas sobre a vida da cidade e das pessoas que aqui cumpriram seus destinos. Foi, sim, um trabalho amadorístico, guiado por pura intuição. Não sou historiadora, mas adoro a pesquisa. Sempre cultivei, em mim, o gosto pelo passado e sua história, a começar pelas memórias de minha própria família de imigrantes russos, que aportou em São Paulo na década de cinquenta, vinda de um campo de refugiados na Áustria, onde nasci .<br />
O que lhes apresento, pois, nesta segunda parte do livro, é o que de melhor e mais verdadeiro pude apurar desses encontros permeados por lembranças vivas. Muitos dos depoimentos foram publicados em jornais da região, porém, de forma editada. Seria impossível publicá-los na íntegra, por problema de espaço. Mas, aqui no livro, eles estão completos. Tenho certeza de que essa leitura irá remetê-los, cada qual à sua maneira, às suas próprias viagens por uma Jacareí que já não existe mais. Essa, exatamente, foi a intenção que me inspirou a torná-los públicos. Vamos, pois, juntos, empreender esse retorno prazeroso ao passado.<br />
Dizem que uma pessoa sem passado, sem história, sem o conhecimento de suas raízes, é uma pessoa de presente muito pobre. Que este não seja, nunca, o nosso caso!<br />
<br />
E, na terceira e última parte escrevo sobre os Sabores do Passado. Sim, porque nossas lembranças não se restringem, apenas, aos relatos históricos e às fotografias. Nós sentimos saudades e nos lembramos com nosso corpo inteiro! Nosso passado, de forma indelével, deixou gravado, em cada um de nós, também memórias sensoriais: de cheiros e gostos, de sons e texturas.<br />
Nela, através de receitas de família, resgato um pouco da arte culinária deste nosso Vale do Paraíba, tão rica em sua simpLu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-86839222461133628402016-07-26T13:41:00.003-07:002016-07-26T13:41:37.362-07:00Introdução Jacareí: Tempo e Memória<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-SiTjMKNYM0g/V5fK4UHuEwI/AAAAAAAAF-0/07Ksmh2dFf0oMKWUTF2huF_LTCU3xF_-QCLcB/s1600/Rua%2BOlimpio%2BCat%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="278" src="https://1.bp.blogspot.com/-SiTjMKNYM0g/V5fK4UHuEwI/AAAAAAAAF-0/07Ksmh2dFf0oMKWUTF2huF_LTCU3xF_-QCLcB/s400/Rua%2BOlimpio%2BCat%25C3%25A3o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rua olímpio Catão, Jacareí</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
“Na realidade, não há percepção que não esteja impregnada de lembranças” (Bergson)<br />
<br />
Este é um livro de memórias. Memórias de pessoas que viveram em Jacareí e que tive o privilégio de conhecer e de ouvir. Pessoas para quem eu era uma completa estranha, mas que, assim mesmo, me receberam em suas casas. Homens e mulheres que permitiram que eu entrasse e com eles vasculhasse esse fantástico território do passado, em busca de recordações: algumas muito vívidas, outras, apagadas, escondidas nos labirintos secretos da mente e que, de súbito, saltaram, afloraram, pediram voz e espaço em suas narrativas.<br />
Estabeleceu-se entre nós, então, um vínculo de afetividade, como ocorre entre velhos amigos. Minha ida às suas casas era sempre uma comemoração. Recebiam-me com bolo, café, fotografias, velhos diários, receitas e muita vontade de conversar. Quantas vezes, entrevista encerrada e passado algum tempo, procuravam-me para entregar anotações com detalhes, que na hora lhes fugiram, e que julgavam importantes: o nome esquecido de uma vizinha, uma data que viera à lembrança depois do fato relatado, um causo que deixaram escapar, uma foto que encontraram em seus guardados! Raramente eu saí de suas casas de mãos vazias. Trouxe comigo e guardei com todo o cuidado os presentes que recebi: jornais da época, revistas, documentos, recortes de notícias, que hoje torno públicas através deste livro.<br />
A narrativa oral é muito diferente da escrita.<br />
A escrita permite-nos idas e vindas, acertos, ajustes, intervenções póstumas, pesquisas. A narrativa não! O ato de narrar flui através do retorno a vivências, sentimentos, emoções. É a delicada revisão de etapas de nossa vida que já foram vencidas. No caso particular de meus entrevistados, todos septuagenários, o diálogo esbarrava também na dificuldade de trazer alguns fatos, de imediato, à memória. Tropeçava na voz trêmula, na vista frágil, no coração acelerado pelas recordações, pelas saudades dos que já se foram; pelas cicatrizes muitas vezes reabertas. Apoiava-se na necessidade de momentos de silêncio e, muitas vezes, na interrupção do relato, pelas lágrimas involuntárias derramadas: deles e minhas! Muitas histórias não foram registradas. Eu as ouvi em confiança, como confidências. Essas eu guardei só para mim: privilégio de quem escuta!<br />
E como iniciei este projeto?<br />
A resposta é simples: foi por amor a essa cidade onde escolhi viver e que me ofereceu tantas oportunidades de me tornar quem hoje sou: uma pessoa realizada e feliz, com muita história, eu também, para contar!<br />
Eu sabia sobre Jacareí, quando aqui cheguei, em 1965, apenas que era uma cidade muito antiga (fundada em 1652, elevada à vila em 1653) banhada por um imponente rio, o Paraíba . Uma vila que cresceu e se espalhou por um vale, entre duas majestosas cordilheiras: a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira. Um arraial que, no passado, foi rota de bandeirantes e terra de muitos barões do café, mas o que mais? O que mais?<br />
Meus filhos começaram a estudar e a trazer como tarefa pedidos de pesquisas sobre a fundação da cidade, sobre as origens de seu nome, seus primeiros habitantes. Confesso que não sabia por onde começar a busca para auxiliá-los e, consequentemente, compreender, eu também, este lugar.<br />
Não havia livros sobre a história de Jacareí. Não existia o computador. As informações eram muito vagas e genéricas. Assim, fui me aproximando, aos poucos, de pessoas que poderiam me dar alguma orientação. Era o início da década de setenta.<br />
A Prefeitura, à época, promovia concursos literários, festivais de música, saraus de poesia, mostras de arte, cursos de Folclore: um território propício para minhas investidas culturais e conquista de novos amigos. Inscrevi-me e fui premiada no concurso literário que tinha como tema A cidade e o rio. Conheci então, poetas e jornalistas. Minha crônica, Cidade Cidade Ci foi publicada no jornal O Combate. Antoninho Lorena, redator chefe, gostou tanto que me convidou para ser cronista. Aceitei e não parei mais de escrever!<br />
Matriculei-me no curso sobre o Folclore do Vale do Paraíba, ministrado pelo querido Francisco Pereira da Silva, carinhosamente chamado por todos de Chico Triste. Encantei-me com ele e com os causos e lendas da região. Conheci, então, dona Ruth Guimarães, e, com eles, descobri um novo Vale do Paraíba.<br />
Comecei a frequentar a única livraria que há pouco fora inaugurada: Livraria Progresso. Eu e Eunice Ricco da Costa, sua proprietária, atriz, poeta, pintora, mulher muito à frente de seu tempo, tornamo-nos amigas para o resto da vida. Eunice foi convidada, por Antonio Nunes de Moraes, a ocupar o cargo de diretora do Departamento de Cultura Artística da Prefeitura e me levou para integrar o Conselho recém-formado. E assim passei a pertencer a um grupo de pessoas muito interessantes, imbuídas do propósito de valorizar e divulgar a cultura em todos os seus segmentos e que falavam de uma Jacareí fantástica, que existiu no passado. Entre elas estava o Sr. Odilon de Siqueira, ex-prefeito em duas gestões e que conhecia muito bem a história que eu buscava. Passei a frequentar sua residência onde ele foi me apresentando, aos poucos, a documentos, livros, anotações, fatos e fotos desta cidade conhecida como Athenas Paulista. Foi ele quem patrocinou o primeiro encontro realizado na casa do Sr. Jarbas Porto de Mattos, com a presença do Professor Décio Moreira, que resultou na gravação da primeira entrevista sobre a Memória Oral de Jacareí. Ela aconteceu no início de 1978, e foi publicada no jornal O Jacareiense, em 3 de abril do mesmo ano: um sucesso absoluto! Choveram cartas, bilhetes, ligações para o jornal pedindo outras matérias como aquela. Os moradores da cidade também queriam conhecer melhor a sua história. Entusiasmados com a repercussão inesperada, o Sr. Odilon fez uma lista de pessoas, de sua faixa etária, e a entregou para mim. Era muito importante eu conhecê-las, ouvi-las e divulgar, também, suas lembranças. Foi assim que tudo começou. Nos primeiros encontros, ele me acompanhou, depois, passei a fazer as visitas sozinha. Minhas reuniões com os antigos moradores de Jacareí prosseguiram por quase vinte anos. As entrevistas passaram a ser publicadas em edições de aniversário da cidade, pelo Diário de Jacareí, sempre com grande repercussão entre os leitores.<br />
Hoje, neste volume, partilho com vocês as reminiscências desses homens e mulheres que aqui nasceram, viveram e morreram e que abrangem cinquenta anos da história de Jacareí. A eles, o meu profundo agradecimento, respeito e admiração.<br />
São eles os verdadeiros autores desse livro.<br />
<br />
Ludmila SaharovskyLu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-77385066201979660872016-07-26T13:37:00.003-07:002016-07-26T13:37:42.794-07:00 A importância da História Oral na preservação da memória<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-PYxBhl88XtU/V5fJ7B_-U_I/AAAAAAAAF-w/J9Mq_6S4ADUprNWAlTLHwss8OcgTJHmHQCLcB/s1600/Largo%2Bdo%2BAvare%25C3%25AD.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="262" src="https://3.bp.blogspot.com/-PYxBhl88XtU/V5fJ7B_-U_I/AAAAAAAAF-w/J9Mq_6S4ADUprNWAlTLHwss8OcgTJHmHQCLcB/s400/Largo%2Bdo%2BAvare%25C3%25AD.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">largo do Avareí</td></tr>
</tbody></table>
<br />
A História Oral é um procedimento muito usado em pesquisas históricas e sociológicas. Essa forma de pesquisa começou a ser utilizada nos anos 1950, após a invenção do gravador, nos Estados Unidos, na Europa e no México, e, desde então, difundiu-se bastante. Ganhou cada vez mais adeptos, ampliando-se o intercâmbio entre os que a praticam, dentre os quais destacamos: historiadores, antropólogos, cientistas políticos, sociólogos, pedagogos, psicólogos e teóricos da literatura.<br />
No Brasil, a metodologia foi introduzida na década de 70, quando foi criado o Programa de História Oral do CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil - Fundação Getúlio Vargas. A partir dos anos 90, o movimento em torno da história oral cresceu muito. No mundo inteiro, é intensa a publicação de livros, revistas especializadas e artigos sobre história oral. Há inúmeros programas e pesquisas que utilizam os relatos pessoais sobre o passado, para o estudo dos mais variados temas.<br />
As entrevistas de história oral são tomadas como fontes para a compreensão do passado, ao lado de documentos escritos, imagens e outros tipos de registro. Caracterizam-se por serem produzidas a partir de um estímulo, pois o pesquisador procura o entrevistado e lhe faz perguntas. Além disso, fazem parte de todo um conjunto de documentos de tipo biográfico, ao lado de memórias e autobiografias, que permitem compreender como indivíduos experimentaram e interpretam acontecimentos, situações e modos de vida de um grupo ou da sociedade em geral. Isso torna o estudo da história mais concreto e próximo, facilitando a apreensão do passado pelas gerações futuras e a compreensão das experiências vividas por outros.<br />
A memória em debate<br />
O aprofundamento das discussões sobre as relações entre passado e presente na história, e o rompimento com a ideia que identificava objeto histórico e passado, como algo totalmente morto e incapaz de ser reinterpretado em função do presente, abriram novos caminhos para o estudo da história do século XX.<br />
Segundo Patrick Hutton (1993), o interesse dos historiadores pela memória foi em grande medida inspirado pela historiografia francesa, sobretudo a história das mentalidades coletivas que emergiu na década de 60. Nesses estudos, que focalizavam principalmente a cultura popular, a vida familiar, os hábitos locais, a religiosidade etc., a questão da memória coletiva já estava implícita, embora não fosse abordada diretamente.<br />
A valorização de uma história das representações, do imaginário social e da compreensão dos usos políticos do passado pelo presente promoveu uma reavaliação das relações entre história e memória e permitiu repensar as relações entre passado e presente e definir para a história do tempo presente o estudo dos usos do passado.<br />
A força das tradições<br />
A coleta de depoimentos, mediante a utilização de um gravador, iniciou-se na década de 40 com o jornalista Allan Nevins, que desenvolveu um programa de entrevistas voltado para a recuperação de informações acerca da atuação dos grupos dominantes norte-americanos. Esse programa veio a constituir o Columbia Oral History Office, organismo que serviu de modelo para outros centros criados nos anos 50, em bibliotecas e arquivos no Texas, Berkeley e Los Angeles. Esse primeiro ciclo de expansão do que se chamou de história oral privilegiou o estudo das elites e se atribuiu a tarefa de preencher as lacunas do registro escrito, por meio da formação de arquivos com fitas transcritas.<br />
A plena expansão desse processo, que constituiu um verdadeiro boom, teve lugar apenas na segunda metade dos anos 60, prolongando-se pela década de 1970, especialmente nos EUA. As lutas pelos direitos civis, travadas pelas minorias de negros, mulheres, imigrantes, entre outros, seriam agora as principais responsáveis pela afirmação da história oral, que procurava dar voz aos excluídos, recuperar as trajetórias dos grupos dominados, tirar do esquecimento o que a história oficial sufocara durante tanto tempo.<br />
A história oral se afirmava, assim, como instrumento de construção de identidade de grupos e de transformação social — uma história oral militante que colocava em evidência a construção dos atores de sua própria identidade e reequacionava as relações entre passado e presente, ao reconhecer claramente que o passado é construído segundo as necessidades do presente.<br />
Sempre preocupada e atenta com sua história e a história dos povos, Ludmila Saharovsky pesquisou, estudou e registrou a memória oral de Jacareí desde os anos 1970 - início da pesquisa em história oral no Brasil. Suas entrevistas aconteceram de 1978 a 2000. Vinte e dois anos de encontros e bate-papos com moradores mais antigos e representativos da nossa comunidade. O método usado foi o de gravador de fita cassete e transcrição do texto em estado bruto/escrita. Foram registradas cerca de 2 horas de entrevista com cada um dos cerca de trinta entrevistados, somando-se, aproximadamente, 60 horas de gravações.<br />
Este livro é o resultado desses registros: um estudo sobre a memória de pessoas que aqui viveram, pensaram, sonharam e trabalharam por seus contemporâneos e por nós. Sua memória pessoal é também uma memória social, familiar e grupal. Suas lembranças são a nossa herança e nosso bem comum e colaboram para que todos possamos entender melhor a cidade que construímos.<br />
Beatriz Borrego<br />
<div>
<br /></div>
Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-20786392361823419852016-02-01T06:54:00.001-08:002016-02-01T07:08:42.213-08:00Nota de esclarecimento<time class="_5w-5" style="background-color: #edeef1; color: #141823; display: block; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; height: 2px; line-height: 16px; margin: 16px 0px 15px; text-align: center; text-transform: uppercase;"><span class="_5w-6" style="color: #9197a3; display: inline-block; font-size: 10px; font-weight: bold; padding: 0px 5px; position: relative; top: -8px;">9 DE JANEIRO DE 2016 18:17</span></time><br />
<div class="_4tdt" style="margin: 5px 8px 10px; position: relative;">
<div class="_31o4" style="background-color: #edeef1; bottom: 0px; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; left: 0px; line-height: 16px; position: absolute;">
<a aria-label="Luiz José Navarro da Cruz 9 de janeiro de 2016 18:17" class="_4tdw" data-hover="tooltip" data-tooltip-position="left" href="https://www.facebook.com/profile.php?id=100010603428412" style="color: #3b5998; cursor: pointer; float: left; height: 28px; position: relative; text-decoration: none; width: 28px;"><img class="img" src="https://fbcdn-profile-a.akamaihd.net/hprofile-ak-xft1/v/t1.0-1/c0.0.32.32/p32x32/12274533_131512663878847_3736004899516685660_n.jpg?oh=b88e0af95795e16eb27aaca707bd71b4&oe=573EF2C5&__gda__=1462574005_f4a75f0229cff86bec359620b6d83e5f" style="border-radius: 2px; border: 0px; height: 28px; width: 28px;" /></a></div>
<div class="_4tdv">
<div class="_5wd4 _1nc7 direction_ltr" style="direction: ltr; overflow: hidden; padding: 0px;">
<div class="_5wd9" style="margin-left: 36px; min-height: 24px;">
<div class="_5wd9" style="margin-left: 36px; min-height: 24px;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;">Caros:</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;">Reproduzo aqui a mensagem que recebi de meu querido amigo Luiz José Navarro da Cruz, com o intuito de me desculpar por não tê-lo incluído nas Referências fotográficas de meu livro Jacareí Tempo e Memória. Foi uma falha involuntária imperdoável, pela qual já lhe pedi desculpas, e peço novamente nesta publicação. Realmente, Luiz José é citado por mim em inúmeras referências a artigos que publicou no Jornal Semanário e que muito utilizei para corroborar minhas entrevistas. Infelizmente, a fita com o depoimento de seu pai, Hélio Navarro da Cruz, prefeito de Jacareí no período de1934/1937 foi uma das que se perderam no longo percurso que separou as entrevistas da publicação do livro. Eu me recordo que estive com ele, na companhia de Odilon de Siqueira, em sua casa, repleta de antigos jornais (pilhas e pilhas) documentos, fotografias e gravei uma belíssima entrevista embasada em suas memórias de cidadão e ex prefeito, que deixei no nosso Museu de Antropologia junto a outras fitas. Quando comecei a organizar o material para o livro, me dei conta de que a entrevista do Sr. Hélio não fora transcrita, e, quando fui procurá-la no Museu, nenhuma fita fora encontrada, devido às inúmeras mudanças, reformas e problemas estruturais pelas quais o museu passou. Uma perda que não teve como ser sanada. Infelizmente! </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;"><span style="font-size: xx-small;">No meu livro, nas páginas 122 e 123 respectivamente, eu publico</span>:</span></div>
<div class="_5wd9" style="margin-left: 36px; min-height: 24px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span><span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">"Neste mesmo ano de 1978, em 2 de abril, foi inaugurada, com imenso sucesso, </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">na Sede da Associação Comercial de Jacareí, uma belíssima exposição de </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">fotografias antigas. O presidente da ACJ, na época, era José Luiz Navarro da </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">Cruz. Cerca de 300 fotos, emolduradas, todas impressas em tamanho </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">padronizado e na cor sépia, com legendas informativas, documentavam a vida </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">da cidade, desde os fins do século XIX até meados do sec. XX. Esse </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">importante trabalho de coleta e pesquisas foi realizado por Luiz José e José </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">Carlos Martins. Lembro-me de que, por várias semanas, o prédio da </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">Associação Comercial ficou tomado por uma multidão de moradores, de todas </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">as idades. Os mais antigos traziam os jovens para mostrar-lhes o lugar que </span><span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">viram crescer, as ruas nas quais brincaram, o rio onde nadaram, as pessoas </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">com quem conviveram.. Foi impressionante participar desse momento, </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">observar a emoção nos rostos das pessoas, as memória aflorando ao recordar </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">nomes de amigos, vizinhos, parentes, colegas de escola, apontados nas </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">imagens; antigos nomes das ruas, a lembrança dos prédios, praças, festas, </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">desfiles, procissões, enfim, lembranças de um tempo que passou deixando </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">marcas indeléveis no coração de todos. Transcrevo, a seguir, um pequeno </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">trecho da entrevista de Luiz José, publicada no jornal “O Jacareiense” na </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">edição de 3 de abril de 1978, pág. 4, acerca da memória visual da cidade, por </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">ele coletada.</span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">“A ideia surgiu quando Aureliano Sales de Oliveira nos procurou, a mim e ao </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">José Carlos Martins, pedindo-nos para fazermos um trabalho sobre a história </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">do comércio de Jacareí, para publicação no jornal O Jacareiense” Como a </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">Associação possuía poucos dados sobre o comércio, achamos que seria </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">interessante fazer um trabalho sobre as perspectivas históricas. Isso foi uma </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">conversa entre eu e o José Carlos. Uma noite, reunimo-nos na Casa Roberto </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">Martins para decidirmos o que poderíamos fazer, e chegamos à conclusão que </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">o melhor seria um trabalho sobre o prisma histórico.</span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">Então comecei a conversar com comerciantes antigos, e começaram a </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">aparecer dados, historias, não só do comércio de Jacareí, e começaram a </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">aparecer fotografias. E o que mais motiva é a fotografia. Nossa ideia, então. foi </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">a de criarmos um Arquivo histórico-fotográfico da cidade . Resolvemos então </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">fazer um trabalho que abrangesse tudo: a vida social, a vida esportiva, os </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">grandes acontecimentos que deixaram sua marca na historia de Jacareí, enfim, </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">mostrando os costumes de várias épocas passadas, desde quando se pudesse </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">coletar fotografias, isto é, desde o século passado. Essas fotografias serão </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">apresentadas em um formato único de 18x24, todas em sépia, para dar ideia </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">de antiguidade, colocadas num cartão reproduzindo um cartão fotográfico do </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">princípio do séc. XIX em bico de pena, e, em baixo de cada foto, em cada </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">cartão será colado outro cartão com a identificação de ano, local, pessoas.</span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">Quem mais colaborou neste projeto foram os Srs. Odilon de Siqueira, Lauro </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">Martins, Paulo Martins, Edsel Capucci, José Carlos Cruz, Jayme Bueno, o </span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">prefeito Sérgio Lencioni e Aníbal Paiva Ferreira, dentre muitos.”.. (pgs 122/123)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">Agora, a carta de Luiz José</span></div>
</div>
<div class="_5wd9" style="margin-left: 36px; min-height: 24px;">
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: #fefefe; font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></div>
<div class="_5wd9" style="margin-left: 36px; min-height: 24px;">
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">9 DE JANEIRO DE 2016 18:17
Ludmila :- senti muito não ter podido falar pelo meu pai, como já te expliquei, por ter ficado fora do ar ( por questões médicas ). Agora, ao ler mais algumas coisas do seu livro, fiquei mais admirador de seu talento, tendo em vista sua capacidade de pesquisa e síntese, reunindo muito material de máxima importância para a história de Jacareí. Entretanto, por uma questão de justiça, não posso deixar de fazer um reparo quanto às fotos que estão contidas na sua publicação. Assim, eu primeiro recordo que foi você a primeira pessoa que lembrou-se de meu arquivo histórico e fotográfico, quando me pediu emprestada uma parte deste acervo para uma palestra na Faculdade de Lorena, por volta de 1980. Desta forma, quero dizer de novo, que em 1977, ao ver uma coletânea de fotos antigas de Jacareí, contidas num trabalho de uma aluna da Escola Normal desta cidade, elaborado em 1944, fiquei decidido a fazer um amplo trabalho de campo, para coletar todo o material que conseguisse, em termos de originais fotográficos, junto a famílias tradicionais da cidade. Tive sucesso por conhecer muita gente e mais a ajuda de meu pai, para, assim, merecer a confiança de ficar por algum tempo na posse deste material a mim emprestado, para ser reproduzido fotograficamente. Ainda, muito trabalho houve para se pesquisar os históricos de cada foto. Foi uma luta de quase um ano. Importante ;_ com finalidades culturais e sem fins lucrativos. Isto posto, devo ressaltar que o Mir Cambuzano, colaborou com seu trabalho de ótima qualidade, mas remunerado. Muito justo, porque estava atuando profissionalmente. E tendo ficado com os negativos, autorizado por mim, fez reproduções para venda e, mais tarde, entregou o material ao Arquivo Público. Mas, a iniciativa foi minha e só assim se pode formar uma acervo tão grande da memória da cidade, em fotografias. Espero não tê-la, importunado, porém eu tinha que me ressentir em não ter sido mencionado na sua magnífica obra, no quesito fotografias !!!</span></span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #373e4d; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 15.36px; white-space: pre-wrap;">Creio que o esclarecimento está prestado. (Ludmila)</span></span></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-31179158556240859572015-08-11T11:07:00.001-07:002015-08-11T12:17:27.499-07:00Colégio São Miguel (hoje Escola Profissional)<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-gn-UFycAkZI/Vco13YZDMRI/AAAAAAAAFws/pJg6HqPYuig/s1600/Escola%2BAgr%25C3%25ADcola%2Bantiga.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="263" src="http://1.bp.blogspot.com/-gn-UFycAkZI/Vco13YZDMRI/AAAAAAAAFws/pJg6HqPYuig/s400/Escola%2BAgr%25C3%25ADcola%2Bantiga.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Colégio São Miguel, instalado no Avareí, hoje Etec Cônego José Bento</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-OuToKQOrQKU/Vco8Go_ZouI/AAAAAAAAFxE/vKvt5YMj_aI/s1600/decada%2Bde%2B30.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="272" src="http://2.bp.blogspot.com/-OuToKQOrQKU/Vco8Go_ZouI/AAAAAAAAFxE/vKvt5YMj_aI/s400/decada%2Bde%2B30.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alunos preparando a terra para lavrar foto da década de 30</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-KQBGhd9A6tI/Vco8jtLoRPI/AAAAAAAAFxM/5Rmymh0U3nM/s1600/Predio%2Badministrativo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="265" src="http://3.bp.blogspot.com/-KQBGhd9A6tI/Vco8jtLoRPI/AAAAAAAAFxM/5Rmymh0U3nM/s400/Predio%2Badministrativo.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Construção do Prédio administrativo foto década de 30</td></tr>
</tbody></table>
"Amigos, eu, como professor, quero deixar gravada aqui minha homenagem ao inesquecível Cônego José Bento, outra figura esquecida. Ele, que foi um educador exemplar, criador do Colégio São Miguel, nas terras onde hoje é a fazenda Coleginho, e que depois de sua morte foi transferido para o Avareí. Hoje, por conta dele, temos a nossa "Escola Profissional" (memórias do Prof. Décio Moreira)<br />
<br />
"O Cónego deixou em testamento todos os seus bens para os meninos pobres de Jacareí sob a tutela do Bispado de São Paulo, que depois passou para o Bispado de Taubaté. Foi quando D. Epaminondas adquiriu a fazenda do Coronel Virgílio Malta para abrigar a escola. Em 1935, mais ou menos, eu me lembro de que Hélio Navarro da Cruz, então prefeito da cidade, ampliou e reformou o prédio que se transformou numa escola agrícola: a nossa Escola Profissional" (memórias do Sr. Odilon de Siqueira)<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-rIfjomyI6-s/Vco5o38kIdI/AAAAAAAAFw4/mAY0dK0NhhU/s1600/Escola%2BAgr%25C3%25ADcola.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="258" src="http://2.bp.blogspot.com/-rIfjomyI6-s/Vco5o38kIdI/AAAAAAAAFw4/mAY0dK0NhhU/s400/Escola%2BAgr%25C3%25ADcola.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Colégio Agrícola, hoje.</td></tr>
</tbody></table>
<b>Cônego José Bento (tragetória)</b><br />
<br />
José Bento de Andrade era natural de Jacareí e passou sua infância em companhia da avó D. Maria da Penha na propriedade agrícola que ela possuía. Ele fez o curso básico, em casa, com o professor Francisco Bressane. Concluiu sua formação acadêmica na cidade de São Paulo e ordenou-se sacerdote pelo Bispado do Rio de Janeiro. Foi nomeado vigário e prestou serviço nas paróquias de Santa Izabel e Nª. Sra. Da Imaculada Conceição, em Jacareí. Muito humilde e voltado para os pobres, pedia esmolas para cuidar dos menos favorecidos, especialmente das crianças órfãs e abandonadas que viviam na mais absoluta miséria em nossa cidade. Dentre as doações, recebeu um sítio distante 3 quilômetros do centro de Jacareí onde em 1885 fundou o Colégio São Miguel, o "Coleginho"<br />
Ali ele acolheu os meninos, dando-lhes abrigo, alimentação, ensinando-os a ler e a escrever e também ministrando o ensino religioso. Preocupado com sua sobrevivência econômica na fase adulta, passou a ensinar-lhes a arte dos ofícios de alfaiate, pedreiro e sapateiro.<br />
Após sua morte em 1897, esse Colégio foi administrado pelo testamenteiro SR. Cônego Amador Bueno de Barros, depois pelo Bispado de São Paulo e em seguida pelo Bispado de Taubaté, que em 1912 adquiriu uma propriedade no bairro Santa Cruz do Avarey e transferiu o Coleginho para este local, mudando o nome para Escola Profissional Agrícola de Jacareí. Em 1936 em acordo firmado entre o Governo do Estado de São Paulo e o Bispado de Taubaté essa área foi cedida ao governo do estado que assumiu o compromisso de transformá-la em uma unidade da Escola Industrial Mista. Em 1940 por meio de um decreto, o Doutor Adhemar Pereira de Barros alterou sua denominação para Escola Profissional Agrícola Mista "Cônego José Bento", em homenagem ao seu fundador.<br />
<div>
<br /></div>
<br />
<br />Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-70587369839723821662014-12-03T04:14:00.000-08:002014-12-03T04:16:27.494-08:00Tinguerahttp://youtu.be/lUahIYmrBdI<a href="http://youtu.be/lUahIYmrBdI">http://youtu.be/lUahIYmrBdI</a>Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-43017438784122982452014-08-29T09:03:00.001-07:002014-08-29T09:03:43.978-07:00Receitas Regionais<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-bAuDmP_8ANI/VACh8BFN73I/AAAAAAAAFcI/UTeIcp3Js8k/s1600/Azul-01.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-bAuDmP_8ANI/VACh8BFN73I/AAAAAAAAFcI/UTeIcp3Js8k/s1600/Azul-01.jpg" height="265" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Peixe azul marinho
(prato típico caiçara)</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></b></div>
<div style="background: white;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Este é um dos pratos mais tradicionais da cultura caiçara. O
nome vem da cor azulada que ele ganha a partir do cozimento da banana verde com
o peixe. Nesse processo, o tanino - substância que é responsável por aquela
sensação de “amarrar a boca”, que
sentimos quando mordemos frutos verdes - desprende-se da banana e libera a cor
ao preparado. O peixe e a banana são ingredientes muito frequentes na cozinha
caiçara, porque é muito fácil encontrá-los nas regiões litorâneas. Este é o
prato típico do litoral norte de São Paulo (Bertioga, São Sebastião,
Caraguatatuba e Ubatuba), mas pode ser encontrado em regiões litorâneas de
várias partes do Brasil. A receita pode variar de região para região.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Ingredientes:<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">1 kg de peixe (garoupa, cação
ou cavala) / 1 xícara de chá de óleo/ 2 cebolas grandes picadas/ 6 tomates
picados, sem pele nem sementes / 4 dentes de alho amassados / 1 xícara de chá
de folha de alfavaca picadas / 1 maço de cheiro-verde picado / sal e
pimenta-do-reino a gosto / 8 bananas-nanicas ainda verdes e 1 1/2 xícara de chá
de farinha de mandioca<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Modo de preparo:<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Limpe os peixes (reserve
as cabeças) e corte-os em postas. Aqueça o óleo numa panela grande e acrescente
e a cebola, o tomate e o alho e refogue até dourar ligeiramente. Adicione as
postas de peixe à panela, juntamente com as cabeças reservadas. Cubra com água,
acrescente a alfavaca e o cheiro-verde e tempere com sal e pimenta-do-reino a
gosto. Tampe e deixe cozinhar por 30 min. Não mexa durante o cozimento, para
desfazer o peixe. Descasque as bananas e cozinhe-as numa panela com água, até
que fiquem quase moles.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Passado o tempo
indicado, passe o peixe para uma travessa aquecida (sempre tomando cuidado para
não desfazer as postas), regue com uma concha do molho do cozimento e reserve
em local aquecido. Escorra as bananas e amasse-as com um garfo. Coe todo o
molho restante do cozimento do peixe e adicione o purê de banana, misturando
bem. Acrescente a farinha de mandioca, misture bem e cozinhe por alguns minutos,
até obter um pirão leve. Para servir, coloque o pirão no centro de uma travessa
e contorne com as postas de peixe. Sirva bem quente.</span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<b><span style="color: #333333; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: 13pt;">Furrundum ou furrundu</span></b></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-DWlCpHrptsM/VACigwTDz4I/AAAAAAAAFcQ/-Sk4cVimU3Q/s1600/foto-da-furrundum.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-DWlCpHrptsM/VACigwTDz4I/AAAAAAAAFcQ/-Sk4cVimU3Q/s1600/foto-da-furrundum.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; mso-outline-level: 3;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; mso-outline-level: 3;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">Doce típico da culinária caipira do Vale do Paraíba. Em geral, é feito
com cidra e mamão ralado, gengibre e rapadura. Presentes nas mesas desde os
tempos coloniais, os diversos doces e compotas - apesar de necessitarem, muitas
vezes, de horas de preparo - continuam sendo muito apreciados até mesmo nos
centros urbanos.</span></div>
<div style="background: white; line-height: 18.75pt;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Ingredientes:<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">3 mamões médios verdes,
descascados e ralados / 2 rapaduras de cana-de-açúcar picadas / 2 xícaras (chá)
de açúcar / 1 xícara (chá) de coco ralado / 2 colheres (chá) de gengibre / 300
ml de água /1 colher (chá) de cravo-da-índia inteiros<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Modo de preparo<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Aqueça uma panela de
fundo grosso. Adicione os mamões, a rapadura, o açúcar, o coco e o gengibre.
Misture até derreter o açúcar e ficar brilhante. Adicione a água, o cravo e
continue a cozinhar em fogo alto, mexendo sempre até ferver e levantar o caldo.
Abaixe o fogo, tampe a panela e cozinhe por mais 15 minutos. Retire a espuma
que formar na superfície. Deixe esfriar e sirva acompanhado de queijo branco.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<div style="background: white; line-height: 18.75pt;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif";">Jacuba, o
refresco dos tropeiros:<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Misturar
água fria, farinha de mandioca ou milho e adoçar com rapadura ou mel.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Refresco de Capim –
Santo<o:p></o:p></span></b><br />
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></b>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-RYIcjm7NDiA/VACkIWNkv8I/AAAAAAAAFcc/kpYPMyN5NRA/s1600/capim%2Bcidreira.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-RYIcjm7NDiA/VACkIWNkv8I/AAAAAAAAFcc/kpYPMyN5NRA/s1600/capim%2Bcidreira.JPG" height="400" width="368" /></a></div>
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">2
xícaras de água, 1 maço de capim-santo, açúcar e limão a gosto<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Bater
com um martelo de cozinha o maço de capim – santo até retalhar as fibras. Colocar
a água no liquidificador e juntar a erva amassada. Bater por 2 minutos. Coar
numa peneira fina. Adoçar a gosto e ao servir pingar algumas gotas de limão.<o:p></o:p></span></div>
Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-16082277027922941922014-08-18T17:31:00.000-07:002014-08-18T18:15:02.610-07:00Memórias do Sr Paulo Vicente da Silva (final)<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-FgezXkoJTC4/U_Kijoo7yWI/AAAAAAAAFa0/g66fr9t-LZk/s1600/mapa%2Bdas%2Blendas%2Bbrasileiras%2B-%2Bsitio%2BNazare%2BPaulista%2B2005%2Bleandromd.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-FgezXkoJTC4/U_Kijoo7yWI/AAAAAAAAFa0/g66fr9t-LZk/s1600/mapa%2Bdas%2Blendas%2Bbrasileiras%2B-%2Bsitio%2BNazare%2BPaulista%2B2005%2Bleandromd.jpg" height="271" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mapa das lendas brasileiras</td></tr>
</tbody></table>
Entrevistar o Sr. Paulo Vicente da Silva foi como ter uma fantástica aula de folclore com o melhor dos professores, pois o Sr. Paulo o vivenciava em seu dia-a-dia. Seus causos, ricos em detalhes, suas receitas de família, sua devoção deixaram em mim a certeza de que a cultura popular é uma fonte inesgotável de saber dessa nossa gente valeparaibana: nosso maior patrimônio! Meu desejo e a minha esperança é que os jovens prossigam pesquisando e documentando o folclore de nossa região, para manter sempre viva esta preciosa memória. E agora, transcrevo para vocês a última parte desse rico depoimento. (Ludmila)<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-aUPrLIQ7vO0/U_KktOu2KKI/AAAAAAAAFbM/YpfFe7J6ALI/s1600/ervas%2Bmedicinais.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-aUPrLIQ7vO0/U_KktOu2KKI/AAAAAAAAFbM/YpfFe7J6ALI/s1600/ervas%2Bmedicinais.jpg" height="240" width="400" /></a></div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-jqliq5xabKA/U_KkzkNWXjI/AAAAAAAAFbU/A2v_tQoDeE0/s1600/ervas-medicinais2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-jqliq5xabKA/U_KkzkNWXjI/AAAAAAAAFbU/A2v_tQoDeE0/s1600/ervas-medicinais2.jpg" height="306" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">ervas medicinais (imagem Internet)</td></tr>
</tbody></table>
Poço de Ouro? Conheço sim, senhora, e até posso levá qualqué um que quisé ve lá. Os poço de ouro surgiro no tempo em que havia os escravo. Era um tempo de judiação. Então os fazendero fazia os escravo carregá aquele baita malão de dinheiro no lombo até chega no lugar escolhido. Daí eles obrigava o negro cavá um poço bem fundo e enterrava o malão nele. Aí, pros escravos não conta onde era, eles matava os coitado e enterrava junto, no mesmo luga do dinheiro. Então, essa riqueza é uma coisa muito difícil de tirá, porque esses lugar são tudo amaldiçoado. A alma do escravo tá lá, tomando conta daquilo.<br />
Um dia, uns conhecido meu, viero me busca pra nóis cavocá e eu fui. Quando deu meia noite e meia, uma hora, começô uma ventania tão grande, mai tão grande, que nóis perdemo todo o serviço. E se a senhora quisé, eu trago aqui gente que foi comigo, que pode prova que isso é verdade verdadeira! Eu sei de gente que já conseguiu tira dinheiro de dentro do buraco assim, num luga longe daqui, mas perdero tudo.<br />
Olho gordo? Claro que eu acredito! Tem gente que tem inveja, que tem orgulho dos otro, então atrapalha. Eu sempre falo pros meus fio: ocês façam a caridade, que ocês ganha a salvação. Se não pude faze o bem, não façam o mal pra ninguém.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-eYssz5NnAsc/U_KjMqkBQDI/AAAAAAAAFa8/d0mGgR4UFRg/s1600/medicina%2Bpoopular.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-eYssz5NnAsc/U_KjMqkBQDI/AAAAAAAAFa8/d0mGgR4UFRg/s1600/medicina%2Bpoopular.jpg" height="250" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Medicina Popular: Preparando infusões (Imagem Internet)</td></tr>
</tbody></table>
Médico, farmácia! Ah... é difíci eu i na farmácia. Só vou lá quando Deus permite. Eu trato meus fio, tudo cos remédio que eu mesmo preparo aqui em casa. Eu curo os que precisam, com os meus remédio e com oração.<br />
Eu tenho reza pra cachorro brabo, pra vaca braba. Eu corto caxumba, dor de dente. Eu faço oração pra mulher que fica num inferno pra ter nenê com o parto amarrado. Então eu desato tudo isso.<br />
Receita de remédio?<br />
Dou pra senhora, a qual a senhora quisé. Agora tem quatro tipo de doença: uma que os remédio resolve, outra que só se cura com simpatia, outra que precisa de uma benzeção e tem alguma ainda que um bom susto também resolve.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-qnlM0xv96zk/U_KkI6lJFqI/AAAAAAAAFbE/Zv-ES0cDseo/s1600/benzedeira.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-qnlM0xv96zk/U_KkI6lJFqI/AAAAAAAAFbE/Zv-ES0cDseo/s1600/benzedeira.jpg" height="257" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mdicina Popular: Benzedeiras (imagem Internet)</td></tr>
</tbody></table>
Toma nota aí: pra curá bichas desconfiada: fervê um bucado de erva Santa Maria e mistura com leite de peito de 3 mulé de nome Maria. Dá uma colheradinha pras criança de hora em hora.<br />
Pra mordida de vespa: fazê um cataplasma com barro de beira de valeta. Se não tivé, botá em cima da picada, fumo de rolo mascado.<br />
Pra lumbriga: chá de hortelã preta com chifre de boi queimado e um pouco de pacová macetado. Fais e dá pra criança bebê.<br />
Pra curá pulmão: cozinhá um pouco de agrião com açúcar até virar melado. Se tomá aos pouco, fecha o pulmão.<br />
Pra sarna: tomá salsa panda e lavá o corpo com sabão de cinza.<br />
Pra secá ferida de sarampo: passá as semente de urucú maduro nas ferida do sarampo, que seca.<br />
Qué mais? Se a senhora tivé tempo a gente fica por aqui mais de um dia entero e as receita num acába ...”Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-19199332193107498272014-08-14T10:15:00.001-07:002014-08-14T10:15:36.097-07:00Visita Virtual ao Museu do Folclore<a href="http://youtu.be/eXNPBjklK_U">http://youtu.be/eXNPBjklK_U</a><br />
<br />
Poucos de nós conhecemos o belíssimo acervo do Museu do Folclore do Vale do Paraiba, localizado no Parque da Cidade, em São José dos Campos. Aqui, uma pequena mostra virtual de nossa cultura popular. Aproveitem o mês do Folclore e façam uma visita. Vão se surpreender!Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-33299950951498642222014-08-14T10:04:00.000-07:002014-08-14T10:08:43.732-07:00Chuva de Anjos<a href="http://youtu.be/MY7tGc0aGgc">http://youtu.be/MY7tGc0aGgc</a><br />
<br />
<br />
Vídeo mostra o trabalho e depoimentos de diferentes figureiros(as) do Vale do Paraíba; e faz parte da exposição permanente do Museu do Folclore da Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR), que está localizado no Parque da Cidade, região norte de São José dos Campos, sob administração do Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP).<br />
<br />
<br />
<br />Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-12964996275187141262014-08-14T09:43:00.000-07:002014-08-14T09:53:08.768-07:00Memórias do Sr. Paulo Vicente da Silva (segunda parte)<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-jqwHiiVGRH4/U-ziE7-PKrI/AAAAAAAAFZ8/wvsHLSu7OSQ/s1600/Corposeco3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-jqwHiiVGRH4/U-ziE7-PKrI/AAAAAAAAFZ8/wvsHLSu7OSQ/s1600/Corposeco3.jpg" height="375" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Corpo Seco, lenda valeparaibana</td></tr>
</tbody></table>
Eu acredito em alma do outro mundo, porque eu já vi. Eu já fui<br />
assombrado, aqui nessa estrada do Campo Grande. Eu fui guardá um corpo<br />
porque eu sei muita reza pra isso, num lugar meio longe de casa. Então eu andava e apareceu um gemido que me acompanhava. E eu ia pela estrada, e o gemido pelo valo. A senhora sabe o que é valo? É uma divisa de terra que era feita antigamente. E eu rezano... e tudo que eu rezava, respondia lá na vala: “Ai, isso eu também sei”. E eu rezano e veno a casa do defunto, e parecia que quanto mais eu andava, mais eu não saía daquele lugar. Então, depois que eu rezei tudo mesmo que eu sabia, eu me lembrei da reza “25 de março”. Foi o que me salvo, com a graça de Deus. Essa oração 25 de março é muita antiga e a gente só pode usa ela num momento de muita precisão. Dai, quando eu terminei, me empurraro pelas costa, e foi ai que eu consegui chega. Essa reza, que a gente não pode fala a toa, eu aprendi com meu pai, e ele com meu avô. Ela, e muitas outras coisa, eu já estou passando pra uma filha minha que me acompanha sempre, em tudo quanto é festa. Eu tenho certeza que in antes deu morre, eu vou passa tudo que eu sei pra minha familha.<br />
Contador de causo? Eu conheço uns 50 elemento que contam causo muito bem. Eu mesmo tenho muitos causo vivido comigo mesmo, que hoje, se for conta, o pessoal pensa que é mentira da gente, que a gente esta inventando bobageira, mas é tudo verdadeiro.<br />
Alguma coisa interessante sobre a antiga Jacareí? Ah, eu sei muita coisa. Sei da Santa que jogaram no rio, sei da história do poço do ouro, que é do tempo dos escravo, sei daquela rua que se chamava Cassununga, sabe por quê? Era uma rua que só tinha gente preto que morava ali. Não tinha outra descendência. E ali nóis cantava a folia e tinha leilão, catira, cateretê e a gente fazia paçoca e bolão de fubá. Hoje a rua se chama Salvador Preto.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-7nrhfTgUMRQ/U-zjnyf2MXI/AAAAAAAAFaI/Hiij-RhNdik/s1600/Drag%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-7nrhfTgUMRQ/U-zjnyf2MXI/AAAAAAAAFaI/Hiij-RhNdik/s1600/Drag%C3%A3o.jpg" height="292" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ilustração da lenda sobre Nossa Senhora Aparecida, feita por Mestre Justino</td></tr>
</tbody></table>
A imagem de Nossa Senhora Aparecida? É claro que eu tenho certeza que ela era de Jacareí. Certeza absoluta. Foi quando o Paraíba passava por perto da Igreja da Matriz. Então apareceu um bichão que, conforme meus antepassado assistirum, e minha mãe disse que era pra eu guardá bem a história, que ia<br />
tê um dia que as pessoa ia quere sabe de mim e eu poderia responde a verdade. Então, o bicho foi cavando a terra, e o Paraíba se achegano pra perto da igreja, e a cidade desbarrancano com as casa e tudo. Ai, o padre jogo a image no rio. Jogo como hoje, quando foi amanhã, cesso tudo,como num milagre, e até hoje. Ai, a santa foi rodano, rodano pelo rio até que os pescado pegaro e pescaro ela. E é essa imagem que tá em Aparecida até hoje. E, nos vidro de nossa igreja tem essa história. Pode ir lá ve.<br />
<br />
A lavação de santo eu conheço muito. É pra faze chove. Isso nóis fazia muito nos bairro. Fazia e fazemos, e chove mesmo!<br />
É assim: a gente pega a imagem de S. Benedito, e pega uma menina que não pode passa dos seis ano. Tem que se um anjo ainda. Daí a gente manda a menina lavá o santo, e ela vai lavando no riacho ou na bica do rio, enquanto a gente faz as reza, pedindo pra chove. Daí leva a imagem de volta pra igreja,<br />
e in ante dos três dia, pode espera que chove. A gente vai rezano o terço, acompanhano o santo na caminhada e chove. Eu mesmo já vi chover.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-IGh37HA9O2o/U-zmFwKCaCI/AAAAAAAAFaU/TDhPohJ7b_M/s1600/Festa%2Bda%2BCarpi%C3%A7%C3%A3o%2B2.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-IGh37HA9O2o/U-zmFwKCaCI/AAAAAAAAFaU/TDhPohJ7b_M/s1600/Festa%2Bda%2BCarpi%C3%A7%C3%A3o%2B2.jpeg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Festa da Carpição em Jacareí, foto Internet do blog de Chicoabelhas<br />
<br />
<span style="font-size: small;">Agora, eu vou contá pra senhora um causo acontecido comigo, ali, no fim da Rua do Cassununga. Eu fui numa festa da carpição, no bairro do Pedregulho, que termino de madrugada. Aí eu desapartei da minha companheirada e vim caminhando c'o a minha viola. E eu fui entrano no Cassununga, que tinha poucas casa, quando vi um vulto cavucano um baita buracão. Aí eu pensei que era um assaltante, mas, quando cheguei mais perto, vi que era uma muié que tava ali tapando um buraco. E eu perguntei pra ela: “Mas dona, o que tá enterrando aí? É cachorro? E ela Ah, é cachorro sim, morreu um cachorrinho meu, e eu tô enterrando ele bem aqui. Mas daí, como a justiça divina é tão grande, eu vi a terra se mexê. Eu olhava, e a terra ia se mexeno e a dona com aquele buta vestidão comprido, queria tampá a terra, mas não conseguia.</span></td></tr>
</tbody></table>
Nisso, saiu uma mão pra fora. Saltô uma mão pra fora, e a dona saiu correndo, e eu peguei na mão e puxei.<br />
Sabe o que tava lá? Era uma criança de uns quatro ano, que já tava ficando preto. E o buracão que a muié tinha feito era tão grande, que precisava vê!<br />
Daí, perto tinha um corgo sujo que passava, e foi onde eu lavei a criança e ela voltou. Então eu corri com a criança até a segunda casa, onde morava um senhor de nome Benedito Eloi, um barbeiro, que me vendo disse:<br />
“Mas você aí, nessa escuridão, com a viola, tudo sujo de barro e com essa criança nos braço.., ocê tá bêbado?”<br />
“Eu não! respondi.” “Ô seu Eloi, ocê sabe que eu num bebo!”<br />
“Então, o que é que há?”<br />
“É eu que tirei essa criança que a mulé tava enterrano viva!”<br />
Aí ele num acredito e nói vortemo lá pra vê, ele viu mesmo que era pura verdade. A mãe da criança era solteira, e vivia no cargo de um senhor que largo ela e foi-se embora; e eu, peguei e levei a criança pra mim. Daí, no outro dia, ela foi até minha casa pra pegá essa criança, e me pediu pra não dá parte dela.<br />
Eu falei que não ia mesmo dá parte, porque a criança graças a Deus tava viva, mas que eu não ia entrega pra ela não, porque ela não era humana, era um monstro!<br />
Então nóis peguemo aquela discussão, e o povo foi se achegando, foi quando eu fui obrigado a da parte dela pra otoridade. A polícia me deu muita cobertura, e eu fiquei com esse menino, que levei pra minha mãe cria, porque eu inda era soltero. Mas essa criança só foi até os 15 ano. Num viveu mai.<br />
O nome da mulé era Maria das Dores, e ela foi-se embora de Jacareí.<br />
<br />
<a href="http://youtu.be/Tgh1Z8qYtPs">http://youtu.be/Tgh1Z8qYtPs</a>Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-71098002831014697782014-08-11T17:16:00.003-07:002014-08-11T17:17:48.830-07:00Memorias do Sr. Paulo Vicente da Silva<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-48rDZwHpgpk/U-lW9du3eZI/AAAAAAAAFZQ/uSSW3hVeGcI/s1600/Lud+e+Ad%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-48rDZwHpgpk/U-lW9du3eZI/AAAAAAAAFZQ/uSSW3hVeGcI/s1600/Lud+e+Ad%C3%A3o.jpg" height="400" width="330" /></a></div>
<br />
<br />
O Sr. Paulo Vicente, é um portador vivo do folclore que temos entre nós.<br />
Simples, religioso, sincero e muito agradável de entrevistar.<br />
Este depoimento é de um homem essencialmente brasileiro - no linguajar, na hospitalidade, na crença profunda, na tradição, trazendo em si todas as características do homem do povo - tremendamente sensível e inteligente, em sua pureza. A entrevista foi gravada em agosto de 1978. N. do A.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-nbBkR4NnmC8/U-laujSPmWI/AAAAAAAAFZc/2bhVrXawU4E/s1600/Bandeira+do+Divino.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-nbBkR4NnmC8/U-laujSPmWI/AAAAAAAAFZc/2bhVrXawU4E/s1600/Bandeira+do+Divino.jpg" height="336" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bandeira do Divino</td></tr>
</tbody></table>
Ói, eu vô contá pra senhora que esse grupo, Irmãos do Divino de Jacareí, foi formado por meu avô e ficô sob as ordem dele uns 70 ano, ai ficô pro meu pai, e hoje é como uma relíquia que trago comigo, porque, desde que meu pai morreu, em 1931, que eu fiquei tocano o grupo. Eu tinha 12 ano de idade quando entrei.<br />
Acho que a festa do Divino Espírito Santo é a maior festa religiosa que tem no mundo. Nóis não dança nela como representação, mas sim por devoção ao Divino.<br />
Hoje eu estou com 18 elemento na Irmandade do Divino. O mais importante deles, e o principal, é um tio meu, Belmiro Leite, que está com 82 ano. Ele vem com o grupo desde o tempo de meu pai e, enquanto for vivo, não saí da irmandade.<br />
A folia do Divino Espírito Santo é a dança mais antiga do mundo. Ela foi gerada há muito tempo atrás e, em Jacareí, ela foi formada na Igreja de São Benedito, no antigo bairro do Pau Grande, que hoje é conhecido como bairro da Cachoeirinha, pelo meu avô. Meu avô já era folião, mais cinco tio meu e<br />
uma tia cantavam a folia. Então o povo do bairro era tudo parente, cumpadre, sobrinho, tudo irmandade, e assim formaro o primeiro grupo. Não sei a data em que ele começou, mas em 1888 a lgreja já estava lá. Quando eu digo que era no bairro do Pau Grande, o pessoal caçoa de mim, mas o nome era esse mesmo. Lá eu estudei num grupo escolar, com a professora de nome D. Lurde, cujo cabeçaio era: Escola Rural Municipal do Bairro Pau Grande! Daí acharo que o nome devia ser mudado prá bairro de Cachoeirinha, e mudaro, como ele é conhecido até hoje.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-4FoP6ZBemM0/U-lbHpo7S5I/AAAAAAAAFZk/SPRhqhHqSHU/s1600/fitadivno556231_3722209386007_1821476522_n.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-4FoP6ZBemM0/U-lbHpo7S5I/AAAAAAAAFZk/SPRhqhHqSHU/s1600/fitadivno556231_3722209386007_1821476522_n.jpeg" height="266" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fitas da Bandeira do Divino</td></tr>
</tbody></table>
Eu sempre recebo convite pra apresenta as danças do Grupo em festas religiosa, em cerimônias de casamento. Eu sou muito bem recebido em tudo que é igreja. Os padre sempre me trataro muito bem, me dão muito apoio e me chama até pra cantá dentro da Igreja, durante a comunhão na hora da missa. Eu me dô muito bem com todos os padre que conheço.<br />
Eu apresento com meu grupo, a folia do Divino. Ai a gente dança a tontinha, a cana verde, o jongo, a congada. Eu faço e já apresentei em muitos lugar a embolada, que é uma cantiga de improviso. Eu tenho alguns verso já feito, mas o mais eu canto na hora. O desafiante canta pra mim um verso, daí eu pego a ultima palavra e toco pra frente. Eu acho fácil fazer embolada.<br />
Música feita por mim, eu tenho umas 80. Os outro grupo também canta minhas composição, mas canta com a minha licença. A gente se reúne lá no Cassununga, num quartinho de um sobrinho meu, onde nóis fazemo dois ensaio por semana.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/--22UWAJsKbo/U-lcmpjj_LI/AAAAAAAAFZs/VIK-XB96xLI/s1600/Jongo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/--22UWAJsKbo/U-lcmpjj_LI/AAAAAAAAFZs/VIK-XB96xLI/s1600/Jongo.jpg" height="240" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Grupo de dança de Jongo em Jacareí (foto Internet)</td></tr>
</tbody></table>
Até hoje, graças a Deus, eu só tenho recebido muito abraço, até de doutô, e os parabéns depois de todas as festa. Quarque pessoa que quisé, pode entrá pro nosso grupo, mas desde que seja religiosa. Se não for religiosa, eu num aceito. A gente tem quer ter fé. Até o dia de hoje eu não recebi nenhum tostão por nenhuma apresentação, que eu tenha cobrado. Um meis atrais recebi umas roupa, que me dero pro grupo, lá em São Jose dos Campo. Eu não cobro nada, porque eu trago isso como uma tradição. Quando eu vou a uma festa, eu vou alegre, eu faço aquela festa dado. Se as pessoa gostá e me dé uns trocado eu<span id="goog_221058717"></span><br />
aceito, se não, pra mim é a mesma coisa. Eu faço isso por devoção e por amor, sem pensá no dinheiro. Agora, já aqui em Jacareí eles sempre me dão condução, me dero também um jogo de faixa.<br />
<br />
O Chiquito Carteiro era meu tio. Ele morreu nos meus braço. Ele tocou violino 65 anos. Hoje é que chamão de violino, mas o nome verdadeiro é rabeca. Então, o Chiquito, o nome dele completo era Francisco Leite da Silva, ele pegou 52 menina pra criá. Hoje são tudo moça, tudo casada. Meu tio era um home muito caridoso. Como ele não pode ter família, ele foi pegano essas criança, e só pegava se fosse de papel passado. Ele não pegou elas tudo de uma vez. Pegava uma, criava, pegava outra, e assim de uma em uma ele inteirou 52 crianças.<br />
Ele tinha uma vila de seis casa e essa vila ainda existe nos dia de hoje. É minha tia, com 83 anos, que toma conta. Ela fica na Rua Antunes da Costa nº 55.<br />
<br />
Aliás, aconteceu um caso muito interessante comigo e esse meu tio. Nós tivemo junto numa festa, cantamo uma folia, quando o festeiro pediu pra ele que cantasse uma moda de viola. Foi quando uma moça apareceu, pegô ele e abraço com tanta força que quebrou inté a viola. Ele ficou tão sem graça diante daquele povo que se alvoroçou, que queria ate ir-se embora, mas o pessoar não deixo. O dono da casa chego e disse que não era pra se acanhá não, que a moça fez aquilo porque ficou muito emocionada com os verso que ele canto. Pois então, essa moça foi aparecida naquela festa, e ate hoje não sabemo por que foi aquilo, e ela de madrugada já desapareceu. Então surgiu na festa, que ela era morta. Que ela existia já no bairro,que o pessoar via ela de noite, fora de hora, e ouvia rebuliço. Eu sei é que até hoje ninguém nunca mais viu ela. Ela era assombrada. Alma do outro mundo. (continua)Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-161984846245229192014-06-25T15:54:00.001-07:002014-06-25T16:45:40.207-07:00Memórias do Dr. Ramon Ortiz (final)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-LD9NgMmntNk/U6tP10tOcpI/AAAAAAAAFUw/hSYz1jtQvKs/s1600/Matriz+de+Jacarei.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-LD9NgMmntNk/U6tP10tOcpI/AAAAAAAAFUw/hSYz1jtQvKs/s1600/Matriz+de+Jacarei.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Interior da Igreja Matriz de Jacareí</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><br />
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-52Sw41hXRnc/U6tM0Ck1JnI/AAAAAAAAFUE/9AOnCOTiuPQ/s1600/Matriz+de+Jacare%C3%AD+pintura+na+ab%C3%B3boda.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-52Sw41hXRnc/U6tM0Ck1JnI/AAAAAAAAFUE/9AOnCOTiuPQ/s1600/Matriz+de+Jacare%C3%AD+pintura+na+ab%C3%B3boda.JPG" height="267" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pintura de Nossa Senhora da Conceição na abóboda da matriz de Jacareí</td></tr>
</tbody></table>
O que tenho a dizer sobre a lenda de Nossa Senhora Aparecida?<br />
Bem, ela é conhecida por todos e hoje se perpetua num vitral que está na Matriz.<br />
A origem deste vitral foi a seguinte. Eu observei que, entre o povo, se falava que a imagem de Nossa Senhora Aparecida saiu de Jacareí, pelas seguintes razões:<br />
Jacareí era a única cidade que estava a montante de Aparecida pelo Rio Paraíba.<br />
Era a única cidade cuja padroeira é a Nossa Senhora da Conceição, imagem que está depositada no altar da Matriz.<br />
E havia a tradição que falava que alguém jogou a imagem da padroeira no Paraíba porque havia um monstro que devorava os animais e até as crianças, e que se escondia no rio.<br />
Então, naquela devoção ingênua, simples, do povo, acharam que jogando uma imagem nas águas poderiam acabar com o problema. Esta era a fé do povo daquele tempo. E isso foi feito. O fato circulava como notícia entre os antigos de Jacareí. Assim, certo dia, lendo o jornal “O Estado de São Paulo”, qual não foi minha surpresa ao encontrar nele uma crônica escrita a esse respeito. A partir daí, me veio a ideia de deixar o fato perpetuado de alguma forma. Tomei a crônica, fui a Casa Conrado, em S. Paulo, que é a maior casa de vitrais ainda hoje e pedi para falar com o desenhista. Veio atender-me um moço inteligente, muito vivaz, ao qual mostrei a crônica, pedindo que a reproduzisse num vitral e ele fez este que está na Matriz, guardando uma tradição antiguíssima, que, encontrou tanta base, que o próprio “Estado de S. Paulo” publicou.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-qzzAbF-Bri8/U6tPOpf6ciI/AAAAAAAAFUk/-h4ZsP7hkLY/s1600/Matriz+de+Jacare%25C3%25AD+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-qzzAbF-Bri8/U6tPOpf6ciI/AAAAAAAAFUk/-h4ZsP7hkLY/s1600/Matriz+de+Jacare%25C3%25AD+4.jpg" height="263" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vitrais da Igreja da Matriz</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-g1AIrK3flf8/U6tNZaOtT2I/AAAAAAAAFUM/EQ8Xah-qZtc/s1600/vitral+Matriz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-g1AIrK3flf8/U6tNZaOtT2I/AAAAAAAAFUM/EQ8Xah-qZtc/s1600/vitral+Matriz.jpg" height="400" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">um dos vitrais da nossa Igreja Matriz, confeccionado a pedido do Padre Ramon Ortiz.<br />
ilustrando a lenda da aparição de N.S. Aparecida. Foto cedida por Rosalina Ramalho</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Agora, que a imagem de Nossa Senhora Aparecida é a imagem de Nossa Senhora da Conceição não existe nenhuma dúvida, porque o distintivo da imagem de Nossa Senhora da Conceição é o que tem embaixo a Lua e os Anjos, reproduzindo um trecho do Apocalipse que diz: “e apareceu no céu uma mulher vestida de Sol, enfeitada de Estrelas, tendo nos pés a Lua e as Nuvens”. E, é isso que a imagem reproduz. A imagem, porém, e disso não podemos nos esquecer nunca, é apenas um objeto material. O que se quer, pela imagem, é ter-se a ideia do que ela representa. E aquela figura representa a Virgem Maria. Então, na época, essa figura foi encontrada em circunstâncias bem estranhas. Duas redadas. Numa, veio a cabeça, noutra, o corpo. Não havia pesca alguma e, em seguida, a pesca foi tão abundante que nem puderam carregar para terra todos os peixes. Assim, o povo passou a venerar aquela imagem, que foi um objeto, pelo qual a devoção a Nossa Senhora se incentivou, se incendiou, se animou e se divulgou e isto realmente é de grande importância.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-3E594SG-9To/U6tOsDpB20I/AAAAAAAAFUY/FkHX4eYV76I/s1600/Nossa-Senhora-Aparecida-sem-manto-antiga.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-3E594SG-9To/U6tOsDpB20I/AAAAAAAAFUY/FkHX4eYV76I/s1600/Nossa-Senhora-Aparecida-sem-manto-antiga.jpg" height="400" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem original de Nossa Senhora Aparecida, sem o manto<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="http://3.bp.blogspot.com/-k4g952YsqS0/U6tTgsF4M5I/AAAAAAAAFVY/BcOIaTg05Hs/s1600/07f9.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-k4g952YsqS0/U6tTgsF4M5I/AAAAAAAAFVY/BcOIaTg05Hs/s1600/07f9.gif" height="276" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;"><br />
Raro Mapa das Vilas de Taubaté e Pindamonhangaba onde aparece o croqui da primitiva igreja de N.S. Aparecida</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: small;">A validade histórica de lenda existe. Ela consta dos livros de ata de Guaratinguetá. Em 1717, quando passava pela região o Conde de Assumar, que era o encarregado do Governo das Minas, e que ia a Vila Rica, passando por Guaratinguetá, quiseram oferecer-lhe um banquete. A época era de quaresma e o banquete, segundo a tradição, deveria ser de peixes. Assim, foram pescar e deu-se o fato, que está transcrito com data, nome dos pescadores, convidados e comitiva do Conde.</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
Padre Ramon, por ocasião de minha pesquisa sobre a lenda, aconteceram alguns desencontros quanto às datas. Alguns de meus entrevistados entenderam como milagre atribuído a Santa, o desvio das águas do Paraíba pela família Leitão. Acontece que o referido desvio é bem posterior (quase um século depois) ao encontro nas águas da imagem de Aparecida. O senhor poderia nos esclarecer a respeito? pergunto.<br />
De fato, o desvio aconteceu e foi muito posterior.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-8pQIJV4-XNI/U6tR3P7QvJI/AAAAAAAAFVE/keh7RzS7b14/s1600/Drag%25C3%25A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-8pQIJV4-XNI/U6tR3P7QvJI/AAAAAAAAFVE/keh7RzS7b14/s1600/Drag%25C3%25A3o.jpg" height="292" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ilustração para a lenda feita em nanquim por Mestre Justino, de Taubaté</td></tr>
</tbody></table>
Quanto à tradição ouvida, e lida nas páginas do jornal, era que existia em nosso rio um monstro, possivelmente até um jacaré — animal bastante feroz, que assustava a população ribeirinha. Então, na simplicidade da devoção daquela gente, jogaram uma imagem nas águas para que acabasse o perigo. A imagem foi pescada em Aparecida e este fato já é uma tradição, é um fato que persiste mais do que a lenda.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-MVON0pmrgfw/U6tUnvjDJgI/AAAAAAAAFVg/jdMsYBQDEd8/s1600/Igreja+de+Santa+Cruz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-MVON0pmrgfw/U6tUnvjDJgI/AAAAAAAAFVg/jdMsYBQDEd8/s1600/Igreja+de+Santa+Cruz.jpg" height="260" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Igreja de Santa Cruz dos Lázaros</td></tr>
</tbody></table>
Padre, e quanto à Capela de Santa Cruz dos Lázaros?<br />
Foi por volta do ano de 1900, que o Sr. José Pereira fundou a primitiva capela, cuja Cruz original ainda se encontra na edícula ao lado. Esta capela marcou uma época terrível, em que a lepra não tinha médico-hospitalar; assim, leprosos vindos de cidades vizinhas para esmolar - os doentes eram<br />
sempre mendigos e viviam da caridade pública - instalavam-se aqui, junto à Água Espraiada, donde originou-se o nome da capela: Santa Cruz dos Lázaros. Este era um lugar ermo, evitado e afastado da cidade, que possuía um Lazareto ali, detrás da Gates, hoje extinto. Atualmente, a Capela foi toda reformada, reforma esta custeada pelo Dr. Roland Chedid Abeyche, e nela existe, com regularidade, ofício religioso muito procurado pela devoção popular.<br />
Como vivo, atualmente?<br />
Bem, talvez possa parecer a muitos que eu durma de dia e descanse à noite, mas, não é bem assim, não!<br />
Embora eu aproveite algumas horas de lazer, eu também tenho bastantes ocupações. Auxilio meus colegas na medida que vêm me procurar. Estou frequentemente ocupado, sempre tenho afazeres. O tempo que me resta, eu dedico a esta chácara, a terra, às plantas. Depois, eu leio e estudo sempre e muito. A mensagem que deixarei ao povo de Jacareí será referente à Aparecida, já que falamos muito a seu respeito. Essa mensagem, que seja então a seguinte:<br />
Em vista de tudo o que ocorreu, de tudo que se passou, que o milagre da Virgem seja um fino estímulo para a maior devoção a Nossa Senhora, que nós evocamos sob o nome de Aparecida.<br />
A segunda parte da mensagem será para que haja sempre gosto, interesse e verdadeiro amor pelas tradições, coisas, objetos e fatos de nossa história; e a terceira, e última parte, será para que haja sempre em nossa casa, uma visita tão simpática e agradável como a que tivemos hoje.”<br />
Padre Ramon, nós é que temos muito a lhe agradecer pelo carinho e atenção com que fomos recebidos e tratados, pelo calor humano e sabedoria que nos transmitiu, e nos despedimos do senhor, com um pedido: lembre-se de nós em seus momentos de meditação e prece. Obrigada pela entrevista!<br />
<br />
<br />Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-11346076959152364602014-06-25T15:00:00.000-07:002014-06-25T15:04:17.515-07:00Memórias do Dr. Ramon Ortiz ( Parte II)<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-C-eP0-6QJtE/U6tGKGmifBI/AAAAAAAAFT4/QssykTm98YQ/s1600/Debret_02%5B1%5D.3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-C-eP0-6QJtE/U6tGKGmifBI/AAAAAAAAFT4/QssykTm98YQ/s1600/Debret_02%5B1%5D.3.jpg" height="141" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Debret, Largo do Avareí, Jacareí</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-Mj1BKNFrIo4/U6s_RG2oAoI/AAAAAAAAFSo/urSxGupkXYc/s1600/Avare%C3%AD.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-Mj1BKNFrIo4/U6s_RG2oAoI/AAAAAAAAFSo/urSxGupkXYc/s1600/Avare%C3%AD.jpg" height="400" width="291" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Igreja do Avareí, antes da reforma<br />
<br /></td></tr>
</tbody></table>
"Falemos agora do Avareí", eu peço. O Avareí, no meu modo de ver, é algo de mais expressivo que existe em Jacareí. Falta documento escrito para provar que é a Igreja mais antiga da cidade, mas existe uma pintura célebre de Debret que a retrata tal e qual é ainda hoje. Uma coisa, porém, é absolutamente certa: Avareí significa - Abarei - ou seja, água de Abaré. Abaré, na língua indígena, quer dizer Missionário;<br />
tanto que, no litoral sul, em Itanhaém, existem umas relíquias notabilíssimas chamadas de Abaré-bebe. Este abaré era um missionário que caminhava muito depressa, ou seja, o missionário-voador. Tratava-se do padre Leonardo Nunes que por lá esteve na época de Anchieta. Fazendo-se analogia, veremos que o Abarei será a Água do Abaré. Por quê?<br />
Sabemos que no Avareí existia um córrego que desaguava no Paraíba, e foi ali que entrou a canoa do nosso primeiro missionário. Por isso, o nome. Por isso, temos tudo para acreditar que lá começava a vida religiosa de nossa cidade. Esse córrego existe hoje, canalizado, irrigando ainda a Escola Profissional.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-ZftJhrQh2WA/U6tCUbGVO9I/AAAAAAAAFTc/rB55QnTqy80/s1600/_Igreja+do+Carmo+beje.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-ZftJhrQh2WA/U6tCUbGVO9I/AAAAAAAAFTc/rB55QnTqy80/s1600/_Igreja+do+Carmo+beje.jpg" height="276" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Igreja Nossa Senhora do Carmo</td></tr>
</tbody></table>
“O que o Sr. sabe sobre a Igreja de Nossa Senhora do Carmo? pergunto.”<br />
Sei que ela foi um templo tradicional em Jacareí, que ficava ali, no alto da Rua Pompílio Mercadante, anteriormente chamada de Rua do Carmo, exatamente por causa da igreja. Ela foi denominada para ser reconstruída logo a seguir; mas o tempo foi passando e, até hoje, isto não ocorreu.<br />
Construir-se uma igreja, hoje em dia, é muito trabalho, mas apesar das dificuldades, guardo ainda a esperança de que, alguém, algum dia, tenha a feliz ideia de reerguê-la.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-G59lwOPfMs4/U6tAneOt5zI/AAAAAAAAFS4/b2plakY7PvA/s1600/Mestre+Zezinho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-G59lwOPfMs4/U6tAneOt5zI/AAAAAAAAFS4/b2plakY7PvA/s1600/Mestre+Zezinho.jpg" height="400" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mestre Zezinho</td></tr>
</tbody></table>
“E sobre as danças populares, Dr. Ramon, que a Igreja, antigamente, não via com muita simpatia, o que o Sr. pensa?”<br />
Eu acompanhei, na cidade, sempre com muito interesse e grande simpatia, as danças de Moçambique. Ate hoje eu gosto de vê-las, pois se trata de um tipo de folclore muito natural e muito espontâneo, de religiosidade pura do povo. Houve época em que esse tipo de 'manifestação religiosa’ sofreu certa oposição. Queriam acabar com essa dança, como já haviam feito com a festa do Divino e eu sempre lutei para preservá-la, para dar continuidade às tradições populares. Moçambique é uma dança de divertimento e religião que eu sempre apreciei por sua ingenuidade e sua beleza. Recordo-me até de um versinho que se cantava assim:<br />
“Que encontro bonito tivemos agora<br />
São Benedito com Nossa Senhora...”<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-fHcHKVb7cik/U6tBVu-iE5I/AAAAAAAAFTA/TAVItO0gIxA/s1600/Festa+do+Divino+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-fHcHKVb7cik/U6tBVu-iE5I/AAAAAAAAFTA/TAVItO0gIxA/s1600/Festa+do+Divino+4.jpg" height="291" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">festa do Divino em Jacareí</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-iuJb6ACxVA0/U6tBv6pDcEI/AAAAAAAAFTI/Qh3FZ1hseJM/s1600/Festa+do+Divino.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-iuJb6ACxVA0/U6tBv6pDcEI/AAAAAAAAFTI/Qh3FZ1hseJM/s1600/Festa+do+Divino.jpg" height="291" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Festa do Divino em Jacareí</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-bGIKipt0u7o/U6tB_T7K-_I/AAAAAAAAFTQ/Papl3bfNTWI/s1600/Festa+do+Divino+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-bGIKipt0u7o/U6tB_T7K-_I/AAAAAAAAFTQ/Papl3bfNTWI/s1600/Festa+do+Divino+3.jpg" height="296" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Festa do Divino em Jacareí</td></tr>
</tbody></table>
Por falar em festas populares, gostei de ver, dona Ludmila, seu interesse pelo folclore de Jacareí, e acho que a senhora deve continuar neste caminho, lutando por nossas tradições... (segue)<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-EIZq_4erLvQ/U6tFF6fOMvI/AAAAAAAAFTw/Iu-V7scOjzg/s1600/folia-de-ReisPB.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-EIZq_4erLvQ/U6tFF6fOMvI/AAAAAAAAFTw/Iu-V7scOjzg/s1600/folia-de-ReisPB.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Grupo de Folia de Reis</td></tr>
</tbody></table>
<br />Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-28018116558523408932014-06-20T17:00:00.000-07:002014-06-20T17:07:57.401-07:00Memórias do Padre Dr. Ramon Ortiz<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-bhCG9XHqCm4/U6TGxUvCQfI/AAAAAAAAFRg/F6XvP3ZprYc/s1600/Ramon+Ortiz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-bhCG9XHqCm4/U6TGxUvCQfI/AAAAAAAAFRg/F6XvP3ZprYc/s1600/Ramon+Ortiz.jpg" height="400" width="295" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Padre Dr. Ramon Ortiz</td></tr>
</tbody></table>
Tendo a chácara por cenário, incrustada na vegetação e enriquecida pela simplicidade da mesa posta (café, garapa, bolo e biscoito), encontramos, eu e o Sr. Odilon de Siqueira, o padre Dr. Ramon Ortiz, tranquilo, entre retratos, livros e lembranças, envolto por aquela aura de magnetismo, que lhe era peculiar e que cativava ao primeiro contato.<br />
“O que levaria um jovem a optar pela vida religiosa? perguntei.”<br />
Eu nasci aqui mesmo, no Vale do Paraíba, aos 17 de outubro de 1902, em Taubaté. Por aí a Sra. pode ver que já sou um pouco antigo. Vim a Jacareí em 1945. Tomei posse, nesta cidade, da paróquia da Imaculada Conceição - a única que havia, em 6 de janeiro, dia da Boa Estrela, e sempre me dei muito bem por aqui.<br />
Jacareí, "naquele tempo”, era uma cidade relativamente pequena. Calculava-se a população entre 25 e 30 mil habitantes ao todo. Vê-se, por aí, como a cidade se desenvolveu. De um lugar tranquilo, provinciano, aconchegante, passou a grande centro industrial com toda a agitação e movimentos peculiares a essa condição.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-ZAxLPB1_Kgw/U6TH7viOWvI/AAAAAAAAFRs/NJXWtRxBP5I/s1600/Lud+Ramon+Ortiz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-ZAxLPB1_Kgw/U6TH7viOWvI/AAAAAAAAFRs/NJXWtRxBP5I/s1600/Lud+Ramon+Ortiz.jpg" height="260" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">entrevista gravada com o padre Ramon Ortiz em outubro de 1979</td></tr>
</tbody></table>
Se eu nasci com a vocação para o sacerdócio, não me lembro; mas ainda menino, em Jambeiro, minha cidade natal, eu já me dedicava ao serviço da Igreja. Certo dia, apareceu por lá, o celebre bispo de Taubaté - D. Epaminondas - que me convidou a ir para o Seminário. Falou com meus pais e ficou tudo assente. Corria o ano de 1912. Fui para o Seminário de Taubaté, onde fiz o curso superior e me ordenei em 1925. Alguns anos depois de ordenado, fui a Roma. Segui na Universidade Gregoriana o curso de Direito Canônico, onde me bacharelei e licenciei-me. Entretanto, devido à guerra, fui obrigado a retornar ao Brasil, porque realmente eu não queria ficar lá durante a guerra. Passar cinco anos na Europa, que foi o tempo que durou a guerra, eu realmente não desejava.<br />
Voltei, sem plano de continuar meus estudos. Mais tarde, tive a oportunidade de conhecer alguns padres canadenses, que vieram a São Paulo, e aos quais me liguei por laços de grande amizade. Assim, quando eles retornaram ao Canadá, fizeram questão de que eu também fosse. Fui e me inscrevi num curso de doutorado na Universidade de Quebec, e foi lá que me doutorei em Direito Canônico.<br />
Direito Canônico é o direito que rege a Igreja nas suas relações particulares - Direito Privado - e nas suas relações com as outras entidades, com as nações. Eu fui advogado da Igreja na Cúria de São Paulo, e fui também juiz, no Tribunal Eclesiástico de São Paulo.<br />
Lecionei na PUC - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde eu tenho inúmeros trabalhos publicados, porque eu fui também o diretor de sua revista durante doze anos.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-jBF3NR4rGgc/U6TKc6MNfuI/AAAAAAAAFR4/-DSfSl5L4uo/s1600/Matriz+de+Jacare%C3%AD+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-jBF3NR4rGgc/U6TKc6MNfuI/AAAAAAAAFR4/-DSfSl5L4uo/s1600/Matriz+de+Jacare%C3%AD+3.jpg" height="263" width="400" /></a></div>
<br />
Mas, voltemos a Jacareí de 1945. Quando aqui cheguei, a política estava nas mãos do Sr. Odilon de Siqueira - prefeito. O juiz de direito era o Dr.Paulo de Oliveira Costa, e o promotor, o Dr. Armando de Azevedo. O médico da cidade era o Dr. Pompílio Mercadante, figura muito querida de todos, e já me recordo do Jarbas e sua farmácia.<br />
O relacionamento do pastor com seu rebanho era bem mais familiar. A gente tinha mais contato com as pessoas, porque a cidade era pequena, havia pouca gente de fora, todos eram conhecidos e formavam quase que uma única família. Hoje é diferente. O relacionamento é mais do tipo de organização, que é como a época exige.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-cMABne35HQc/U6TMYezorPI/AAAAAAAAFSE/Q5lQqxUP2fQ/s1600/presepio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-cMABne35HQc/U6TMYezorPI/AAAAAAAAFSE/Q5lQqxUP2fQ/s1600/presepio.jpg" height="299" width="400" /></a></div>
<br />
Mas, naqueles tempos, havia um costume em voga no Brasil, no mês de dezembro, mês dos Presépios, que era o das Pastorinhas. Eu cheguei a formar um grupo de Pastorinhas, em Jacareí, que não progrediu muito porque eu era só, e a paróquia já crescia e me exigia muito. Era um grupo de meninas que cantava e ia visitando os presépios. Aliás, havia aqui um, que era famoso e muito visitado. Era o presépio da família Maciel, organizado por dona Sinhazinha Maciel, em frente à farmácia do pai do Sr. Odilon de Siqueira, na antiga Rua Direita, hoje Rua Antonio Afonso. Era o que de maravilhoso poderia se ver em matéria de presépio, aqui, quando cada família construía o seu. A família Maciel conservava o ano inteiro, e o ano inteiro aquela residência recebia visitas. Alias, na época, era comum as famílias se esmerarem na construção de seus presépios, para ver quem conseguiria confeccionar o mais belo e o mais interessante. Minha mãe, aqui nesta casa, também fazia o seu, do qual eu ainda guardo uma lembrança ate hoje. No seu último ano de vida, ela o armou numa caixinha que vou lhes mostrar, com suas peças originais. A devoção do povo aos presépios, naqueles tempos, era fabulosa. Hoje, rara é a casa que ainda monta o seu, não é? (continua...)<br />
<div>
<br /></div>
Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-4052367612882496882014-06-08T18:29:00.004-07:002014-06-08T19:02:40.943-07:00Memórias do Prof. Mário Moras (final)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-iwxdOiyhbBU/U5ULiwLkGTI/AAAAAAAAFOo/4NOS0BHIhB0/s1600/aniversario+75+anos+Grup%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-iwxdOiyhbBU/U5ULiwLkGTI/AAAAAAAAFOo/4NOS0BHIhB0/s1600/aniversario+75+anos+Grup%C3%A3o.jpg" height="260" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Comemoração dos 75 anos do Grupo Escolar Cel. Carlos Porto: Prof Mário Moraes à direira e Dr. Walter Francisco (dentista da escola) à esquerda.<br />
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: small;">O que marcou muito a minha juventude foram as festas religiosas: A Festa do Divino trazia sempre um casal de reis e era sempre um casal de crianças que saía. Havia a novena do Espírito Santo e o encerramento era com uma procissão. Antes de ser desta maneira, faziam a bandeira do Divino correr a cidade e, na casa dos festeiros, havia café com biscoitos servido para todo mundo.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: small;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-JbJMR2KWmd8/U5UOoe8wOVI/AAAAAAAAFPQ/6m_2vyql6Jc/s1600/Festa+do+Divino+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-JbJMR2KWmd8/U5UOoe8wOVI/AAAAAAAAFPQ/6m_2vyql6Jc/s1600/Festa+do+Divino+4.jpg" height="291" width="400" /></a></div>
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-gLXfpk0qwwo/U5UPM-EX0YI/AAAAAAAAFPU/jW8evVnw5aI/s1600/Festa+do+Divino+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-gLXfpk0qwwo/U5UPM-EX0YI/AAAAAAAAFPU/jW8evVnw5aI/s1600/Festa+do+Divino+3.jpg" height="296" width="400" /></a></div>
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-r2L3k58_NnQ/U5UPZ65zrBI/AAAAAAAAFPc/6-B9IO58p5g/s1600/Festa+Religiosa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-r2L3k58_NnQ/U5UPZ65zrBI/AAAAAAAAFPc/6-B9IO58p5g/s1600/Festa+Religiosa.jpg" height="400" width="270" /></a></div>
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
As festas da Semana Santa seguiam o ritual antigo, com solenidades de manhã e à noite. Acontecia nessa época a Procissão do Fogaréu. As pessoas saíam da Matriz e vinham cantando a ladainha de Todos os Santos com tochas, com tocheiros de querosene protegidas por vidro. Elas caminhavam em passo apressado e subiam a Corneteiro de Jesus. Vinham trazendo a imagem do Senhor dos Passos. O passo apressado era para simbolizar quando Jesus saiu com a cruz, foi uma coisa atropelada, correndo, então a tradição era a procissão à noite, com as tochas e com todos apressados. Havia em Jacareí, no centro, todos os Passos da Paixão marcados. Ali, no Marcolino, havia um Passo. Perto do Cine Rio Branco, havia outro. Na Corneteiro de Jesus, na subida, também havia um. Em cada Passo, era armado um altar, na porta de uma residência, sempre com a imagem do Senhor dos Passos. O padre fazia uma oração e o coro cantava a música apropriada e a procissão seguia em diante. A imagem do Senhor Ressuscitado era carregada por homens fortes: o Aureliano Moreira, o Maneco Ivo. Essa imagem foi presente do Alfredo Schurig. A base é de pedra que veio da Alemanha e pesava muito.<br />
Papai gostava muito de teatro, do qual, inclusive, ele participava.<br />
Havia aqui um Teatro Municipal, onde hoje está a Casas Pernambucanas. Papai participava também, bastante, do Carnaval. Ele saía sempre fantasiado de mulher.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-_lKI83ixerU/U5UQ3_MVNxI/AAAAAAAAFPw/oWy_y5TqnCQ/s1600/Banda+A+Furiosa+1937.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-_lKI83ixerU/U5UQ3_MVNxI/AAAAAAAAFPw/oWy_y5TqnCQ/s1600/Banda+A+Furiosa+1937.jpg" height="273" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-rSHumPQ0Il8/U5UR65Mf_tI/AAAAAAAAFQA/ZfQ6CngYunM/s1600/Clube+Esperan%C3%A7a+1933.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-rSHumPQ0Il8/U5UR65Mf_tI/AAAAAAAAFQA/ZfQ6CngYunM/s1600/Clube+Esperan%C3%A7a+1933.jpg" height="326" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Clube Esperança</td></tr>
</tbody></table>
A primeira rua que recebeu calçamento de paralelepípedos foi a Alfredo Schurig, na gestão do Coronel João Ferraz. A Praça Conde de Frontin chamava-se Praça do Bom Sucesso e era um descampado todo alagado. Na revolução, mudaram o nome para Praça João Pessoa. Lá não tinha casarão algum e nem jardim. Depois foi feito um monumento ao Expedicionário, doado pelo embaixador Macedo Soares. Então é que plantaram as árvores.<br />
Jacareí tinha muitos problemas com as enchentes e também com a falta de água. Às 8 horas da noite, fechavam a água e o povo ficava sem. Quando o Sr. Antoninho Mercadante se casou, nesse dia, em homenagem aos noivos, a água ficou aberta até as 10h da noite. A água era fornecida por uma empresa do município pelo efeito de declive. As bombas eram deficientes, então, a água da cidade era pouca. Quando havia enchentes, a água era cortada.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-47x4HnVF_b4/U5UTLXV6HmI/AAAAAAAAFQM/rGEKFMHyGJo/s1600/Annibal+e+Tio+na+bomba+d'agua+001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-47x4HnVF_b4/U5UTLXV6HmI/AAAAAAAAFQM/rGEKFMHyGJo/s1600/Annibal+e+Tio+na+bomba+d'agua+001.jpg" height="296" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Seu Aníbal Paiva e Tio consertando a Bomba d´água</td></tr>
</tbody></table>
Havia um desvio da Central do Brasil para a Serraria Lameirão. Este desvio atravessava a Praça Raul Chaves, onde hoje está o Banco do Estado de São Paulo, bem na frente da Rua Ramira Cabral. O trem parava ali para deixar as toras de madeira muito pesadas. Ele entrava nas serrarias, não só para deixar as toras, mas também para recolher o material já trabalhado para os compradores. Depois ele saía de ré, porque não tinha onde manobrar.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-UP1GxU8lpz8/U5UUIAmOzKI/AAAAAAAAFQU/Z_nhxbEX5A8/s1600/0110_Serraria+Comercial.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-UP1GxU8lpz8/U5UUIAmOzKI/AAAAAAAAFQU/Z_nhxbEX5A8/s1600/0110_Serraria+Comercial.JPG" height="293" width="400" /></a></div>
<br />
O casarão onde funciona o Carlos Porto , dona Josefina Guimarães da Costa Leitão, viúva do Coronel, vendeu ao Estado por trinta contos de réis, em 1895, mas o Grupo Escolar foi nele instalado apenas em 14 de julho de 1896, depois que fizeram algumas adaptações. No início, o Grupo Escolar ocupou um prédio que foi alugado. Era um antigo casarão, muito bonito, que ficava nos Quatro Cantos. Nele, depois, foi o Pastifício dos irmãos Lencioni.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-85jNWn5tYXA/U5UVd_jb9bI/AAAAAAAAFQg/HIIVSR-6Tyg/s1600/0196_Rua+Alfredo+Schurig.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-85jNWn5tYXA/U5UVd_jb9bI/AAAAAAAAFQg/HIIVSR-6Tyg/s1600/0196_Rua+Alfredo+Schurig.JPG" height="291" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rua Alfredo Schurig recebendo calçamento</td></tr>
</tbody></table>
Eu assumi a direção do Carlos Porto dia 13 de agosto de 1954, que deixei em 12 de agosto de 1976. Fui seu diretor por vinte e dois anos. Eu já entrei como diretor e fui muito feliz. Encontrei um corpo docente muito bom que colaborou muito comigo e do qual eu guardo as melhores recordações. Comecei minha carreira no magistério como professor substituto. Depois ingressei na Fazenda São Martino, de onde fui transferido para o Lamartine Delamare e de lá para o Carlos Porto.”<br />
<br />Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-47454398891389681432014-06-07T12:22:00.000-07:002014-06-07T12:23:39.149-07:00Memórias do prof. Mário Moraes<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-Fhy5ZPDORgU/U5Ng3Giom4I/AAAAAAAAFNQ/RnfJYA1zDUY/s1600/colegio-mario-moraes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-Fhy5ZPDORgU/U5Ng3Giom4I/AAAAAAAAFNQ/RnfJYA1zDUY/s1600/colegio-mario-moraes.jpg" height="400" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Professor Mário Moraes</td></tr>
</tbody></table>
“Eu nasci em 17 de outubro de 1912, em Jacareí.<br />
Meu pai, Francisco Batista de Moraes era de Freguesia da Escada e mamãe, Patrocínia Pereira de Moraes, era de Santa Isabel.<br />
Meus pais vieram para Jacareí em 1911. Meu pai era viajante. Veio a Jacareí e instalou a casa de comércio “Casa Moraes” na Rua do Carmo, hoje Pompílio Mercadante.<br />
Em 1911, caiu uma tromba d’água na cidade, que inundou tudo. Mamãe ficou apavorada e mudou-se para a Rua Corneteiro de Jesus que, naquela época, chamava-se Rua da Misericórdia. Meu mano mais velho foi arrastado pelas águas e, não fosse pelo Sr. Mourim, ele teria morrido. Eu tive quatro irmãos: Murilo, João, Bolívar Darci e Cássio.<br />
Minha infância foi normal. Tínhamos horário para tudo. À tarde podíamos brincar de corre-corre no Largo do Rosário ou no Largo da Matriz.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-gn4fGMB5DxI/U5NjQBMsfyI/AAAAAAAAFNw/RCZMVEbdvSk/s1600/Grupo+Escolar+Carlos+Porto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-gn4fGMB5DxI/U5NjQBMsfyI/AAAAAAAAFNw/RCZMVEbdvSk/s1600/Grupo+Escolar+Carlos+Porto.jpg" height="400" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Grupo Escolar Coronel Carlos Porto</td></tr>
</tbody></table>
O primário eu fiz no Carlos Porto, que era o único estabelecimento que havia. Depois eu fui pra Taubaté, estudar no Ginásio Santo Antônio e, depois, para Guaratinguetá, onde fiz o Colégio Normal.<br />
Eu não fui da época do Nogueira da Gama, mas conheci o Dr. Lamartine em Guaratinguetá. Quando acabou o colégio em Jacareí, ele foi primeiramente para São Paulo, onde ficou trabalhando num cartório, mas não se deu bem. Ele nasceu mesmo para ser educador. Aí ele foi para Guaratinguetá, na época de Rodrigues Alves e lá instalou o mesmo ginásio que tinha aqui.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-1xBIgrz0igg/U5NiWuu4eiI/AAAAAAAAFNk/UBOjSRRT3d8/s1600/Matriz+e+casa+do+Bar%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-1xBIgrz0igg/U5NiWuu4eiI/AAAAAAAAFNk/UBOjSRRT3d8/s1600/Matriz+e+casa+do+Bar%C3%A3o.jpg" height="263" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Largo da Matriz com o coreto original</td></tr>
</tbody></table>
Dizem que o ginásio acabou por problemas políticos. Com a morte do Coronel Carlos Porto, Dr. Lamartine foi para a política, o que desagradou muita gente. O ginásio começou a perder alunos. Ele já tinha dificuldades em pagar os professores, que começaram a sair, e, com isso, o Ginásio desapareceu.<br />
Eu tenho aqui comigo um livro muito raro, cujo título é “O Gymnasio Nogueira da Gama”. Editado em 1902, de autoria de F. Antunes da Costa, de onde poderemos tirar dados interessantes como, por exemplo, que em 1893, Jacareí atravessava uma fase bastante precária em sua vida material.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-KVDq1_VwNtc/U5NklnrqidI/AAAAAAAAFN8/ieu4LtFeDUc/s1600/LamartineDelamare.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-KVDq1_VwNtc/U5NklnrqidI/AAAAAAAAFN8/ieu4LtFeDUc/s1600/LamartineDelamare.jpg" height="400" width="400" /></a></div>
<br />
“O “Eldorado do Oeste” atraíra grande parte da população abastada, levando consigo capital e trabalho. A lavoura e o comércio achavam-se em decadência, causando as mais sérias preocupações aos que tinham aqui ficado.”<br />
O Colégio foi inaugurado em 23 de julho de 1893 e, desta data até dezembro do mesmo ano, foram admitidos 25 alunos. De 1984 em diante, a matrícula subiu sempre em progressão crescente. Conforme o colégio progredia, foi se reanimando o comércio. Abriram-se oficinas. Entraram numa prosperidade as indústrias locais. Em 2 de dezembro de 1899, o Colégio Nogueira da Gama , por decreto de número 3.518, assinado por Epitácio Pessoa, foi equiparado ao Ginásio Nacional.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-r2qaQHDyR-k/U5Nj4_The1I/AAAAAAAAFN0/8aJrnvUmYWM/s1600/gymnasio-nogueira-da-gama.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-r2qaQHDyR-k/U5Nj4_The1I/AAAAAAAAFN0/8aJrnvUmYWM/s1600/gymnasio-nogueira-da-gama.jpg" height="277" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alunos do Gimnasio Nogueira da Gama, em Jacareí</td></tr>
</tbody></table>
O fato repercutiu por todos os segmentos da população como um acontecimento único. Jacareí fora elevada à categoria de uma cidade acadêmica, constituindo-se em foco de ciências e letras, onde filhos de outras terras viriam buscar a luz do conhecimento. Assim segue, no livro, a descrição do fato:<br />
“Eram 6h45 da tarde quando o telégrafo notificou: ‘Parabéns Jacareí’. ‘Viva Jacareí’.<br />
O que se seguiu foi indescritível. Centenas de foguetes estrugiram no ar, partindo de todos os pontos da cidade. Um verdadeiro delírio apoderou-se da população. Todos queriam ser os primeiros a levar ao Dr. Delamare o prazer de que se achavam possuídos. Neste dia se prolongaram as festas até altas horas da noite. No dia seguinte, recomeçaram. Eram verdadeiras romarias que se dirigiam ao ginásio. Algumas manifestações tomaram as proporções de uma verdadeira apoteose.<br />
Os operários com blusas suarentas e empoeiradas do trabalho do dia dirigiram-se ao Nogueira da Gama e, em nome deles, fez um pronunciamento o professor Alfredo Fernandes.<br />
A Loja maçônica local, representada por todos os seus membros vestidos inteiramente de preto, também se apresentou no tom mais solene que imaginar se pode.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-ICX54gTUbRw/U5NlQWeau-I/AAAAAAAAFOE/6krTun9pa5U/s1600/rua-lamartine-delamare-3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-ICX54gTUbRw/U5NlQWeau-I/AAAAAAAAFOE/6krTun9pa5U/s1600/rua-lamartine-delamare-3.jpg" height="303" width="400" /></a></div>
<br />
O comércio, as colônias estrangeiras, os médicos, os advogados, o Grupo escolar Carlos Porto, as escolas públicas, a Sociedade Literária Sete de Setembro, as corporações musicais se solidarizaram e prestaram suas homenagens ao Dr. Lamartine. Devemos lembrar os nomes de Carlos Porto, Manoel Jacinto, Nunes Ferreira, como de extremos colaboradores do Dr. Lamartine.”<br />
Carlos Frederico Moreira Porto trabalhava no Rio de Janeiro. Com a morte do pai, ele veio tomar conta dos negócios da família. Ele trabalhou muito por Jacareí. Foi ele quem instalou o Grupo Escolar Carlos Porto, quando foi deputado. No enterro dele, colocaram crepe negro em todas as lâmpadas da cidade e Jacareí praticamente parou em sua homenagem. Ele era um grande chefe político e deputado pelo Vale do Paraíba. Ele ia instalar aqui a escola Normal quando faleceu.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-D0MzOiglv6A/U5NmRBR3WfI/AAAAAAAAFOQ/h37cBt71UYw/s1600/Coronel+Carlos+Porto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-D0MzOiglv6A/U5NmRBR3WfI/AAAAAAAAFOQ/h37cBt71UYw/s1600/Coronel+Carlos+Porto.jpg" height="400" width="291" /></a></div>
<br />
<div>
(Continua)</div>
Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-37192402469382598372014-06-01T16:32:00.001-07:002014-06-01T16:32:05.059-07:00Memórias colonização japonesa em Jacareí: Casamentos<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-vV7xNT9jwVY/U4u3Krd-CzI/AAAAAAAAFMw/aimFgAIHOGg/s1600/Casamento+de+Jayme+Takume+Tanisho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-vV7xNT9jwVY/U4u3Krd-CzI/AAAAAAAAFMw/aimFgAIHOGg/s1600/Casamento+de+Jayme+Takume+Tanisho.jpg" height="400" width="272" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto de Casamento de Jayme Takume Tanisho</td></tr>
</tbody></table>
Os imigrantes japoneses que se fixaram, inicialmente, em Jacareí vieram de outras localidades do Brasil. Dessa forma, já vieram com suas famílias constituidas. Em sua maioria casaram-se sob a forma de miai, intermediado pelo nakôdo, outros vieram casados do país de origem. Aqueles que vieram solteiros, como no caso dos cotiaseinens, as noivas foram enviadas do Japão ou arranjadas por meio de empregadores ou amigos.às vezes as noivas vinham com os pais dos jovens na ocasião da viagem deles para o Brasil. Esses casamentos ocorriam sempre entre imigrntes ou decendentes. Os noivos ajudavam nas despesas do enxoval. Os preparativos para o casamento demoravam em geral três dias. Para a festa, que era ralizada na casa da familia do noivo eram convidados todos os vizinhos e as iguarias, preparadas pelas senhoras do bairro, eram servidas em abundância. Como a casa, normalmente, não obrigava mais do que uma dezena de pessoas, os casamentos eram realizados nos galpóes ou nas barracas construídas. Com a construção dos Kaikans, os casamentos passaram também a ser realizados no local, pelo menos até a década de 70. Depois de casados, geralmente moravam na casa dos pais até adquirirem uma propriedade e construirem a sua própria moradia. Na cerimonia do casamento, os noivos utilizavam trajes brasileiros, mas seguiam os rituais japoneses. ( fotos e matéria retirada do livro<b> Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, de Júlia Naomi Kanazawa, 2004)</b><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-vLxiNpGByzI/U4u3f9uKLGI/AAAAAAAAFM4/uDsy1gXmGl8/s1600/Kunitashi+e+Koto+Misawa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-vLxiNpGByzI/U4u3f9uKLGI/AAAAAAAAFM4/uDsy1gXmGl8/s1600/Kunitashi+e+Koto+Misawa.jpg" height="400" width="296" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Kunitoshi e Koto Misawa, Tiyo Misawa e Naohiro Tsukada</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-19855703668804706132014-05-31T15:06:00.000-07:002014-05-31T15:07:28.469-07:00Memórias da Imigração Japonesa em Jacareí (parte 3)<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-hqDn1O_cUTw/U4pPRzkb-QI/AAAAAAAAFMc/neGHya5ZYvM/s1600/Fabrica+de+tijolo+de+Santaro+Nomoto,+Jacare%C3%AD.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-hqDn1O_cUTw/U4pPRzkb-QI/AAAAAAAAFMc/neGHya5ZYvM/s1600/Fabrica+de+tijolo+de+Santaro+Nomoto,+Jacare%C3%AD.jpg" height="252" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fábrica de tijolo de Santoro Namoto<br />
Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.24</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-4cRcachGliY/U4pJv6C9F-I/AAAAAAAAFLI/Ylka9o8edvI/s1600/Familia+Horigami+no+Rio+Abaixo,+na+d%C3%A9cada+de+30.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-4cRcachGliY/U4pJv6C9F-I/AAAAAAAAFLI/Ylka9o8edvI/s1600/Familia+Horigami+no+Rio+Abaixo,+na+d%C3%A9cada+de+30.jpg" height="183" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Familia Horigomi no Rio Abaixo na dácada de 30. <br />
Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.24<br />
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: small;">“Em 1933, existiam 13 famílias de imigrantes japoneses em Jacareí. Entre as décadas de 40 e 50, diversas famílias chegaram à região do Rio Abaixo, dedicando-se à agricultura, principalmente a do tomate. Foram as famílias Tsukada, Misawa, Hamazoki, Demizu, Noda, Nagima, Tanigawa, Maki, Kazuo Tanaka, Massachi Tanaka, Suzuki, Yura, Yoshitomi, Okuda, Mizoguchi, Ishikawa, Tojo, Miyazaki, Horigomi, Hiay, Sato, Nakano, Suguimoto, Nishio, Jimbo e outras.A maioria dessas famílias, inicialmente, veio na condição de arrendatários e, somente mais tarde, puderam adquirir suas próprias propriedades.</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-mjOAYPfN8Gs/U4pKl4w6ETI/AAAAAAAAFLQ/lJJ_Jf4yA6k/s1600/Sitio+Murakawa+(Jacare%C3%AD).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-mjOAYPfN8Gs/U4pKl4w6ETI/AAAAAAAAFLQ/lJJ_Jf4yA6k/s1600/Sitio+Murakawa+(Jacare%C3%AD).jpg" height="281" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sitio Murakawa em Jacareí .<br />
Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.24</td></tr>
</tbody></table>
Era comum as famílias se ajudarem no trabalho agrícola, no sistema de mutirão.<br />
A produção agrícola dessas famílias era vendida para São Paulo e Rio de Janeiro e para aqueles que se tornaram associados, para a Cooperativa. Parte dela era comercializada no mercado local, que se tornou também um ponto de encontro desses imigrantes. O transporte desses produtos era feito em carroça, carro de boi, carrinho de mão, barco, bicicleta ou cestos.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-6K7i_hzO8C0/U4pLAQ4ih3I/AAAAAAAAFLY/xKkLwEvCjDo/s1600/deposito+cooperativa+Cotia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-6K7i_hzO8C0/U4pLAQ4ih3I/AAAAAAAAFLY/xKkLwEvCjDo/s1600/deposito+cooperativa+Cotia.jpg" height="278" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-5w_ZeJx-UJ4/U4pLL6A_GpI/AAAAAAAAFLg/4OqU4rtFtGs/s1600/Cotia+decada+de+40,+%C3%A0+direita+Yoshimasa+Ohata+%C3%A0+esquerda+Kunitoshi+Misawa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-5w_ZeJx-UJ4/U4pLL6A_GpI/AAAAAAAAFLg/4OqU4rtFtGs/s1600/Cotia+decada+de+40,+%C3%A0+direita+Yoshimasa+Ohata+%C3%A0+esquerda+Kunitoshi+Misawa.jpg" height="246" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Armazem da Cooperativa Agrícola de Cotia na década de 40. <br />
Á direita o gerente Yoshimasa Ohata e à esquerda o Sr. Kunitoshi Misawa.<br />
Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.25</td></tr>
</tbody></table>
As famílias que moravam do lado direito do rio, atravessavam a barco para ir à cidade.<br />
À cidade chegaram famílias que se dedicaram também às atividades comerciais e de serviços, como bares, lavanderias e hotelaria. Foi o caso das famílias Iwamoto, Maekawa, Narita, Nagata, Tanisho e Tominaga.<br />
A família Tanisho tornou-se proprietária do antigo Bar Brasil, ponto de encontro da população local e também uma referência para os imigrantes japoneses que aqui chegavam.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-380FvsLZ-zg/U4pMgISEnMI/AAAAAAAAFLs/DS3q0VUjciY/s1600/Bar+Brasil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-380FvsLZ-zg/U4pMgISEnMI/AAAAAAAAFLs/DS3q0VUjciY/s1600/Bar+Brasil.jpg" height="311" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bar Brasil, década de 40. Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.24</td></tr>
</tbody></table>
Em agosto de 1949, José Quiotaque Tanisho instalou um botequim e uma fábrica de balas na rua Dr. Lúcio Malta. As balas, conhecidas como balas “japonesas” tornaram-se produto de referência para a cidade, assim como o biscoito. A receita da bala, retirada do livro de culinárias de dona Benta pela senhora Murakawa, foi aperfeiçoada pela senhora Hideko Seki Tanisho e, dessa forma, produzida artesanalmente, em larga escala, pela fábrica.” (Kanazawa , J.N 2004, págs. 15 e 16)<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-QGqBV8QKD3Q/U4pM5JLeE9I/AAAAAAAAFL0/ci2JzA1tT3U/s1600/$a+anos+da+coloniza%C3%A7%C3%A3o+Japonesa+em+Jacare%C3%AD.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-QGqBV8QKD3Q/U4pM5JLeE9I/AAAAAAAAFL0/ci2JzA1tT3U/s1600/$a+anos+da+coloniza%C3%A7%C3%A3o+Japonesa+em+Jacare%C3%AD.jpg" height="286" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lembrança da Comemoração dos 40 anos da Colonização Japonesa em Jacareí em dezembro de 1968. <br />
Atrás, da esquerda para a direita: Moriaki Ueno, Gerente da Cooperativa, Karazawa, Iwamura e Noda.<br />
Sentados, da esquerda para a direita: Tsuruichi Yamaguchi, Santaro Namoto, o casal Nagata e Kimura<br />
Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.20:</td></tr>
</tbody></table>
“Uma das formas de lazer, a partir da década de 30, foram os cinemas ambulantes, que desempenharam uma importante função de entretenimento para os japoneses e seus descendentes do interior, amenizando a dura vida que levavam.<br />
As projeções dos filmes eram feitas em uma tela de pano branco, somente com a sonorização do narrador. Com o tempo, tornaram-se falados e também coloridos.<br />
O dia do cinema em Jacareí era esperado com grande ansiedade pela comunidade japonesa. Era uma oportunidade de lazer, além de encontrarem amigos e conversarem.<br />
No começo, os filmes eram projetados no Kaikan do Rio Abaixo, depois na sede da Associação, na estrada do Meia Lua. Além desses locais, foram projetados também na Cooperativa e nos kaikans das colônias de JAMIC e Santana.” (Kanazawa, J.N. 2004, pág. 27)<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-O5Yn53wrVrQ/U4pODOOpwyI/AAAAAAAAFMA/WYLmkUV2-ng/s1600/Cooperativa+Cotia+de+Jacare%C3%AD.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-O5Yn53wrVrQ/U4pODOOpwyI/AAAAAAAAFMA/WYLmkUV2-ng/s1600/Cooperativa+Cotia+de+Jacare%C3%AD.jpg" height="248" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.25</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-4pVe9AZelzo/U4pOHRGKByI/AAAAAAAAFMI/2lib0vQ4Hd4/s1600/Idosos+e+mo%C3%A7as+d%C3%A9cada+de+50.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-4pVe9AZelzo/U4pOHRGKByI/AAAAAAAAFMI/2lib0vQ4Hd4/s1600/Idosos+e+mo%C3%A7as+d%C3%A9cada+de+50.jpg" height="216" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Grupo de moças e de idosos em homenagem aos idosos (keirokai) dácada de 50.<br />
Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.26</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-O3F-P2iv4iY/U4pOMNGCVYI/AAAAAAAAFMQ/GyniC7IUPuo/s1600/Sede+da+Associa%C3%A7%C3%A3o+Japonesa+de+Jacare%C3%AD+(sede+de+sap%C3%A9).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-O3F-P2iv4iY/U4pOMNGCVYI/AAAAAAAAFMQ/GyniC7IUPuo/s1600/Sede+da+Associa%C3%A7%C3%A3o+Japonesa+de+Jacare%C3%AD+(sede+de+sap%C3%A9).jpg" height="183" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sede da Associação Japonesa em Jacareí em sede de sapê)<br />
Foto do livro Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, pag.19</td></tr>
</tbody></table>
<br />Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-17561377606616266642014-05-29T08:59:00.002-07:002014-05-29T08:59:19.293-07:00Memórias da imigração japonesa em Jacareí: os primeiros tempos<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-wHHnB3toih0/U4dVGl_Iu5I/AAAAAAAAFKQ/Oh7jO-YksHU/s1600/Japoneses.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-wHHnB3toih0/U4dVGl_Iu5I/AAAAAAAAFKQ/Oh7jO-YksHU/s1600/Japoneses.jpg" height="238" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">(Foto Internet)</td></tr>
</tbody></table>
Segundo informações contidas no livro: Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, organizado por <b>Julia Naomi Kanazawa, editado em 2004</b>, conseguimos resgatar um pouco mais da memória dos primeiros imigrantes japoneses que vieram para Jacareí.<br />
<br />
“Os primeiros imigrantes japoneses chegaram ao Brasil em junho de 1908 a bordo do navio Kasato-maru. Estes, assim como todos os outros que aqui vieram, não imaginavam se fixar ou recriar o mundo ao qual estavam habituados em terras estranhas. Saíam pensando em conseguir algum dinheiro e voltar ao país de origem.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-TIigrgo72Zw/U4dWWb_M8_I/AAAAAAAAFKY/xsQJe1lXNF8/s1600/kasato_maru+para+blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-TIigrgo72Zw/U4dWWb_M8_I/AAAAAAAAFKY/xsQJe1lXNF8/s1600/kasato_maru+para+blog.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">(Foto Internet)</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-dT9O4V6AEIw/U4dWifNmJEI/AAAAAAAAFKg/WDU2Eh1g4ZY/s1600/Kasato_Maru_lista+de+passageiros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-dT9O4V6AEIw/U4dWifNmJEI/AAAAAAAAFKg/WDU2Eh1g4ZY/s1600/Kasato_Maru_lista+de+passageiros.jpg" height="400" width="330" /></a></div>
<br />
As listas completas de passageiros deste navio podem ser encontradas no <a href="http://www.arquivoestado.sp.gov.br/kasatomaru.php">site:http://www.arquivoestado.sp.gov.br/kasatomaru.php</a><br />
<br />
O Brasil, por sua vez, através dos cafeicultores paulistas, não mediu esforços para estimular o processo migratório. Organizou uma infraestrutura que envolvia passagens gratuitas e a construção de uma hospedaria em São Paulo para abrigar os recém-chegados, até a sua ida para as plantações de café. Por outro lado, o governo japonês, a partir de 1925, também começou a custear a viagem de todos imigrantes japoneses que vinham para o Brasil. A propaganda divulgada pelo governo japonês no Japão veiculava que o Brasil era um país abundante, cheio de riquezas e que em pouco tempo poderia se acumular muito dinheiro. Segundo o relato da senhora Koto Murata Misawa, que chegou ao Brasil em 1933, eram mostradas fotos do Brasil no Japão. A sua mãe, vendo as fotos, imaginou que o fruto do café tinha o tamanho de uma laranja. Quanta decepção quando aqui aportou!<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-Be93gjQJCFM/U4dX2-jyxNI/AAAAAAAAFKs/GKJ9yyO96y8/s1600/hospedaria+em+Santos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-Be93gjQJCFM/U4dX2-jyxNI/AAAAAAAAFKs/GKJ9yyO96y8/s1600/hospedaria+em+Santos.jpg" height="266" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Hospedaria do Imigrante, em Santos (foto Internet)<br /><br /><br /><div style="text-align: left;">
<span style="font-size: small;">Chegando ao porto de Santos, depois de uma viagem que durava cerca de 50 a 60 dias, os imigrantes seguiam de trem para a Hospedaria dos Imigrantes, localizada no Bairro do Brás, beirando a linha de estrada de ferro São Paulo Railway. Essa hospedaria estava encarregada de recebê-los, hospedá-los e encaminhá-los para o trabalho nas fazendas de café e núcleos coloniais.” <b>(Kanazawa, J.N. 2004, p7 e 8)</b></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-TrWi345UOdY/U4dYIzItonI/AAAAAAAAFK4/3KBcps-Yg-U/s1600/japoneses+em+Santos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-TrWi345UOdY/U4dYIzItonI/AAAAAAAAFK4/3KBcps-Yg-U/s1600/japoneses+em+Santos.jpg" height="290" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">(Foto Internet)</td></tr>
</tbody></table>
“Desde que chegaram à cidade de Jacareí, os imigrantes foram se concentrando em determinadas regiões e/ou bairros, formando, dessa forma, núcleos coloniais. Inicialmente, a maioria concentrou-se na região do Rio Abaixo. Mais tarde foram também se fixando em outros bairros como Tanquinho, lambari, Figueira, Santana, Jamic e Takamori II. Os primeiros imigrantes japoneses chegaram em Jacareí, no início do séc. XX, na década de 20.<br />
A família Shoji instalou-se no bairro Bom Jesus, em junho de 1927. Em seguida, seis meses depois, os Murakawa, chegaram ao bairro Campo Grande; mais tarde, mudaram-se para o Rio Abaixo e depois para o bairro Bom Jesus.<br />
Em maio de 1929, a família Nomoto, vinda de Pindamonhangaba, instalou-se na região do Rio Abaixo. Em julho desse mesmo ano, chegaram os irmãos Yamaguchi, também se fixando na região. Essas famílias dedicaram-se, principalmente, à lavoura de arroz e do tomate.” <b>(Kanazawa, J.N. 2004, pág. 15)</b>.Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-46823011800858544042014-05-28T12:26:00.004-07:002014-05-28T16:29:14.944-07:00Memórias da Imigração Japonesa em Jacareí: Tsuruiti Yamaguchi<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-5TumqGkokWk/U4ZfmlZiQXI/AAAAAAAAFJY/r0mXLOOGTcI/s1600/Tsuruiti.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-5TumqGkokWk/U4ZfmlZiQXI/AAAAAAAAFJY/r0mXLOOGTcI/s1600/Tsuruiti.jpg" height="400" width="310" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sr.Tsuruiti Yamaguchi</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-ih9uf78y3jw/U4Y4Iy2_ydI/AAAAAAAAFJI/Brh3g_uW84I/s1600/manila-maru_1925-1935_na_full.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-ih9uf78y3jw/U4Y4Iy2_ydI/AAAAAAAAFJI/Brh3g_uW84I/s1600/manila-maru_1925-1935_na_full.jpg" height="313" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-_XjElcxegRY/U4ZfVt1qA_I/AAAAAAAAFJU/1Li52cakVeA/s1600/manila+Maru+navio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-_XjElcxegRY/U4ZfVt1qA_I/AAAAAAAAFJU/1Li52cakVeA/s1600/manila+Maru+navio.jpg" height="180" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Navio Manila Maru</td></tr>
</tbody></table>
<br />
T<b>suruiti Yamaguchi</b><br />
<br />
“Viemos ao Brasil em setembro de 1925, no navio Manila-maru.<br />
Viemos para Jacareí, em agosto de 1929, de uma cidade do Sul do Japão, de nome Saga-ken.<br />
Viemos em seis pessoas: meu avô, meu pai, meu tio, minha mãe e um irmão. Eu tinha 15 anos de idade.<br />
Saímos do Japão porque meu pai ficou muito apertado na vida. Pensou em emigrar para o Brasil porque o pai ouvia falar muito que em dois, três anos as pessoas ficavam milionárias aqui.<br />
Chegamos primeiro no Paraná, onde ficamos mais ou menos dois anos. No Paraná, vida muito difícil para nós, não deu certo, então viemos para São Paulo. Em São Paulo, também muitas dificuldades, então meu pai quis vir para Jacareí.<br />
Viemos para plantar arroz, então ficamos na fazenda de Cândido Porto.<br />
Quando viemos, tinha já três famílias japonesas em Jacareí: família Murakawa morava no bairro Campo Grande, família Shoji, morava no bairro Bom Jesus, e família Nomoto, no Rio Abaixo.<br />
A família Shoji foi a primeira que chegou, em 1928. Eles também vieram do Paraná. Vieram Harumoru Shoji, sua esposa Hideo Shoji e Mabito Shoji, bebê, pequeno.<br />
Aqui, tudo era plantação de café. No Japão, café era usado como planta para enfeitar jardim.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-ZpvyhWwCnGc/U4ZgOFTtJ1I/AAAAAAAAFJg/vYNZDMzWa1M/s1600/japoneses+trabalhando+na+colheita.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-ZpvyhWwCnGc/U4ZgOFTtJ1I/AAAAAAAAFJg/vYNZDMzWa1M/s1600/japoneses+trabalhando+na+colheita.jpg" height="263" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto do Acervo do Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil (Internet)</td></tr>
</tbody></table>
A alimentação nossa não tinha carne. A gente comia os peixes que caçava na valeta. Quando vinha na cidade, comprava bacalhau. Bacalhau era muito caro, mas nós comprava. Nós comia arroz, muito arroz e também tomate que nós plantava. Tomate com arroz. Tomate como salada, temperado com shoyu. O shoyu nós mesmo preparava com feijão e milho. Não era igual do Japão, mas quebrava o galho.<br />
No Rio Paraíba, tinha muito peixe, mas a gente morava 9 km longe da cidade, e não tinha condução. Nós tinha que vir andando. Era duro fazer compras.<br />
No domingo, a gente mandava carro de boi para vender coisas no mercado.<br />
Então, nós juntamos dinheiro e arrendamos uma chácara bem pequena, lá na estrada do Rio Abaixo. Nós tinha lavoura de arroz e de tomate.<br />
A gente era pouca gente, então uns ajudava os outros quando dava, né!<br />
Lá, sempre o rio Paraíba enchia muito. Plantação tudo ficava debaixo da água! Às vezes, rio demorava, três, quatro dias pra baixar a enchente, e nós perdia tudo. Às vezes muita seca, precisava carregar água para regar plantação. Vida muito difícil, muito trabalho, pouco dinheiro...<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-ApykJcQV5K0/U4Y1HFv4MoI/AAAAAAAAFJA/hBhTei-tMJ8/s1600/Bala+Japonesa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-ApykJcQV5K0/U4Y1HFv4MoI/AAAAAAAAFJA/hBhTei-tMJ8/s1600/Bala+Japonesa.jpg" height="276" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fabricação da famosa bala japonesa, criada pela Sra. Murakawa e aperfeiçoada pela Sra. Hideko Seki Tanisho</td></tr>
</tbody></table>
Foram chegando mais famílias. Em 1933 já tinha 12, 13 famílias, então em1938 meu pai, meu irmão e mais um grupo de japoneses fundaram a Cooperativa de Jacareí. Os produtores mandavam a safra para Cooperativa e ela vendia tudo: arroz, tomate, batata, ovos, A Cooperativa foi uma coisa muito boa, porque ela facilitava muito a vida da colônia japonesa: escolhia a terra melhor para a cultura, orientava o que a família tinha que plantar.<br />
Em 1936, eu casei com esta senhora aqui do meu lado: dona Maria Yamaguchi. Nós se conheceu porque a família dela morava pertinho lá de onde nós arrendamos o terreno pra plantar.<br />
Dona Maria, presente ao nosso encontro, disse que se adaptou sem problemas à cultura do marido. Ela fala japonês, “melhor do que ele fala o português”, cozinha as comidas típicas: arroz, missô, missoshiru, os doces de feijão. A festa de casamento foi simples, mas muito bonita. Toda a colônia compareceu. Teve muita fartura de comida, japonesa e brasileira, né!<br />
E essa história de que os japoneses não recebem bem na família genros e noras que não são da raça deles? perguntei.<br />
Comigo não teve problema, ela respondeu.”<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-6SHqaHryKfw/U4Zg1qJA1wI/AAAAAAAAFJo/51ZowYXZRnE/s1600/Japoneses+em+Jacare%C3%AD.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-6SHqaHryKfw/U4Zg1qJA1wI/AAAAAAAAFJo/51ZowYXZRnE/s1600/Japoneses+em+Jacare%C3%AD.jpg" height="256" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Família Japonesa em Jacareí</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-xW5gvDEy_so/U4ZuKuX4AkI/AAAAAAAAFJ8/FXB1ibsVdUs/s1600/Bar+Brasil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-xW5gvDEy_so/U4ZuKuX4AkI/AAAAAAAAFJ8/FXB1ibsVdUs/s1600/Bar+Brasil.jpg" height="281" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bar Brasil, da família Tanisho<br />
<span style="font-size: small;"><br /></span>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: small;">A familia Tanisho tornou-se proprietária do antigo Bar Brasil, ponto de encontro da população local e também uma referência para os imigrantes japoneses que aqui chegavam. Em agosto de 1949, José Quiotaque Tanisho instalou um botequim e uma fábrica de balas na rua Dr. Lúcio Malta. As balas, conhecidas como "bala japonesa", tornaram-se produto de referência para a cidade, assim como o biscoito e a cerveja. A receita da bala, retirada do livro de culinária de dona Benta pela senhora Murakawa, foi aperfeiçoada pela senhora Hideko Seki Tanisho e, dessa forma, produzida em larga escala, na fábrica.</span><i style="font-size: medium;"><b> (fonte: Caminhos da Imigração Japonesa em Jacareí, Kanazawa, Júlia Naomi, 2004)</b></i></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-22443499831132769052014-05-10T13:10:00.003-07:002014-05-10T14:46:00.937-07:00Rosália de Oliveira Branco, memórias<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-qHHuJCmF-U0/U26IscpPuiI/AAAAAAAAFGA/XrKsutZZs2o/s1600/V%C3%B3+Ros%C3%A1lia+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-qHHuJCmF-U0/U26IscpPuiI/AAAAAAAAFGA/XrKsutZZs2o/s1600/V%C3%B3+Ros%C3%A1lia+2.jpg" height="400" width="380" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rosália de Oliveira Branco</td></tr>
</tbody></table>
“A minha ascendência é toda de Jacareí.<br />
Os pais de meu pai e de minha mãe eram nascidos aqui.<br />
Meu pai chamava-se Salvador de Oliveira Branco, mais conhecido na cidade como Vadô Branco. Ele era filho de José Branco de Oliveira e de Joana Maria da Conceição.<br />
O meu avô era muito bonito, claro, de olhos azuis. Ele faleceu com 126 anos, lá nas terras dele, onde era a fábrica da Lavalpa. Antes disso, ele morava no Bairro do Poço.<br />
A minha avó chamava-se Joana Maria da Conceição. Meu pai era um homem forte, muito bonito e trabalhador. Ele era muito simples, analfabeto, mas tinha boas amizades, era muito querido. Ele morreu com 82 anos. Não lembro a data em que ele nasceu, mas sei que ainda tinha os escravos.<br />
Minha mãe chamava-se Virgilina Maria da Conceição. O pai dela era José Bertolino de Morais e a mãe era Francisca da Conceição.<br />
Minha avó Francisca casou com um homem muito ruim, que foi pra guerra do Paraguai e não voltou mais.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-6tnFfLMxAs4/U26K2ovLwSI/AAAAAAAAFGM/1G0Rrt7L9Vo/s1600/batalhadoAvai.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-6tnFfLMxAs4/U26K2ovLwSI/AAAAAAAAFGM/1G0Rrt7L9Vo/s1600/batalhadoAvai.jpg" height="290" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Guerra do Paraguai foi o mais longo e sangrento conflito ocorrido na América do Sul. Durante 5 anos, o Brasil, a Argentina e o Paraguai, apoiados financeiramente pela Inglaterra, travaram esta batalha que traria sérias consequências. Ao final do conflito, o Paraguai estava destruído. A guerra também trouxe conseqüências para o Brasil: a popularidade de D. Pedro II caiu e a oposição aumentou com os movimentos abolicionistas e republicanos ganhando as ruas. Estava preparado o terreno para o fim da monarquia. Durante a Guerra do Paraguai, o Brasil viveu uma política de Conciliação (entre 1853 e 1868), que consistiu numa alternância entre liberais e conservadores no poder. Porém vários fatores, dentre eles, a própria Guerra contribuíram para o término dessa política.</td></tr>
</tbody></table>
Então ela foi morar com um escravo do Dr. Virgílio, casado com a D. Edwiges, que eram donos do Colégio Cônego José Bento, atual Escola Profissional, lá no Avareí. Com esse escravo, minha avó teve seis filhos: João, Bertolino, José, Belmiro, Francisco e a minha mãe, Virgilina. Como seu pai era negro, ela saiu uma morena muito bonita, de olhos muito azuis. Minha mãe morreu com 102 anos. Era uma mulher muito decidida, valentona, trabalhadeira. Teve onze filhos, nove mulheres e dois homens: Cesario, Valentino, Basilisa, Juventina, eu, Clarinda, Cecilia, Florisa e Idalina...Ela criou uma porção de sobrinhos, uma enteada, a Joaninha e muitos netos.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-Qv0MEPg6zf8/U26NgSsoPZI/AAAAAAAAFGc/kSXi_JLMuTc/s1600/0949_+Av+Avare%C3%AD.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-Qv0MEPg6zf8/U26NgSsoPZI/AAAAAAAAFGc/kSXi_JLMuTc/s1600/0949_+Av+Avare%C3%AD.JPG" height="272" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Largo do Avareí</td></tr>
</tbody></table>
Eu sou de 1.900. Nasci em 11 de novembro de 1.900. Sou a quinta filha. Nasci na fazenda de meus pais, no Rio Abaixo, onde hoje é a fábrica da SAADE, além da Dutra. A casa onde eu nasci ainda existe. Meu pai vivia da lavoura: feijão, milho, arroz. Tinha também muito gado. A fazenda era muito grande. Papai tinha colonos. Ele beneficiava arroz, fubá, socava café, destilava pinga. O alambique fabricava dois barris de pinga por dia. Na roça, todo mundo trabalhava, até as crianças, com a vassoura, puxando arroz, estendendo arroz. Na época não havia luz elétrica. Depois nós fomos morar na Fazenda Quatro Palmeiras, atual Cidade Jardim.<br />
Ele vendeu a fazenda e viemos para a cidade, morar na Rua de Baixo (hoje Luiz Simon). Nossa casa era de esquina, muito grande, tinha uma porção de quartos e uma sala enorme. Moramos lá alguns anos, depois, mais ou menos em 1918, 1919, papai vendeu a casa e comprou uma chácara onde hoje é o bairro Jardim Leonídia. Tinha o Rio Paraíba de um lado, e de resto, era tudo pasto. A casa ficava na esquina oposta ao Hotel Piaza. Papai criava muito gado ali.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-MVj4cTNnHlE/U26dTiRKv1I/AAAAAAAAFH8/IQrZJXmt0MY/s1600/0257_Pra%C3%A7a+dos+3+Poderes.JPGa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-MVj4cTNnHlE/U26dTiRKv1I/AAAAAAAAFH8/IQrZJXmt0MY/s1600/0257_Pra%C3%A7a+dos+3+Poderes.JPGa.jpg" height="302" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">o "Esmaga Sapo"</td></tr>
</tbody></table>
Naquela época, as enchentes inundavam tudo. A gente ficava ilhada. Uma vez chegou a verter água até na cozinha de mamãe. Lembro-me das boiadas enormes que passavam em frente da chácara e atravessavam a cidade até o Mercado, que era muito sortido, mas a construção era muito feia, toda de tábuas. Atravessando o Rio Paraíba, indo para o São João, tinha algumas casas muito bonitas. Lembro-me da casa do Alfredo Schurig, que era muito rico, tinha um pesqueiro na beira do rio e uma porção de barcos. Do outro lado, também tinha uma casa muito boa, dos parentes do Seu Aníbal Paiva.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-XscTfRdr9OA/U26O5o7N5aI/AAAAAAAAFGw/DzCtP7ZiJe8/s1600/0143_Ponte-Rio+Para%C3%ADba.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-XscTfRdr9OA/U26O5o7N5aI/AAAAAAAAFGw/DzCtP7ZiJe8/s1600/0143_Ponte-Rio+Para%C3%ADba.JPG" height="255" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">residencia do Sr. Agostinho Paiva, tio de Dr. Celso Paiva</td></tr>
</tbody></table>
O cinema tinha nos Quatro Cantos, no lugar que hoje tem a farmácia. Depois foi a casa Zonzini. Às vezes, a gente ia no cinema, que era mudo. O filme passava enquanto a Elisita Mercadante tocava piano. A imagem do filme era muito ruim, mas a música era muito boa!<br />
A ponte era muito feia, de metal e o resto do bairro era só pastos.<br />
As recordações de minha infância são todas tristes. A gente trabalhava muito, quase não saía pra nada. Tanto meu pai como minha mãe eram muito severos e a vida bastante sacrificada. Lembro que meu pai ia a cavalo pro litoral. Atravessava a serra a cavalo. Pousava na Serra e então descia pro<br />
litoral. Dizia pra gente que era uma viagem muito perigosa, que não dava pra levar a família. Eu mesma só conheci a praia com seis, sete anos de casada, já com quatro, cinco filhos...<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-3gIwp2D4zD0/U26c5uAZIjI/AAAAAAAAFH0/2oebVIYAgkw/s1600/0418_1%C2%BA+Grupo+Escolar+Cel+Carlos+Porto+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-3gIwp2D4zD0/U26c5uAZIjI/AAAAAAAAFH0/2oebVIYAgkw/s1600/0418_1%C2%BA+Grupo+Escolar+Cel+Carlos+Porto+2.jpg" height="298" width="400" /></a></div>
<br />
Quando eu completei 12 anos, eu entrei na escola, no grupo escolar Carlos Porto, onde eu aprendi um pouco. O nome de minha professora era D. Cássia. Nessa época, a gente morava na Rua Luiz Simon, no fim dessa rua, perto do Santo Cruzeiro. Eu passava todos os dias pela casa de comércio do Mercadante. Lembro muito da Bolívia Zonzini, que foi amiga de minha irmã, da Clarinda. Eu lembro que as duas puxavam junto a fila da escola. Eram tão bonitinhas! A Bolívia era branquinha, branquinha, magrelinha, tinha o cabelo liso, cortado na altura do queixo. O pai dela colocou o nome dos estados da América nos filhos todos.<br />
Eu não tinha amigas, não saía. O passeio era ir até a missa e da missa voltar pra casa. O serviço de casa era muito. A gente socava café, canjica, naquele pilãozinho (aponta o pilão no canto da sala). A gente tinha que buscar água no Rio Paraíba. Muitas pessoas também tinham poço em suas casas.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-39-hn0v2Fa8/U26QPhKk7aI/AAAAAAAAFG8/MJtzEaw9Gys/s1600/1270_grupo+de+pessoas.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-39-hn0v2Fa8/U26QPhKk7aI/AAAAAAAAFG8/MJtzEaw9Gys/s1600/1270_grupo+de+pessoas.JPG" height="285" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Grupo de cavaleiros no início do séc passado</td></tr>
</tbody></table>
Meu pai tinha muita amizade com um homem muito rico, o Chico Leitão. Eles saíam para fazer caçadas. Saíam 8, 10 dias pro mato, caçando paca, capivara, enquanto as mulheres ficavam em casa cuidando da criançada, enxugando arroz, enxugando café, fazendo aqueles tachos enormes de rapadura. Eu ficava olhando o melado engrossando. Era duro!<br />
Eu tinha uma amiguinha que se chamava Cotinha. Ela morava no Avareí e era um pouco mais nova do que eu. Aí, quando ela tinha 14 pra 15 anos, ela começou a gostar do Zé Theodoro de Siqueira. Ela namorou um pouco com ele, mas não queria casar. Naquele tempo, as moças casavam com 15, 16 anos. Era costume. Foi quando eu o conheci. Nós namoramos só três meses e já casamos. Foi em 1920, no dia 1º de maio. Meu casamento foi igual a um batizado. Não teve festa nenhuma, porque minha sogra tinha morrido 15 dias antes e os convites do casamento já estavam todos distribuídos. O José Theodoro era de uma família de Salesópolis. Era de uma família muito grande também.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-iWlC0x7M1EU/U26dyMZMNCI/AAAAAAAAFIE/0AKQN7YVZpE/s1600/0030_Rua+Rui+Barbosa.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-iWlC0x7M1EU/U26dyMZMNCI/AAAAAAAAFIE/0AKQN7YVZpE/s1600/0030_Rua+Rui+Barbosa.JPG" height="237" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rua Rui Barbosa</td></tr>
</tbody></table>
Se eu me casei apaixonada?<br />
E dá para apaixonar em três meses? Naquele tempo não tinha disso de as pessoas se apaixonarem. A moça olhava o rapaz duas, três vezes e já era pedida em casamento e logo já ia pro altar. Eu casei mesmo por influência da minha mãe. Ela preocupava-se demais com aquele monte de filhas...que podia morrer antes de meu pai, que ele ia colocar outra mulher em casa, que podia não ter paciência com a gente. Então queria nos ver todas casadas, logo, logo!<br />
Bom, a gente se casou e fomos morar lá onde hoje é o Banco Real. A casinha era feinha, tinha um portãozinho todo cheio de mato em volta, e aquela terra mole, afundando. Os terrenos lá não tinham nenhum valor! Moramos ali até 1925, 1926. Com muito trabalho e as economias, compramos uma chácara muito bonita, cheia de morros, na casa onde ainda eu moro.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-uv3eHUP_Zig/U26RBGoiX3I/AAAAAAAAFHE/fLn1u4hg1M4/s1600/0800_Beco+do+Caranguejo+ou+Marrelli.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-uv3eHUP_Zig/U26RBGoiX3I/AAAAAAAAFHE/fLn1u4hg1M4/s1600/0800_Beco+do+Caranguejo+ou+Marrelli.JPG" height="273" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Beco do Caranguejo ou do Marreli. As terras da chácara de Dona Rosália ficavam atrás</td></tr>
</tbody></table>
O Zé Theodoro comprou a chácara de um padre de São Paulo, o padre Nicola. Ela era toda plantada de uvas de várias qualidades, tinha muitos pés de ameixa, abacate, manga. Nossos vizinhos de terra eram Manoel Teixeira, que morava do lado de lá (perto da Caixa D’água) e o Joaquim Cachuté. Passados alguns anos, o Joaquim resolveu lotear o terreno dele. Aí começaram nossos problemas. O pessoal começou a invadir nossas terras, roubar frutas. O Zé ficou desgostoso e loteou também, no ano de 1940. Essas ruas aqui do bairro são todas dos parentes do José: João Theodoro foi seu irmão, Francisco Theodoro foi seu pai e Rosalina de Siqueira, sua mãe. Eu me casei e comecei a ter filhos. Tive onze, como minha mãe, e, como minha mãe, nove mulheres e dois homens: Otília, Odila, Virgínia, Amasilis, Dinorá, Manoel, Roberto, Mercedes, Eunice, Dora e Rosilene. Todos os meus filhos nasceram em casa, com parteira, inclusive, duas meninas, eu tive sozinha.<br />
Quando as crianças ficavam doentes, a gente levava para a farmácia do seu Rodolfo de Siqueira, pai do Américo e do Odilon. Era uma farmácia muito boa, grande, e era o seu Rodolfo que receitava os remédios. Tinha um médico, o Dr. Novaes, que já era velho, meio careca, e morava na esquina da Lúcio Malta, onde depois morou o Dr. Vergueiro, mas quem resolvia os problemas das crianças era mesmo o seu Rodolfo.<br />
Eu me lembro muito bem da gripe espanhola aqui em Jacareí. Foi um horror! Morria tanta gente que nem dava tempo de enterrar.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-GtZyREtU0uc/U26S99xLTtI/AAAAAAAAFHQ/2y6teAquBOQ/s1600/gripe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-GtZyREtU0uc/U26S99xLTtI/AAAAAAAAFHQ/2y6teAquBOQ/s1600/gripe.jpg" height="296" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
A gente ficava tudo dentro de casa, com medo de sair para a rua e pegar a doença. Tudo era passado na água fervendo: as roupas, os pratos, os talheres. Água também a gente fervia pra beber. Sei que teve outra epidemia que matou muita gente, que o povo comentava. Diziam que era a bixiga. A doença dava umas feridas feias, que marcavam as pessoas, que chamavam de bexiguentos, mas dessa não tenho muitas lembranças, não. Acho que essa foi nos tempos de minha mãe, ela que comentava com a gente.<br />
Minha vida de casada também foi muito dura, tão dura quanto a de solteira. Criei meus onze filhos sem a ajuda de ninguém. Levantava às 4 horas da madrugada, fizesse chuva ou sol, para tirar leite. Um pouco antes, dava de mamar para a criança. Quantas vezes não encontrei meus filhos debaixo da cama, cansados de chorar... quantas vezes não tirei do chiqueiro, todos sujos, indo atrás de mim. Era uma vida muito triste. Só ter filhos e trabalhar. O marido não queria nem saber! Todas as mulheres levavam essa vida sacrificada: tirando leite, fazendo queijo, olhando as crianças. A mulher, na verdade, era uma empregada do marido. Eles vestiam-se bem, terno de linho bem passado, arreavam seu bonito cavalo, vinham pra cidade e só voltavam no dia seguinte...<br />
E o que eles faziam? Perguntei. Sabe lá Deus! foi a resposta.<br />
Eu tive um irmão, o Cesário de Oliveira Branco, que foi um homem muito rico. Ele teve um enorme depósito de madeira e uma serraria ali onde hoje é a Rua Ramira Cabral. A central (Estrada de Ferro) entrava na serraria dele para descarregar aquelas toras imensas de madeira. Ele teve fábrica de meias, várias casas. Depois, deu um revertério na vida dele e acabou na miséria. Perdeu tudo.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-9mdLkaYhJbo/U26UXt1yi7I/AAAAAAAAFHc/_xez1jvYpLA/s1600/Serraria+Concei%C3%A7%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-9mdLkaYhJbo/U26UXt1yi7I/AAAAAAAAFHc/_xez1jvYpLA/s1600/Serraria+Concei%C3%A7%C3%A3o.jpg" height="293" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Serraria Conceição</td></tr>
</tbody></table>
Na época, quem guardava dinheiro aqui era o Nicolau Mercadante. Todos os nossos amigos guardavam dinheiro com ele, sem recibo, sem documentos, na confiança. Ele era o Banco da época. Meu marido nunca guardou. Ele emprestava, cobrando um jurinho de nada. As lembranças boas que eu tenho são das festas religiosas. As do Divino Espírito Santo duravam oito dias. Os festeiros davam comida para o povo até o último dia. Era armada uma mesa que pegava desde a esquina, onde era a casa do Dr. Marrelli, até a porta do Cinema Rio Branco. Serviam arroz, feijão, um mundo de carne... Vinha aquele povaréu com os filhos, avançava na comida que acabava num instante! A festa da Nossa Senhora da Conceição também durava oito dias. Queimavam fogos no meio do povo. Tinha música, serviam biscoitos, aqueles biscoitos de rodela com café.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-zcp0gY3n0oo/U26Uq-skwzI/AAAAAAAAFHk/XDrh2udLTME/s1600/0028_Rua+Alfredo+Schurig.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-zcp0gY3n0oo/U26Uq-skwzI/AAAAAAAAFHk/XDrh2udLTME/s1600/0028_Rua+Alfredo+Schurig.JPG" height="263" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rua Alfredo Schurig enfeitada para a Festa da Conceição</td></tr>
</tbody></table>
Outra festa que vinha muita gente era a da Carpição. Era uma festa religiosa com procissão que acontecia sempre no mês de agosto. Era uma festa para a Nossa Senhora. As pessoas faziam piquenique, iam namorar. Uma festa muito alegre que durava o dia inteiro.<br />
Tinha o Carnaval também. No Carnaval as festas aconteciam no Largo da Matriz. Era uma brincadeira com muita lama, perfume e confete. Mamãe não deixava a gente ir, não. Era muita confusão! Sabe, minha filha, eu não tenho saudade nenhuma daqueles tempos! Prefiro a vida como ela é agora!”<br />
<div>
<br /></div>
Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-21705735235179541212014-05-05T16:08:00.000-07:002014-05-05T21:07:01.119-07:00Informações complementares - Jacareí na II Guerra Mundial<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-nFZ4csSbdlM/U2gVIFW4BqI/AAAAAAAAFE8/QA11iZhG5RY/s1600/NS+montada+no+altar+para+proteger+os+soldados+que+foram+na+guerra.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-nFZ4csSbdlM/U2gVIFW4BqI/AAAAAAAAFE8/QA11iZhG5RY/s1600/NS+montada+no+altar+para+proteger+os+soldados+que+foram+na+guerra.jpg" height="400" width="270" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto do acervo da Sra. Nair D'Á'vila</td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f8; font-size: 12px; line-height: 13.963635444641113px;">"Esta imagem de N. Senhora acompanhou as familias que ficaram sem seus filhos para irem a guerra. a N Sra continua na Sede da FEB. Era costume as familias montarem altar na sala para receberem esta imagem e orarem pelos pracinhas." ( informação prestada por Rosalina Ramalho, que enviou também a foto de seu avô Sebastião Alves de Campos, à direita.</span></span><br />
<span style="background-color: #f6f7f8; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11.818181991577148px; line-height: 13.963635444641113px;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-Qh8ihaSShik/U2gXm2z6M8I/AAAAAAAAFFI/bNZUOaVe7J8/s1600/Sebasti%C3%A3o+Alves+de+Campos,+av%C3%B4+de+Rosalina+Ramalho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-Qh8ihaSShik/U2gXm2z6M8I/AAAAAAAAFFI/bNZUOaVe7J8/s1600/Sebasti%C3%A3o+Alves+de+Campos,+av%C3%B4+de+Rosalina+Ramalho.jpg" height="400" width="276" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="background-color: #f6f7f8; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 13.963635444641113px;">Fico muito feliz e emocionada com a repercussão que o Blog vem alcançando entre os leitores virtuais. Esta postagem tão recente (foi colocada nesta magrugada) já recebeu mais de 200 leituras até agora. Recebo informações complementares, fotos, mensagens de agradecimento e de incentivo. Sou eu quem deve agradecer a todos vocês, pela receptividade que o assunto merece. Esta página é dedicada à memória de nossos heróis. Que descansem em paz!</span></div>
<span style="background-color: #f6f7f8; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 11.818181991577148px; line-height: 13.963635444641113px;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-IH1doejc4uQ/U2gZS-nQlpI/AAAAAAAAFFU/hn5LUc4u8fc/s1600/1907648_687055138010567_6371878700497894675_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-IH1doejc4uQ/U2gZS-nQlpI/AAAAAAAAFFU/hn5LUc4u8fc/s1600/1907648_687055138010567_6371878700497894675_n.jpg" height="281" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ex combatentes de Jacareí comemorando a vitória em Caçapava. Foto enviada por Rosalina Ramalho<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-OxwBBG1Wi3c/U2hdee_-QNI/AAAAAAAAFFs/BsriRV2wFsI/s1600/10277557_804081146270053_8469021978640926557_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-OxwBBG1Wi3c/U2hdee_-QNI/AAAAAAAAFFs/BsriRV2wFsI/s1600/10277557_804081146270053_8469021978640926557_n.jpg" height="266" width="400" /></a></div>
<span style="background-color: #fafbfb; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: x-small; line-height: 12.799999237060547px;">Oi Lud... Aí vai minha homenagem a todos os Febianos. Na foto temos Raul Kodama (SP) e José Antonio Marson de JACAREÍ! (Foto feita ano passado nas dependências da 12ª BIL em Caçapava) Moraes Faria</span></td></tr>
</tbody></table>
Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5785833297821062547.post-15662758756687888852014-05-04T20:08:00.000-07:002014-05-05T09:22:02.627-07:00Relação dos Sodados Expedicionários de Jacareí na II Guerra Mundial<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-aMRU7X_ODPE/U2cDBMhg5dI/AAAAAAAAFEQ/LjLgEkzN-uY/s1600/seu+Guandu.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-aMRU7X_ODPE/U2cDBMhg5dI/AAAAAAAAFEQ/LjLgEkzN-uY/s1600/seu+Guandu.jpg" height="235" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Soldados da FEB antes do embarque para a Itália . Foto do acervo da família do Expedicionário Luis Antonio da Silva (Luis Guandú). </td></tr>
</tbody></table>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: justify;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-tUfUMEUsoSc/U2b-lQ9G94I/AAAAAAAAFEE/96Q_xc9FbF0/s1600/Seu+Gandu+com+a+imagem+de+N.S.+Aparecida.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-tUfUMEUsoSc/U2b-lQ9G94I/AAAAAAAAFEE/96Q_xc9FbF0/s1600/Seu+Gandu+com+a+imagem+de+N.S.+Aparecida.jpg" height="296" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O expedicionário Luis Antonio da Silva segurando a imagem de N.S. Aparecida, após a missa de ação de graças pelo retorno dos pracinhas ao Brasil (foto acervo da família)<br />
<span style="font-size: small; text-align: justify;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small; text-align: justify;">Antonio Nunes de Moraes Junior, Ary Ferreira, Armando de Melo, Armando Cavalcanti, Armando Marson, Aurisol de Souza, Antonio Paulista, Arminio Rost Machado, Antonio Sanches Palma, Antonio de Almeida Ramos, Antonio da Cunha Pinto, Antonio Jordão, Antonio de Lima, Antonio Candido dos Santos, Alfredo Manoel Francisco, Américo Pereira da Silva, Antonio de Paula, Álvaro Lourenço, Alceu Pinto Magalhães, Aércio Ferreira, Acácio Jose de Oliveira, Adolfo Jose de Souza, Benedito Oswaldo Cancio, Benedito Eleutério dos Santos, Benedito de Siqueira Martins, Benedito Carneiro, Benedito Lourenço, Benedito Ovideo Bonilha, Brasilio Ramalho, Bruno de Caria, Caetano de Faria Leite, Carlos de Oliveira Saldão, Carlos de Freitas, Donato de Moura, Domingos dos Santos, Durval Bicudo, Domingos Italo Bruno, Edio Pinto Cepinho, Elpidio Silva, Euclides Marques, Evaristo do Prado, Eliezer Viera Freitas, Ernani Lippi, Eduardo Alves dos Santos, Francisco Aparecido de Oliveira, Francisco Leite de Moraes, Francisco de Assis Varela, Francisco Moreira de Almeida, Francisco Arthur Gomes, Gumercindo Monteiro, Geraldo Golotti, Geraldo Soares Lemes, Geraldo Leite do Amparo, Herminio Theodoro de Lima, Heitor Armando Bagattini, Henrique Soares, Henrique Martins de Siqueira, Jose Pereira da Silva, Jose Generoso de Souza, Jose Soares de Siqueira, Joao Theodoro, Joao Machado, Jose Paulo de Lima, Jubis da Silva, Jose de Oliveira Ramos, Jose Pires de Oliveira, Jose Maria Ferreira, Jose Roberto Martins, Jose D´avila, Jose de Matos Stock, Jose Dimas Marcondes Cabral, João de Oliveira, Jose dos Santos, Jose Benedito, João Americo da Silva, Jaime de Lima, João Rosa da Silva Junior, Jose Antonio Gonçalves, Jose Matta, Jose Domingos Martins, João Pedro da Silva, Joaquim Monteiro, Jose Pacheco João Santana, Joaquim Antonio Nunes, Jose Antonio Marçon, Jose Pereira da Silva, Jose de Oliveira, Jurandir Coimbra, Luiz Antonio da Silva, Laudelino Faria Claro, Leoni Fortunato, Luiz Tolosa, Laurentino Francisco de Siqueira, Lourenço Benedito do AmaraL Manoel Vitorino, Marcilio de Faria, Marcilio Nascimento, Moribe Fuzio, Mario Cordeiro, Milton Scherma, Mario Baccaro, Nelson Pinto da Cunha, Nelson Guedes, Nazareno Domingos Xavier, Olivio Leite Soares, Olivio Ramos da Silva, Oscar Bagatini, Oscar Palmeira de Abreu, Ondino Silva, Oscarlino dos Santos, Octavio Landim Cassal, Osmanio Ribeiro Alves, Oswaldo Zozimo de Almeida, Paraguai Zonzini, Paulo de Moraes Pereira, Paulo Afondo de Siqueira, Paulo de Oliveira Branco, Ponciano de Andrade, Pedro Leonardo da Silva, Pedro Corteli Filho, Pedro Paulo Moreira, Quirino Batista Chaves, Ricardo Vinhas, Roberto Bonocchi, Roberto Cambusano, Salvador Nunes de Souza, Sebastião Alves de Campos, Sebastião Antonio de Campos, Sebastião Reis Marinho, Sebastião Firmino, Silvestre de Souza Silveira, Theodoro Coimbra, Vicente Siqueira Machado.</span><br />
<span style="font-size: small; text-align: justify;"><br /></span></div>
<span style="font-size: small; text-align: justify;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">P.S.Esta lista de 135 ex-combatentes foi composta com nomes compilados das fichas da associação de Jacareí, lista do jornal "O Combate" de abril de 1973 e da lista preparada com o auxílio do Sr. Álvaro Lourenço em 2005 e que me foi fornecida, gentilmente, por<b> Nadi de Almeida e Silva </b>em junho de 2013. Se algum dos leitores souber de mais nomes a acrescentar, por favor, entre em contato. Minha gratidão a todos que colaboraram com fotos, depoimentos e memórias para que estas informações permaneçam vivas na história de nossa cidade para as gerações futuras. (Ludmila Saharovsky)</span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span>
<span style="font-size: small;">P.S. 2 Recebi de Nadi de Almeida e Silva, um e-mail com acréscimo de novos nomes à lista publicada.</span><br />
<span style="font-size: small;">Eis o e-mail : </span><br />
<span style="font-size: small;"><br /></span>
<span style="background-color: white; text-align: start;"><span style="color: #222222; font-family: arial, sans-serif;">Ola Ludmila, Estou enviando correções na lista que foi revisada em dezembro de 2013 favor confirmar recebimento e tecer comentários </span></span><br />
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; text-align: start;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; text-align: start;">
<b>Acrescentar os seguintes nomes à lista:</b> </div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; text-align: start;">
<b>Abel Cardoso, Augusto do Carmo, Arvanilo Dias dos Santos ,Glauco P. de Almeida, Jose Micheleti,.</b></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; text-align: start;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; text-align: start;">
<b>Não foram por Jacareí: (retirar os seguintes nomes da lista)</b></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; text-align: start;">
<b>Antonio de Almeida Ramos(provavelmente guerra de 32)), Elpidio Silva( foi por Mogi), Jose de Oliveira Ramos (medico que mudou para Jacarei em 1968) Jose Generoso de Souza, Jose Ramos de Siqueira, Jose Pires de Almeida (foi por S.Joao Del Rey e mudou para Jacarei em meados de 1950) Jose Maria Ferreira, Jose Marcondes Cabral (de S.Jose dos Campos) Vicente Siqueira Machado de S.Jose dos Campos)</b></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; text-align: start;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; text-align: start;">
<b>Está feita a correção. Obrigada Nadi!</b></div>
</div>
</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<b>Honra e Glória aos pracinhas brasileiros!</b><br />
<b>Honra e Glória aos pracinhas de Jacareí!</b>Lu Saharovhttp://www.blogger.com/profile/06474494478117503568noreply@blogger.com4