tag:blogger.com,1999:blog-69462055556408278082024-03-08T10:35:00.480+00:00OutroUm outro olhar sobre o humano, o país e o mundo.Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.comBlogger136125tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-76101936215926515762010-11-17T09:06:00.000+00:002010-11-17T09:06:35.473+00:00Já não será altura de questionar o paradigma actual da Educação?<object style="background-image: url("http://i3.ytimg.com/vi/zDZFcDGpL4U/hqdefault.jpg");" width="480" height="295"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/zDZFcDGpL4U?fs=1&hl=pt_PT"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/zDZFcDGpL4U?fs=1&hl=pt_PT" allowscriptaccess="never" allowfullscreen="true" wmode="transparent" type="application/x-shockwave-flash" width="480" height="295"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-59689610301833681312010-07-15T08:16:00.000+01:002010-07-15T08:16:57.554+01:00Portugal votará contra introdução de arroz transgénico na UE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_niyGoKQ-k1U/TD61tC-FgeI/AAAAAAAAA8s/DSUYkfJyzFs/s1600/hr_arroz.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="131" src="http://2.bp.blogspot.com/_niyGoKQ-k1U/TD61tC-FgeI/AAAAAAAAA8s/DSUYkfJyzFs/s200/hr_arroz.jpg" width="200" /></a></div>Finalmente uma boa notícia sobre esta matéria: Portugal votará contra a introdução de arroz transgénico na União Europeia.<br />
A notícia pode ser lida <a href="http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/arroz-transgenicos-agricultura-tvi24-ultimas-noticias-ue/1177741-4071.html">aqui</a>.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-35782596854805400832010-07-06T16:24:00.003+01:002010-07-06T16:35:24.737+01:00O Conceito e a Denuncia do Abuso ObstétricoO projecto "Mal Me Quer" trabalha no sentido de divulgar o conceito do abuso obstétrico e de possibilitar a sua denúncia por parte das mulheres que se sentiram desrespeitadas e mal queridas no momento tão delicado que é o momento do parto. <br /><br />A finalidade última desta acção, inclui a promoção de boas práticas no atendimento da mulher grávida e em trabalho de parto e a humanização do nascimento como realidade comum a todas as mulheres, no Portugal do Futuro.<br /><br />Para conhecer melhor o conceito e o projecto, assim como para colaborar e denunciar, acedam o link:<br /><br />http://www.malmequer.org/ <br /><br />.Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-27205711187806037932010-06-27T12:44:00.000+01:002010-06-27T12:44:01.296+01:00Edgar Morin: Os sete saberes necessários à educação do futuro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_3x_LJ3g4gIg/TCc5PFlCxEI/AAAAAAAAAqk/UncJMpXde4g/s1600/edgar_morin_2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_3x_LJ3g4gIg/TCc5PFlCxEI/AAAAAAAAAqk/UncJMpXde4g/s320/edgar_morin_2.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;">Por <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Edgar_Morin">Edgar Morin</a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os sete saberes necessários à educação do futuro não têm nenhum programa educativo, escolar ou universitário. Aliás, não estão concentrados no primário, nem no secundário, nem no ensino universitário, mas abordam problemas específicos para cada um desses níveis. Eles dizem respeito aos setes buracos negros da educação, completamente ignorados, subestimados ou fragmentados nos programas educativos. Programas esses que, na minha opinião, devem ser colocados no centro das preocupações sobre a formação dos jovens, futuros cidadãos.</div><a name='more'></a><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>O Conhecimento</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O primeiro buraco negro diz respeito ao conhecimento. Naturalmente, o ensino fornece conhecimento, fornece saberes. Porém, apesar de sua fundamental importância, nunca se ensina o que é, de fato, o conhecimento. E sabemos que os maiores problemas neste caso são o erro e a ilusão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao examinarmos as crenças do passado, concluímos que a maioria contém erros e ilusões. Mesmo quando pensamos em vinte anos atrás, podemos constatar como erramos e nos iludimos sobre o mundo e a realidade. E por que isso é tão importante? Porque o conhecimento nunca é um reflexo ou espelho da realidade. O conhecimento é sempre uma tradução, seguida de uma reconstrução. Mesmo no fenômeno da percepção, através do qual os olhos recebem estímulos luminosos que são transformados, decodificados, transportados a um outro código, que transita pelo nervo ótico, atravessa várias partes do cérebro para, enfim, transformar aquela informação primeira em percepção. A partir deste exemplo, podemos concluir que a percepção é uma reconstrução.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tomemos um outro exemplo de percepção constante: a imagem do ponto de vista da retina. As pessoas que estão próximas parecem muito maiores do que aquelas que estão mais distantes, pois à distância, o cérebro não realiza o registro e termina por atribuir uma dimensão idêntica para todas as pessoas. Assim como os raios ultravioletas e infravermelhos que nós não vemos, mas sabemos que estão aí e nos impõem uma visão segundo as suas incidências. Portanto, temos percepções, ou seja, reconstruções, traduções da realidade. E toda tradução comporta o risco de erro. Como dizem os italianos "tradotore/traditore".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Também sabemos que não há nenhuma diferença intrínseca entre uma percepção e uma alucinação. Por exemplo: se tenho uma alucinação e vejo Napoleão ou Júlio César, não há nada que me diga que estou enganado, exceto o fato de saber que eles estão mortos. São os outros que vão me dizer se o que vejo é verdade ou não. Quero dizer com isso que estamos sempre ameaçados pela alucinação. Até nos processos de leitura isto acontece. Nós sabemos que não seguimos a linha do que está escrito, pois, às vezes, nossos olhos saltam de uma palavra para outra e reconstroem o conjunto de uma maneira quase alucinatória. Neste momento, é o nosso espírito que colabora com o que nós lemos. E não reconhecemos os erros porque deslizamos neles. O mesmo acontece, por exemplo, quando há um acidente de carro. As versões e as visões do acidente são completamente diferentes, principalmente pela emoção e pelo fato das pessoas estarem em ângulos diferentes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No plano histórico há erros, se me permitem o jogo de palavras, histéricos. Tomemos um exemplo um pouco distante de nós: os debates sobre a Primeira Guerra Mundial.Uma época em que a França e a Alemanha tinham partidos socialistas fortes, potentes e muito pacifistas, e que, evidentemente, eram contrários à guerra que se anunciava. Mas, a partir do momento em que se desencadeou a guerra, os dois partidos se lançaram, massivamente a uma campanha de propaganda, cada um imputando ao outro os atos mais ignóbeis. Isto durou até o fim da guerra. Hoje, podemos constatar com os eventos trágicos do Oriente Médio a mesma maneira de tratar a informação. Cada um prefere camuflar a parte que lhe é desvantajosa para colocar em relevo a parte criminosa do outro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Este problema se apresenta de uma maneira perceptível e muito evidente, porque as traduções e as reconstruções são também um risco de erro e muitas vezes o maior erro é pensar que a idéia é a realidade. E tomar a idéia como algo real é confundir o mapa com o terreno.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Outras causas de erro são as diferenças culturais, sociais e de origem. Cada um pensa que suas idéias são as mais evidentes e esse pensamento leva a idéias normativas. Aquelas que não estão dentro desta norma, que não são consideradas normais, são julgadas como um desvio patológico e são taxadas como ridículas. Isso não ocorre somente no domínio das grandes religiões ou das ideologias políticas, mas também das ciências. Quando Watson e Crick decodificaram a estrutura do código genético, o DNA (ácido desoxirribonucléico), surpreenderam e escandalizaram a maioria dos biólogos, que jamais imaginavam que isto poderia ser transcrito em moléculas químicas. Foi preciso muito tempo para que essas idéias pudessem ser aceitas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na realidade, as idéias adquirem consistência como os deuses nas religiões. É algo que nos envolve e nos domina a ponto de nos levar a matar ou morrer. Lenin dizia: "os fatos são teimosos, mas, na realidade, as idéias são ainda mais teimosas do que os fatos e resistem aos fatos durante muito tempo". Portanto, o problema do conhecimento não deve ser um problema restrito aos filósofos. É um problema de todos e cada um deve levá-lo em conta desde muito cedo e explorar as possibilidades de erro para ter condições de ver a realidade, porque não existe receita milagrosa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>O Conhecimento Pertinente</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O segundo buraco negro é que não ensinamos as condições de um conhecimento pertinente, isto é, de um conhecimento que não mutila o seu objeto. Nós seguimos, em primeiro lugar, um mundo formado pelo ensino disciplinar. É evidente que as disciplinas de toda ordem ajudaram o avanço do conhecimento e são insubstituíveis. O que existe entre as disciplinas é invisível e as conexões entre elas também são invisíveis. Mas isto não significa que seja necessário conhecer somente uma parte da realidade. É preciso ter uma visão capaz de situar o conjunto. É necessário dizer que não é a quantidade de informações, nem a sofisticação em Matemática que podem dar sozinhas um conhecimento pertinente, mas sim a capacidade de colocar o conhecimento no contexto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A economia, que é das ciências humanas, a mais avançada, a mais sofisticada, tem um poder muito fraco e erra muitas vezes nas suas previsões, porque está ensinando de modo a privilegiar o cálculo. Com isso, acaba esquecendo os aspectos humanos, como o sentimento, a paixão, o desejo, o temor, o medo. Quando há um problema na bolsa, quando as ações despencam, aparece um fator totalmente irracional que é o pânico, e que, freqüentemente, faz com que o fator econômico tenha a ver com o humano, ligando-se, assim, à sociedade, à psicologia, à mitologia. Essa realidade social é multidimensional e o econômico é apenas uma dimensão dessa sociedade. Por isso, é necessário contextualizar todos os dados.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Se não houver, por exemplo, a contextualização dos conhecimentos históricos e geográficos, cada vez que aparecer um acontecimento novo que nos fizer descobrir uma região desconhecida, como o Kosovo, o Timor ou a Serra Leoa, não entenderemos nada. Portanto, o ensino por disciplina, fragmentado e dividido, impede a capacidade natural que o espírito tem de contextualizar. E é essa capacidade que deve ser estimulada e desenvolvida pelo ensino, a de ligar as partes ao todo e o todo às partes. Pascal dizia, já no século XVII: "não se pode conhecer as partes sem conhecer o todo, nem conhecer o todo sem conhecer as partes".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O contexto tem necessidade, ele mesmo, de seu próprio contexto. E o conhecimento, atualmente, deve se referir ao global. Os acidentes locais têm repercussão sobre o conjunto e as ações do conjunto sobre os acidentes locais. Isso foi comprovado depois da guerra do Iraque, da guerra da Iugoslávia e, atualmente, pode ser verificado com o conflito do Oriente Médio.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>A Identidade Humana</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O terceiro aspecto é a identidade humana. É curioso que nossa identidade seja completamente ignorada pelos programas de instrução. Podemos perceber alguns aspectos do homem biológico em Biologia, alguns aspectos psicológicos em Psicologia, mas a realidade humana é indecifrável. Somos indivíduos de uma sociedade e fazemos parte de uma espécie. Mas, ao mesmo tempo em que fazemos parte de uma sociedade, temos a sociedade como parte de nós, pois desde o nosso nascimento a cultura nos imprime. Nós somos de uma espécie, mas ao mesmo tempo a espécie é em nós e depende de nós. Se nos recusamos a nos relacionar sexualmente com um parceiro de outro sexo, acabamos com a espécie. Portanto, o relacionamento entre indivíduo-sociedade-espécie é como a trindade divina, um dos termos gera o outro e um se encontra no outro. A realidade humana é trinitária.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eu acredito ser possível a convergência entre todas as ciências e a identidade humana. Um certo número de agrupamentos disciplinares vai favorecer esta convergência. É necessário reconhecer que, na segunda metade do século XX, houve uma revolução científica, reagrupando as disciplinas em ciências pluridisciplinares. Assim, há a cosmologia, as ciências da terra, a ecologia e a pré-história.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por outro lado, as ciências da terra nos inscrevem neste planeta formado por fragmentos cósmicos, resultados de uma explosão de sóis anteriores. Resta saber como estes fragmentos reunidos e aglomerados puderam criar uma tal organização, uma auto-organização, para nos dar este planeta. É necessário mostrar que ele gerou a vida, e a nós somos, filhos da vida. A biologia, com a teoria da evolução, nos prova como trazemos dentro de nós, efetivamente, o processo de desenvolvimento da primeira célula vivente, que se multiplicou e se diversificou.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quando sonhamos com nossa identidade, devemos pensar que temos partículas que nasceram no despertar do universo. Temos átomos de carbono que se formaram em sóis anteriores ao nosso, pelo encontro de três núcleos de hélio que se constituíram em moléculas e neuromoléculas na terra. Somos todos filhos do cosmos, mas nos transformamos em estranhos através de nosso conhecimento e de nossa cultura. Portanto, é preciso ensinar a unidade dos três destinos, porque somos indivíduos, mas como indivíduos somos, cada um, um fragmento da sociedade e da espécie Homo sapiens, à qual pertencemos. E o importante é que somos uma parte da sociedade, uma parte da espécie, seres desenvolvidos sem os quais a sociedade não existe. A sociedade só vive com essas interações.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É importante, também, mostrar que, ao mesmo tempo em que o ser humano é múltiplo, ele é parte de uma unidade. Sua estrutura mental faz parte da complexidade humana. Portanto, ou vemos a unidade do gênero e esquecemos a diversidade das culturas e dos indivíduos, ou vemos a diversidade das culturas e não vemos a unidade do ser humano. Esse problema vem causando polêmicas desde o século XVIII, quando Voltaire disse: "os chineses são iguais a nós, têm paixões, choram". E Herbart, o pensador alemão, afirmou: "entre uma cultura e outra não há comunicação, os seres são diferentes". Os dois tinham razão, mas na realidade essas duas verdades têm que ser articuladas. Nós temos os elementos genéticos da nossa diversidade e, é claro, os elementos culturais da nossa diversidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É preciso lembrar que rir, chorar, sorrir, não são atos aprendidos ao longo da educação, são inatos, mas modulados de acordo com a educação. Heigerfeld fez uma observação sobre uma jovem surda-muda de nascença que ria, chorava e sorria. Atualmente, estudos demonstram que o feto começa a sorrir no ventre da mãe. Talvez porque não saiba o que o espera depois... Mas isso nos permite entender a nossa realidade, nossa diversidade e singularidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Chegamos, então, ao ensino da literatura e da poesia. Elas não devem ser consideradas como secundárias e não essenciais. A literatura é para os adolescentes uma escola de vida e um meio para se adquirir conhecimentos. As ciências sociais vêem categorias e não indivíduos sujeitos a emoções, paixões e desejos. A literatura, ao contrário, como nos grandes romances de Tolstoi, aborda o meio social, o familiar, o histórico e o concreto das relações humanas com uma força extraordinária. Podemos dizer que as telenovelas também nos falam sobre problemas fundamentais do homem; o amor, a morte, a doença, o ciúme, a ambição, o dinheiro. Temos que entender que todos esses elementos são necessários para entender que a vida não é aprendida somente nas ciências formais. E a literatura tem a vantagem de refletir sobre a complexidade do ser humano e sobre a quantidade incrível de seus sonhos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Podemos, então, compreender a complexidade humana através da literatura. A poesia nos ensina a qualidade poética da vida, essa qualidade que nós sentimos diante de fatos da realidade. Como, por exemplo, os espetáculos da natureza: o céu de Brasília que é tão bonito. A vida não deve ser uma prosa que se faça por obrigação. A vida é viver poeticamente na paixão, no entusiasmo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para que isso aconteça, devemos fazer convergir todas as disciplinas conhecidas para a identidade e para a condição humana, ressaltando a noção de homo sapiens; o homem racional e fazedor de ferramentas, que é, ao mesmo tempo, louco e está entre o delírio e o equilíbrio, nesse mundo de paixões em que o amor é o cúmulo da loucura e da sabedoria.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O homem não se define somente pelo trabalho, mas também pelo jogo. Não só as crianças, como também os adultos gostam de jogar. Por isso vemos partidas de futebol. Nós somos Homo ludens, além de Homo economicus. Não vivemos só em função do interesse econômico. Há, também, o homo mitologicus, isto é, vivemos em função de mitos e crenças. Enfim o homem é prosaico e poético. Como dizia Hölderling: "O homem habita poeticamente na terra, mas também prosaicamente e se a prosa não existisse, não poderíamos desfrutar da poesia".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>A Compreensão Humana</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O quarto aspecto é sobre a compreensão humana. Nunca se ensina sobre como compreender uns aos outros, como compreender nossos vizinhos, nossos parentes, nossos pais. O que significa compreender?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A palavra compreender vem do latim, compreendere, que quer dizer: colocar junto todos os elementos de explicação, ou seja, não ter somente um elemento de explicação, mas diversos. Mas a compreensão humana vai além disso, porque, na realidade, ela comporta uma parte de empatia e identificação. O que faz com que se compreenda alguém que chora, por exemplo, não é analisar as lágrimas no microscópio, mas saber o significado da dor, da emoção. Por isso, é preciso compreender a compaixão, que significa sofrer junto. É isto que permite a verdadeira comunicação humana.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A grande inimiga da compreensão é a falta de preocupação em ensiná-la. Na realidade, isto está se agravando, já que o individualismo ganha um espaço cada vez maior. Estamos vivendo numa sociedade individualista, que favorece o sentido de responsabilidade individual, que desenvolve o egocentrismo, o egoísmo e que, consequentemente, alimenta a autojustificação e a rejeição ao próximo. A redução do outro, a visão unilateral e a falta de percepção sobre a complexidade humana são os grandes empecilhos da compreensão. Outro aspecto da incompreensão é a indiferença. E, por este lado, é interessante abordar o cinema, que os intelectuais tanto acusam de alienante. Na verdade, o cinema é uma arte que nos ensina a superar a indiferença, pois transforma em heróis os invisíveis sociais, ensinando-nos a vê-los por um outro prisma. Charlie Chaplin, por exemplo, sensibilizou platéias inteiras com o personagem do vagabundo. Outro exemplo é Coppola, que popularizou os chefes da Máfia com "O Chefão". No teatro, temos a complexidade dos personagens de Shakspeare: reis, gangsters, assassinos e ditadores. No cinema, como na filosofia de Heráclito: "Despertados, eles dormem". Estamos adormecidos, apesar de despertos, pois diante da realidade tão complexa, mal percebemos o que se passa ao nosso redor.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por isso, é importante este quarto ponto: compreender não só os outros como a si mesmo, a necessidade de se auto-examinar, de analisar a autojustificação, pois o mundo está cada vez mais devastado pela incompreensão, que é o câncer do relacionamento entre os seres humanos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>A Incerteza</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O quinto aspecto é a incerteza. Apesar de, nas escolas, ensinar-se somente as certezas, como a gravitação de Newton e o eletromagnetismo, atualmente a ciência tem abandonado determinados elementos mecânicos para assimilar o jogo entre certeza e incerteza, da micro-física às ciências humanas. É necessário mostrar em todos os domínios, sobretudo na história, o surgimento do inesperado. Eurípides dizia no fim de três de suas tragédias que: "os deuses nos causam grandes surpresas, não é o esperado que chega e sim o inesperado que nos acontece". É a velha idéia de 2.500 anos, que nós esquecemos sempre.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As ciências mantêm diálogos entre dados hipotéticos e outros dados que parecem mais prováveis. Os processos físicos, assim como outros também, pressupõem variações que nos levam à desordem caótica ou à criação de uma nova organização, como nas teorias sobre a incerteza de Prigogine, baseadas nos exemplos dos turbilhões de Born. Analisando retroativamente a história da vida, constata-se que ela não foi linear, que não teve uma evolução de baixo para cima. A evolução segundo Darwin foi uma evolução composta de ramificações, a exemplo do mundo vegetal e o mundo animal. O homem vem de uma dessas ramificações e conseguiu chegar à consciência e à inteligência, mas não somos a meta da evolução, fazemos parte desse processo. A história da vida foi, na verdade, marcada por catástrofes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As duas guerras mundiais destruíram muito na primeira metade do século XX. Três grandes impérios da época, por exemplo, o romano-otomano, o austro-húngaro e o soviético, desapareceram.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Isto nos demonstra a necessidade de ensinar o que chamamos de ecologia da ação: a atitude que se toma quando uma ação é desencadeada e escapa ao desejo e às intenções daquele que a provocou, desencadeando influências múltiplas que podem desviá-la até para o sentido oposto ao intencionado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A história humana está repleta de exemplos dessa natureza. O mais evidente no final do século XX foi o projeto político de Gorbatchev, que pretendeu reformar o sistema político da União Soviética, mas acabou provocando o começo de sua própria desagregação e implosão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Assim tem acontecido em todas as etapas da história. O inesperado aconteceu e acontecerá, porque não temos futuro e não temos certeza nenhuma do futuro. As previsões não foram concretizadas, não existe determinismo do progresso. Os espíritos, portanto, têm que ser fortes e armados para enfrentarem essa incerteza e não se desencorajarem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Essa incerteza é uma incitação à coragem. A aventura humana não é previsível, mas o imprevisto não é totalmente desconhecido. Somente agora se admite que não se conhece o destino da aventura humana. É necessário tomar consciência de que as futuras decisões devem ser tomadas contando com o risco do erro e estabelecer estratégias que possam ser corrigidas no processo da ação, a partir dos imprevistos e das informações que se tem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>A Condição Planetária</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O sexto aspecto é a condição planetária, sobretudo na era da globalização no século XX – que começou, na verdade no século XVI com a colonização da América e a interligação de toda a humanidade. Esse fenômeno que estamos vivendo hoje, em que tudo está conectado, é um outro aspecto que o ensino ainda não tocou, assim como o planeta e seus problemas, a aceleração histórica, a quantidade de informação que não conseguimos processar e organizar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Este ponto é importante porque existe, neste momento, um destino comum para todos os seres humanos. O crescimento da ameaça letal se expande em vez de diminuir: a ameaça nuclear, a ameaça ecológica, a degradação da vida planetária. Ainda que haja uma tomada de consciência de todos esses problemas, ela é tímida e não conduziu ainda a nenhuma decisão efetiva. Por isso, faz-se urgente a construção de uma consciência planetária.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É necessária uma certa distância em relação ao imediato para podermos compreendê-lo. E, atualmente, dada a aceleração e a complexidade do mundo, é quase impossível. Mas, faz-se necessário ressaltar, é esta a dificuldade. É necessário ensinar que não é suficiente reduzir a um só a complexidade dos problemas importantes do planeta, como a demografia, ou a escassez de alimentos, ou a bomba atômica, ou a ecologia. Os problemas estão todos amarrados uns aos outros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Daqui para frente, existem, sobretudo, os perigos de vida e morte para a humanidade, como a ameaça da arma nuclear, como a ameaça ecológica, como o desencadeamento dos nacionalismos acentuados pelas religiões. É preciso mostrar que a humanidade vive agora uma comunidade de destino comum.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>A Antropo-ética</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O último aspecto é o que vou chamar de antropo-ético, porque os problemas da moral e da ética diferem a depender da cultura e da natureza humana. Existe um aspecto individual, outro social e outro genético, diria de espécie. Algo como uma trindade em que as terminações são ligadas: a antropo-ética. Cabe ao ser humano desenvolver, ao mesmo tempo, a ética e a autonomia pessoal (as nossas responsabilidades pessoais), além de desenvolver a participação social (as responsabilidades sociais), ou seja, a nossa participação no gênero humano, pois compartilhamos um destino comum.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="text-align: justify;">A antropo-ética tem um lado social que não tem sentido se não for na democracia, porque a democracia permite uma relação indivíduo-sociedade e nela o cidadão deve se sentir solidário e responsável. A democracia permite aos cidadãos exercerem suas responsabilidades através do voto. Somente assim é possível fazer com que o poder circule, de forma que aquele que foi uma vez controlado, terá a chance de controlar. Porque a democracia é, por princípio, um exercício de controle.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não existe, evidentemente, democracia absoluta. Ela é sempre incompleta. Mas sabemos que vivemos em uma época de regressão democrática, pois o poder tecnológico agrava cada vez mais os problemas econômicos. Na verdade, é importante orientar e guiar essa tomada de consciência social que leva à cidadania, para que o indivíduo possa exercer sua responsabilidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por outro lado, a ética do ser humano está se desenvolvendo através das associações não-governamentais, como os Médicos Sem Fronteiras, o Greenpeace, a Aliança pelo Mundo Solidário e tantas outras que trabalham acima de entidades religiosas, políticas ou de Estados nacionais, assistindo aos países ou às nações que estão sendo ameaçadas ou em graves conflitos. Devemos conscientizar a todos sobre essas causas tão importantes, pois estamos falando do destino da humanidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Seremos capazes de civilizar a terra e fazer com que ela se torne uma verdadeira pátria? Estes são os sete saberes necessários ao ensino. E não digo isso para modificar programas. Na minha opinião, não temos que destruir disciplinas, mas sim integrá-las, reuni-las em uma ciência como, por exemplo, as ciências da terra (a sismologia, a vulcanologia, a meteorologia), todas elas articuladas em uma concepção sistêmica da terra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Penso que tudo deva estar integrado para permitir uma mudança de pensamento; para que se transforme a concepção fragmentada e dividida do mundo, que impede a visão total da realidade. Essa visão fragmentada faz com que os problemas permaneçam invisíveis para muitos, principalmente para muitos governantes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E hoje que o planeta já está, ao mesmo tempo, unido e fragmentado, começa a se desenvolver uma ética do gênero humano, para que possamos superar esse estado de caos e começar, talvez, a civilizar a terra.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-59297352861365221472010-06-26T23:43:00.002+01:002010-06-26T23:43:51.085+01:00David Garrett: o virtuoso do violino<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_3x_LJ3g4gIg/TCZ6NTb-8MI/AAAAAAAAAqU/3uWylQ09-Vc/s1600/DavidGarrett.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://4.bp.blogspot.com/_3x_LJ3g4gIg/TCZ6NTb-8MI/AAAAAAAAAqU/3uWylQ09-Vc/s200/DavidGarrett.jpg" width="166" /></a></div><br />
Toca tudo, desde o rock aos clássicos. Bateu o record de velocidade a tocar violino, em 2008, tocando treze notas por segundo. Lançou o seu primeiro disco em 2007, com o título <i>Free</i>.<br />
<br />
<object height="385" width="640"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/v1U9a4DCJ4o&hl=pt_PT&fs=1&color1=0x006699&color2=0x54abd6"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/v1U9a4DCJ4o&hl=pt_PT&fs=1&color1=0x006699&color2=0x54abd6" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="640" height="385"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-32357153226927083202010-06-25T13:42:00.002+01:002010-06-25T13:42:28.760+01:00Contraluz<object width="640" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/dRTqFjflgto&hl=pt_PT&fs=1&color1=0x006699&color2=0x54abd6"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/dRTqFjflgto&hl=pt_PT&fs=1&color1=0x006699&color2=0x54abd6" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="640" height="385"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-34836969519070963332010-06-15T11:02:00.000+01:002010-06-15T11:03:35.836+01:00Debate público com o Dr. Fernando Nobre sobre ecologia, direitos dos animais, consumo de carne e fome no mundo<a href="http://2.bp.blogspot.com/_2rm81FCyXoQ/TBdMVKjwzKI/AAAAAAAAAq4/bYeUner4IpY/s1600/Fernando+Nobre+Recome%C3%A7ar+Portugal.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 212px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_2rm81FCyXoQ/TBdMVKjwzKI/AAAAAAAAAq4/bYeUner4IpY/s400/Fernando+Nobre+Recome%C3%A7ar+Portugal.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5482934997842185378" /></a><br /><br />O Dr. Fernando Nobre, enquanto candidato à Presidência da República, exporá as suas posições sobre a questão ecológica, os direitos dos animais, o consumo de carne e a fome no mundo, num debate público que terá lugar no dia 24 de Junho, 5ª feira, às 18.30, no Anfiteatro IV da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.<br /><br />O moderador será Paulo Borges e a organização é da revista <em>Cultura ENTRE Culturas</em>, com o apoio do Movimento Outro Portugal (Manifesto Refundar Portugal) e do Partido Pelos Animais. Serão dirigidos convites aos demais candidatos para debater as mesmas questões.<br /><br />A revista <em>Cultura ENTRE Culturas</em> agradece ao Dr. Fernando Nobre haver aceitado o convite para debater publicamente estas questões, de crucial importância no momento actual. <br /><br />A revista, dedicada ao diálogo intercultural e ao despertar da consciência cívica para as grandes questões mundiais, estará à venda no evento.Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-49549186855826833252010-06-11T15:38:00.001+01:002010-06-11T15:39:17.238+01:00"[…] em política não há adversários: há colaboradores com outra opinião"- Agostinho da Silva, “Bárbaros à Porta”, As Aproximações [1960], in Textos e Ensaios Filosóficos II, p. 65.Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-88789255837815595792010-05-27T21:58:00.001+01:002010-05-28T00:07:44.252+01:00Precisamos de uma revolução na educação, não de evolução<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_3x_LJ3g4gIg/S_7YS1qPfFI/AAAAAAAAAnc/YekuInIfHiA/s1600/ken_robinson.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_3x_LJ3g4gIg/S_7YS1qPfFI/AAAAAAAAAnc/YekuInIfHiA/s320/ken_robinson.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;"><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Ken_Robinson_(British_author)">Ken Robinson</a> é um reconhecido líder internacional no desenvolvimento da criatividade, inovação e recursos humanos, tendo, ao longo da sua vida, colaborado com governos na Europa e na Ásia, com empresas listadas na Fortune 500 e algumas das organizações culturais mais influentes do mundo, como consultor na área da educação. Foi Director de Artes no Projecto Escolas, em Inglaterra. Em 2009 foi ainda nomeado Embaixador do Ano Europeu da Criatividade e Inovação. </div><div style="text-align: justify;"><br />
<a name='more'></a>No seu último livro, <i>The Element</i>, Ken Robinson afirma que o segredo de uma vida de sucesso individual na sociedade actual está em que cada um de nós encontre o seu Elemento, o ponto de encontro mágico entre a sua aptidão natural e a sua paixão pessoal. </div><div style="text-align: justify;">Esta não é a primeira palestra sua no TED. Do lado direito do blog podem visualizar a primeira, com o título "As escolas matam a criatividade?". Nesta segunda palestra, deste ano, Ken Robinson avança com a sua proposta para uma verdadeira revolução na educação, uma educação que seja orgânica e não <i>industrializada</i> e que permita que cada ser humano seja educado num ambiente onde possa desenvolver os seus talentos. </div><div style="text-align: justify;"><i>Al Gore falou sobre ecologia, uma noite destas, e sobre a revolução que foi iniciada por Rachel Carson. Eu acredito que a nossa única esperança para o futuro é adoptar uma nova concepção de ecologia humana, na qual comecemos a reconstituir a nossa concepção das riquezas da capacidade humana. O nosso sistema educacional tem usado as nossas mentes da mesma forma que usamos a Terra, em busca de certas matérias-primas e, no futuro, isso de nada nos servirá. Temos de repensar os princípios fundamentais nos quais baseamos a educação das nossas crianças. Há uma citação maravihosa de Jonas Salk, que diz: "Se todos os insectos desaparecessem da Terra, dentro de cinquenta anos toda a vida no planeta desapareceria. Se todos os seres humanos desaparecessem da Terra, em cinquenta anos todas as formas de vida floresceriam." E ele está certo. O que a TED celebra é o dom da imaginação humana. Temos de ter muito cuidado para usar esse dom com sabedoria (...). E a única forma de fazermos isso é encarar as nossas capacidades criativas como a riqueza que representam, e encarar as nossas crianças como a esperança que representam. E a nossa tarefa é educá-las em todo o seu ser, para que elas possam enfrentar esse futuro... A propósito, podemos não ver esse futuro, mas elas verão. E o nosso trabalho é ajudá-las a tirar algo de bom dele." </i>Ken Robinson</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
<object height="326" width="446"><param name="movie" value="http://video.ted.com/assets/player/swf/EmbedPlayer.swf"></param><param name="allowFullScreen" value="true" /><param name="allowScriptAccess" value="always"/><param name="wmode" value="transparent"></param><param name="bgColor" value="#ffffff"></param><param name="flashvars" value="vu=http://video.ted.com/talks/dynamic/SirKenRobinson_2010-medium.flv&su=http://images.ted.com/images/ted/tedindex/embed-posters/SirKenRobinson-2010.embed_thumbnail.jpg&vw=432&vh=240&ap=0&ti=865&introDuration=15330&adDuration=4000&postAdDuration=830&adKeys=talk=sir_ken_robinson_bring_on_the_revolution;year=2010;theme=how_the_mind_works;theme=the_rise_of_collaboration;theme=a_taste_of_ted2010;theme=whipsmart_comedy;theme=how_we_learn;theme=the_creative_spark;theme=master_storytellers;theme=new_on_ted_com;event=TED2010;&preAdTag=tconf.ted/embed;tile=1;sz=512x288;" /><embed src="http://video.ted.com/assets/player/swf/EmbedPlayer.swf" pluginspace="http://www.macromedia.com/go/getflashplayer" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" bgColor="#ffffff" width="446" height="326" allowFullScreen="true" allowScriptAccess="always" flashvars="vu=http://video.ted.com/talks/dynamic/SirKenRobinson_2010-medium.flv&su=http://images.ted.com/images/ted/tedindex/embed-posters/SirKenRobinson-2010.embed_thumbnail.jpg&vw=432&vh=240&ap=0&ti=865&introDuration=15330&adDuration=4000&postAdDuration=830&adKeys=talk=sir_ken_robinson_bring_on_the_revolution;year=2010;theme=how_the_mind_works;theme=the_rise_of_collaboration;theme=a_taste_of_ted2010;theme=whipsmart_comedy;theme=how_we_learn;theme=the_creative_spark;theme=master_storytellers;theme=new_on_ted_com;event=TED2010;"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-90841094060378651842010-05-27T18:09:00.004+01:002010-05-27T21:23:16.240+01:00Implicações do Corte Precoce do Cordão Umbilical<a href="http://4.bp.blogspot.com/_tv6U5tbssnE/S_6n9JLb_DI/AAAAAAAAAJI/eXxM00Ixqzk/s1600/616714%5B1%5D.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5475998865806851122" src="http://4.bp.blogspot.com/_tv6U5tbssnE/S_6n9JLb_DI/AAAAAAAAAJI/eXxM00Ixqzk/s320/616714%5B1%5D.jpg" style="display: block; height: 240px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 320px;" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">Nos últimos anos temos vindo a observar uma intensa campanha publicitária a pais que esperam bebés, por parte de empresas particulares, no sentido de preservarem as células estaminais do bebé que irá nascer através da criopreservação.</div><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No passado dia 24 de Maio, foi publicado no Science Daily um estudo que aponta justamente para a existência de grandes benefícios para o bebé recém-nascido, quando o cordão umbilical é cortado mais tardiamente ou mesmo quando terminou completamente de pulsar, o que é contra-indicado quando o objectivo é a criopreservação das células estaminais.</div><a name='more'></a><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O artigo refere que vários estudos cientificamente controlados e revisões sistemáticas compararam os efeitos do corte precoce ao corte tardio do cordão; verificou-se que em bebés de pré-termo, o corte tardio favoreceu claramente os bebés:</div><ul><li style="text-align: justify;">Redução da incidência de hemorragia intraventricular </li>
<li style="text-align: justify;">Redução da ocorrencia de septicemia </li>
<li style="text-align: justify;">Redução da anemia </li>
<li style="text-align: justify;">Redução da necessidade de transfusão de sangue </li>
<li style="text-align: justify;">Aumento da probabilidade do bebé receber todos os factores de coagulação </li>
<li style="text-align: justify;">Transferência completa das células estaminais para o bebé </li>
<li style="text-align: justify;">Redução significativa do risco de insuficiência respiratória </li>
<li style="text-align: justify;">Redução do risco de doença pulmonar crónica </li>
<li style="text-align: justify;">Redução do risco de apneia da prematuridade e da retinopatia da prematuridade </li>
</ul><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Com esta informação, urge que cada mãe e cada pai pondere os prós e os contras, para poder decidir em consciência sobre o que será melhor para o seu filho: criopreservar para o futuro, ou usar no momento para aumentar a saúde do bebé no presente.</div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Informação completa em <a href="http://www.sciencedaily.com/releases/2010/05/100524111728.htm">http://www.sciencedaily.com/releases/2010/05/100524111728.htm</a></div>Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-31890787530036909982010-05-17T10:37:00.006+01:002010-05-27T21:23:29.469+01:00Pablo voltou a andar com hormonas de crescimento<div style="text-align: justify;"><a href="http://mybloggerpress.files.wordpress.com/2009/08/andar2.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" src="http://mybloggerpress.files.wordpress.com/2009/08/andar2.jpg" style="cursor: pointer; float: left; height: 341px; margin: 0pt 10px 10px 0pt; width: 275px;" /></a>Contra todas as previsões dos clínicos, um jovem espanhol recuperou a 100% de um acidente de automóvel. Foi o próprio pai, médico e investigador, quem decidiu aplicar-lhe um método pioneiro que utiliza hormonas de crescimento na regeneração de lesões. Os médicos portugueses dividem-se sobre este novo tratamento: para uns é uma esperança para doenças neurológicas; para outros levanta ainda muitas dúvidas éticas e de segurança.<span id="ctl00_ctl00_bcr_maincontent_ThisContent"></span><br />
<span id="ctl00_ctl00_bcr_maincontent_ThisContent"><div id="Article">Uma clínica espanhola, em Santiago de Compostela, promete resultados surpreendentes na cura de doenças cerebrais e de deficiências motoras, com a aplicação de hormonas de crescimento. Os benefícios destas substâncias produzidas naturalmente na hipófise (glândula situada na base do cérebro) são reconhecidos por exemplo para aumentar a altura em pessoas com problemas de crescimento (ver texto ao lado). Mas, na regeneração dos neurónios, este programa é pioneiro. <br />
<br />
<a name='more'></a>Com este tratamento, o director do Centro de Reabilitação Foltra, Jesús Devesa, professor catedrático na Universidade de Santiago de Compostela, conseguiu recuperar o filho, que ficou com lesões cerebrais depois de um grave acidente de carro. Foi o seu primeiro doente. E Pablo, hoje com 29 anos, conseguiu voltar a andar, falar e comer. Depois dele, o tratamento foi usado noutros 300 doentes paraplégicos ou com deficiência mental congénita ou adquirida. "Injectamos hormonas de crescimento na área subcutânea do braço, que induzem a produção de células- -mãe e regeneram os tecidos danificados", descreve Jesús Devesa ao DN, assegurando uma taxa de sucesso na casa dos 90%. Entretanto, a descoberta veio a público em Espanha e a técnica vai ser aplicada também num centro de paraplégicos de Toledo. <br />
As hormonas de crescimento seriam uma solução para os 150 mil portugueses com deficiência motora ou os 75 mil que sofrem de lesões cerebrais? Ou ainda os 200 novos casos de crianças com paralisia cerebral que nascem por ano em Portugal? Os médicos dividem-se. Embora não conheçam bem o tratamento, uns acreditam que pode ser uma esperança nos casos de paraplegias. Para outros é uma "aplicação meramente experimental e episódica", sem explicações científicas fundamentadas e com implicações no plano ético e da segurança.<br />
Pablo Devesa tinha saído de casa para se encontrar com os amigos, quando um acidente de viação o lançou num coma profundo durante um mês. "Lembro--me estar a chover muito e de eu ter embatido numa casa", conta o biólogo ao DN. Depois, ficou tudo escuro e imóvel. <br />
O acidente atirou--o para uma cama nos cuidados intensivos, com um traumatismo cranioencefálico e uma hemiplegia - uma paralisia das funções de um lado do corpo. "O traumatismo comprometeu o lado esquerdo do meu cérebro. Quando acordei, os médicos não me davam muitas esperanças de recuperação. Não conseguia falar, comer ou andar", lembra Pablo. <br />
Já em casa, o pai, Jesús Devesa, não hesitou em aplicar no filho os ensinamentos que desenvolvera durante anos em laboratório. "Estava consciente do que fazia. Sabia que era eficaz e tinha de acreditar nisso", sublinha o médico. <br />
Durante os meses seguintes, Pablo recebeu diariamente uma dose de hormonas de crescimento (produzidas industrialmente a partir de engenharia genética), em ciclos de 15 dias. "O seu efeito chega às zonas onde está a lesão, levando à proliferação de células-mãe e restituindo os estímulos nervosos no local afectado", diz Pablo. O tratamento era articulado com um plano intensivo de fisioterapia. <br />
"Cada caso é um caso e a dose a aplicar depende da doença, da idade e do progresso do paciente", indica Jesús Devesa, acrescentando: "Nas crianças, o processo de recuperação é mais rápido, pois a neuroplasticidade promove uma proliferação mais célere das células".<br />
Pablo tinha 22 anos, e a sua recuperação fez-se em oito meses. "Fiquei curado, sem sequelas. A recuperação foi a 100%. Hoje levo uma vida completamente normal, como qualquer jovem. Jogo futebol, bebo um copo com amigos." <br />
Mais: está há um ano a trabalhar no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, como investigador, e a terminar a tese de doutoramento a defender dentro de semanas. A base da investigação? O seu próprio caso e as implicações das hormonas de crescimento no processo de neuroregeneração. "É um trabalho que segue as linhas de orientação da investigação do meu pai. Quero comprovar os resultados em humanos, sem efeitos secundários, no sentido de dar uma base científica mais aprofundada", diz Pablo Devesa. <br />
O tratamento não é consensual nos especialistas portugueses. José Luís Medina, director do Serviço de Endocrinologia do Hospital de São João, mostra-se optimista: "Cientificamente devemos esperar pelos resultados do estudo, mas é uma esperança." "Devido às suas propriedades de crescimento e proliferação celular, talvez se possam obter alguns efeitos em situações como esta", diz Manuela Carvalheiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo.<br />
Já Fernando Baptista, do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, é mais céptico. "Será uma aplicação meramente experimental e pode ser geradora de falsas expectativas", alerta. "Nos últimos anos têm sido demonstrados outros efeitos a nível metabólico, mas não é o caso dos efeitos eventualmente neuroregeneradores deste caso."<br />
O presidente da Sociedade Portuguesa de Neurociências, João Malva, coordenador da equipa onde trabalha Pablo Devesa, no centro de neurociências, mostra-se bastante crítico. "É um tratamento que tem implicações sérias no plano ético e da segurança, uma vez que a hormona do crescimento pode trazer problemas secundários muito significativos associados à proliferação descontrolada de células, como em tumores", avisa o biólogo. "Acreditar na sua eficácia é uma questão de fé, porque do ponto de vista científico não há explicações fundamentadas. Mas a motivação dos pacientes pode fazer milagres", conclui.<br />
<br />
|Catarina Cristão, <a href="http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1571051&seccao=Sa%FAde"><span style="font-style: italic;">DN</span></a><br />
</div></span></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-85013666432707774572010-05-17T10:32:00.002+01:002010-05-27T21:24:53.196+01:00Meninos-Prodígio<a href="http://veja.abril.com.br/190510/imagens/educacao1.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" src="http://veja.abril.com.br/190510/imagens/educacao1.jpg" style="cursor: pointer; float: left; height: 300px; margin: 0pt 10px 10px 0pt; width: 532px;" /></a><span style="font-size: 78%;"><span class="legendaCor">Trajectória-relâmpago </span><br />
<span class="legenda">Ricardo, Renan e Alex (<em>da esq. para a dir</em>.): directamente da escola para o mestrado</span></span> <br />
<br />
A biografia dos estudantes que aparecem na foto acima contém um facto raríssimo que os faz destoar completamente da média: eles alcançaram o feito de saltar do ensino médio directamente para a pós-graduação em matemática – sem nunca terem pisado numa faculdade. O grupo pertence ao Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no Rio de Janeiro, um dos melhores centros de pesquisa do mundo na área, de acordo com os rankings internacionais. <br />
<a name='more'></a>Pois até mesmo ali, um celeiro de cérebros, a precocidade do trio chama a atenção. Aos 18 anos, o catarinense Renan Finder já cursa o mestrado em matemática pura e cultiva o hábito de gravar na memória os problemas que, só por diversão, soluciona mentalmente nas horas vagas. O estudante resume o pensamento comum ao grupo dos prodígios: "Desde que me entendo por gente, penso o mundo como um matemático". Recrutados pelo Impa em olimpíadas dedicadas à disciplina, nas quais coleccionaram medalhas, esses estudantes compõem um caso emblemático de como rastrear e lapidar talentos bem cedo pode trazer resultados excepcionais. Com todos os estímulos necessários, eles não apenas potencializaram as suas aptidões como se conectaram a alguns dos melhores polos de pesquisa do mundo – algo decisivo para a sua carreira. Avalia o doutor em matemática Seme Gebara: "Cultivar o talento dos jovens é crucial para o desenvolvimento de qualquer país – mas trata-se ainda de uma excepção no Brasil". <br />
<div align="left" class="corpo">Há evidências científicas de que os estímulos providos desde muito cedo àqueles de talento especial para a matemática têm efeitos poderosos. Isso porque em nenhuma outra etapa da vida eles estão tão propensos a ser criativos com os números. Explica o especialista alemão Martin Grötschel, da Universidade Técnica de Berlim: "Os estudos mostram que, até cerca dos 20 anos, os jovens ainda não mecanizaram os caminhos para solucionar os problemas, o que deixa o cérebro mais livre para o exercício da criatividade – fundamental para avançar nesse campo". A teoria pode ajudar a entender por que tantos génios da matemática afloraram ainda na adolescência. Foi com apenas 16 anos que o francês Blaise Pascal (1623-1662) criou os seus primeiros teoremas na área da geometria. O americano John Nash, por sua vez, escreveu a sua tese sobre a teoria dos jogos, aquela que lhe renderia o Prémio Nobel de Economia em 1994, aos 21 anos. </div><table align="right" border="0" cellpadding="2" cellspacing="2" style="width: 250px;"><tbody>
<tr> <td><span class="credito"></span><br />
<img align="right" border="0" height="268" src="http://veja.abril.com.br/190510/imagens/educacao2.jpg" vspace="3" width="250" /></td> </tr>
<tr> <td><span class="legendaCor">Genialidade precoce</span><br />
<span class="legenda">O americano John Nash: ele ganhou<br />
o Nobel pela tese sobre a teoria<br />
dos jogos que escreveu aos 21 anos </span></td> </tr>
</tbody></table><div align="left" class="corpo"><br />
A história dos jovens prodígios do Impa reforça ainda a ideia de como um ambiente favorável ao aprendizado pode ser decisivo. Em casa, todos eles receberam incentivos para que o gosto pelas equações se perpetuasse. "Desde pequeno, o meu pai adorava colocar-me diante de desafios matemáticos", lembra o paulista Ricardo Turolla, 21 anos, que na 8ª série do ensino fundamental já havia resolvido 100% dos exercícios dos livros do 3º ano do ensino médio. Foi uma questão de tempo para que o pai de Ricardo, um engenheiro eléctrico, acabasse ultrapassado pelo filho – hoje cursando o doutorado na área de sistemas dinâmicos, cujas aplicações vão da previsão do tempo às cotações da bolsa de valores. Como esperado, o grupo também passou por boas escolas de ensino particular, onde encontraram professores que conseguiram mantê-los interessados, apesar do abismo que os separava do restante da turma. O facto de terem participado de uma série de olimpíadas de matemática – competições que têm revelado talentos como o do pernambucano João Lucas Gambarra, 15 anos <i>(veja o quadro abaixo)</i> – também foi relevante. Diz o carioca Alex Correa, 23 anos e um doutoramento recém-concluído: "Um ambiente tão competitivo é desafiador à inteligência. Depois de uma olimpíada, eu já pensava em preparar-me para a seguinte". Sim, todos estudam madrugada adentro. Por exigência do Ministério da Educação (MEC), também começaram a cursar a faculdade, pré-requisito para que o título de doutor seja válido no Brasil.</div><div align="left" class="corpo">Como outros da sua geração, os três jovens do Impa gostam de videojogos, cinema, internet e festas com amigos. O que os distingue é justamente a adoração pela matemática – disciplina que a maioria dos estudantes no Brasil não só detesta como ignora. Numa comparação com alunos de 57 países, conduzida pela OCDE (organização que reúne os mais desenvolvidos), os brasileiros patinaram na 54ª posição, à frente apenas da Turquia, Catar e Quirguistão. A razão central para o flagrante atraso em relação aos demais países diz respeito ao baixo nível dos professores. Para se ter uma ideia, apenas 4% dos docentes do ensino fundamental se especializaram na área. Entre os que têm o diploma, a situação não melhora muito: em exame aplicado pelo MEC aos recém-formados, menos de um terço das questões foi respondido correctamente. Estamos a anos-luz, portanto, daquilo que o matemático americano John Allen Paulos, autor do livro <i>Innumeracy</i> (em português, "analfamatismo"), verificou ser mais eficaz para o ensino da matéria: "O desafio é apresentá-la como uma fantástica ferramenta para ver o mundo em que vivemos". </div>___<br />
<h3 align="left">O campeão de Quixaba</h3><table align="right" border="0" cellpadding="2" cellspacing="2" style="width: 250px;"><tbody>
<tr> <td><span class="credito">Josue da Mata</span><br />
<img align="right" border="0" height="268" src="http://veja.abril.com.br/190510/imagens/educacao3.jpg" vspace="3" width="250" /></td> </tr>
<tr> <td><span class="legendaCor">Colecção de medalhas</span><br />
<span class="legenda">O destaque olímpico João Gambarra:<br />
os seus livros já são os do doutoramento.</span></td> </tr>
</tbody></table><div align="left" class="corpo"><br />
No 2º ano do ensino médio, o pernambucano João Lucas Gambarra, 15 anos, gosta de dedicar o tempo livre a actividades que causam estranheza aos colegas – todas relacionadas com a matemática. Actualmente, ele divide-se entre a leitura de um calhamaço sobre análise combinatória (indicado para alunos de doutoramento) e a participação diária num fórum em que gente de todas as idades discute a resolução de problemas na internet. Frequentemente, o adolescente chega à resposta antes de toda a gente. Medalhista em cinco olimpíadas de matemática consecutivas entre escolas públicas, competição da qual participa desde os 10 anos, João Lucas tem uma trajetória distinta da maioria dos estudantes que sobressaem pelo talento. Filho de uma historiadora e de um professor do ensino fundamental, ele nunca teve condições financeiras para estudar em escolas particulares, muito menos para comprar todos os livros que o interessavam. Cientes da sua aptidão fora do comum, no entanto, os pais fizeram de tudo para incentivá-lo. Moradores do município de Princesa Isabel, no interior da Paraíba, eles decidiram matricular João Lucas numa escola pública da cidade vizinha, Quixaba, esta em Pernambuco – justamente pela notória excelência. Entre os 7 000 habitantes de lá, os feitos olímpicos do menino o alçaram à condição de celebridade. "Desde pequeno, a matemática para mim sempre foi pura diversão", diz ele, que está em dúvida entre a carreira de engenheiro e a de analista de sistemas.<br />
</div><div align="left" class="corpo">|Roberta de Abreu Lima, Revista <a href="http://veja.abril.com.br/190510/meninos-prodigio-p-090.shtml"><span style="font-style: italic;">Veja</span></a><br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-58287524969334474542010-05-13T10:09:00.001+01:002010-05-27T21:25:23.918+01:00Cultura ENTRE Culturas e Uma Visão Armilar do Mundo na Casa Bocage, Setúbal, Sábado, 15, 21 h<a href="http://1.bp.blogspot.com/_2rm81FCyXoQ/S-vATZ0Ks_I/AAAAAAAAApI/bHsWEhM-dIo/s1600/Noite+dos+Museus.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5470677611951338482" src="http://1.bp.blogspot.com/_2rm81FCyXoQ/S-vATZ0Ks_I/AAAAAAAAApI/bHsWEhM-dIo/s400/Noite+dos+Museus.jpg" style="display: block; height: 384px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 400px;" /></a><br />
<br />
Car@s amig@s ,<br />
<br />
Gostaria de os convidar para participar na Noite dos Museus na Casa Bocage, já no próximo Sábado, 15 de Maio, às 21h00.<br />
Para comemorar a Noite dos Museus, cujo tema deste ano é a «Harmonia Social», organizámos uma programação que dá ênfase à multiculturalidade e ao diálogo entre culturas:<br />
<br />
Visitas acompanhadas aos espaços museológicos (Exposição «As Sete Musas de Bocage», Centro de Documentação Bocagiano e Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro);<br />
<br />
Apresentação da exposição de desenho e escultura «Conexões», por Rui Oliveira Lopes, com a presença do autor, João Lino;<br />
<br />
<br />
<a name='more'></a>Lançamento em Setúbal do número 1 da revista «cultura ENTRE culturas», pelo seu Director, Paulo Borges;<br />
<br />
Canto livre e improvisado de Poesia de Bocage, por Patrícia Domingues;<br />
<br />
Apresentação da obra «Uma Visão Armilar do Mundo - A Vocação Universal de Portugal em Luís de Camões, Padre António Vieira, Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva», de Paulo Borges, por Bruno Ferro;<br />
<br />
Fado à capela, por Pedro Paz;<br />
<br />
Confraternização e partilha;<br />
<br />
No Dia Internacional dos Museus, 18 de Maio, entre as 14h30 e as 17h30, João Lino estará presente na Casa Bocage, para conversar com os visitantes sobre o seu processo criativo na realização da exposição «Conexões».<br />
<br />
Um abraço cordial,<br />
<br />
Bruno Ferro<br />
Casa Bocage | Divisão de Museus | CMS<br />
<br />
Casa Bocage <br />
Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro<br />
<br />
Rua Edmond Bartissol, 12<br />
Tel.: 265 229 255Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-76146342658772704372010-05-11T23:55:00.000+01:002010-05-11T23:55:06.539+01:00Eckhart Tolle: O anel perdidoFonte: <a href="http://contadoresdestorias.wordpress.com/2009/07/15/um-novo-mundo-eckhart-tolle/">Contadores d'Estórias</a><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_3x_LJ3g4gIg/S-ngLPJ944I/AAAAAAAAAmI/djSuI_YVwfg/s1600/eckhart_tolle_2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_3x_LJ3g4gIg/S-ngLPJ944I/AAAAAAAAAmI/djSuI_YVwfg/s320/eckhart_tolle_2.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;">Quando comecei a exercer a profissão de conselheiro e professor espiritual, visitava duas vezes por semana uma senhora que tinha um cancro, que estava já disseminado por todo o corpo. Ela era professora, tinha cerca de quarenta e cinco anos e os médicos não lhe tinham vaticinado mais do que alguns meses de vida. Por vezes, trocávamos algumas palavras durante as visitas, mas a maior parte do tempo ficávamos sentados em silêncio e, à medida que as sessões foram decorrendo, ela teve os seus primeiros vislumbres da paz que se encontrava dentro de si, cuja existência desconhecia na sua atribulada vida de professora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Contudo, um dia encontrei-a num estado de grande aflição e irritação. «O que é que aconteceu?», perguntei-lhe eu. O seu anel de diamantes, com um valor monetário e sentimental bastante elevado, havia desaparecido, e ela tinha a certeza de que fora roubado pela mulher que vinha cuidar dela todos os dias durante algumas horas. </div><a name='more'></a>Afirmou que não compreendia como é que alguém era capaz de ser tão insensível e cruel ao ponto de lhe fazer uma coisa daquelas. Perguntou-me se deveria confrontar a mulher ou se seria melhor chamar imediatamente a polícia. Eu respondi-lhe que não a podia aconselhar, mas pedi-lhe para pensar na importância que o anel ou outra coisa qualquer tinha para ela nesta altura da sua vida. «Não está a perceber», retorquiu ela, «este anel era da minha avó. Eu usava-o todos os dias, até que adoeci e as minhas mãos incharam muito. Para mim significa mais do que apenas um anel. Como posso não ficar aborrecida?»<br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A rapidez da resposta, a raiva e o tom defensivo que se adivinhava na sua voz eram indícios de que ela ainda não se tinha tornado suficientemente presente para olhar para dentro de si própria, para se libertar da sua reacção relativamente ao sucedido e observar ambos. A raiva e a postura defensiva eram sinais de que o ego continuava a falar através dela. Então, eu disse-lhe: «Vou fazer-lhe algumas perguntas, mas em vez de responder logo, veja se consegue encontrar as respostas dentro de si mesma. Vou fazer uma pequena pausa após cada pergunta. Quando a resposta surgir, pode não vir necessariamente sob a forma de palavras.» Ela declarou que estava pronta para ouvir as perguntas, que fiz em seguida: «Tem consciência de que um dia vai ter de se desprender do anel, talvez dentro em breve? De quanto tempo mais precisa até estar pronta para se desprender dele? Vai passar a ser menos do que aquilo que é quando o fizer? Quem você é ficou diminuído pela perda?» Ela manteve-se em silêncio durante alguns minutos após a última pergunta.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quando recomeçou a falar, tinha um sorriso no rosto e parecia estar em paz. «A última pergunta permitiu-me perceber algo importante. Primeiro, fui à minha mente à procura de uma resposta e ela disse-me: “Sim, é claro que ficaste diminuída.” Depois, perguntei novamente a mim própria: “A pessoa que eu sou ficou diminuída?” Desta vez, tentei sentir em vez de pensar na resposta. E, de repente, fui capaz de sentir o meu Eu Sou. Nunca tinha sentido isto. Se consigo sentir o Eu Sou de uma maneira tão forte, então quem eu sou não foi nada diminuído. Ainda o sinto agora, é algo pacífico, mas muito vivo.»</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">«Essa é a alegria do Ser», esclareci eu. «Só somos capazes de a sentir quando saímos da nossa cabeça. O Ser tem de ser sentido, não pode ser pensado. O ego não conhece essa alegria porque consiste apenas em pensamentos. Na realidade, o anel estava na sua cabeça como um pensamento que você confundiu com a percepção do Eu Sou. Pensou que o Eu Sou, ou parte dele, estava no anel.»</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">«O que quer que seja que o ego procure e ao qual se agarre é um substituto para o Ser que o ego não é capaz de sentir. Você pode dar valor às coisas e gostar delas, mas sempre que se apegar a elas, vai saber que é o ego que se apega. Você nunca fica realmente apegada a uma coisa, mas a um pensamento que contém as palavras “eu”, “meu” ou “minha”. Sempre que aceitar totalmente uma perda, está a ir para além do ego, e quem você é, o Eu Sou que personifica a própria consciência, vem à tona.»</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ela replicou: «Agora compreendo algo que Jesus disse e que antes nunca fez muito sentido para mim: “Se alguém quiser pleitear contigo para te tirar a túnica, dá-lhe também a capa.”»</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">«Exactamente», observei eu. «Não quer dizer que não devemos pôr trancas à porta. Só quer dizer que, por vezes, não nos apegar-mos às coisas é um acto de poder muito maior do que defendê-las ou agarrarmo-nos a elas.»</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nas suas últimas semanas de vida, à medida que o seu corpo ia ficando mais fraco, ela tornou-se cada vez mais radiosa, como se a luz brilhasse através dela. Deu muitos dos seus haveres, alguns deles à mulher que julgava ter-lhe roubado o anel, e sempre que se desprendia de alguma coisa, a sua alegria aumentava. Quando a mãe dela me telefonou a informar de que ela tinha falecido, também me disse que, após a sua morte, o anel fora encontrado no armário dos medicamentos, na casa de banho. Teria a mulher devolvido o anel ou teria ele estado sempre lá? Nunca saberemos. Mas pelo menos uma coisa sabemos: a vida dar-nos-á a experiência mais útil para a evolução da nossa consciência. Como sabemos que esta é a experiência de que precisamos? Porque esta é a experiência que estamos a ter neste momento.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Então está errado termos orgulho dos nossos bens ou sentirmo-nos melindrados em relação às pessoas que têm mais do que nós? De todo. Essa sensação de orgulho, essa necessidade de sobressair, a aparente elevação do nosso eu através das palavras «mais do que» e a sua inferiorização através de «menos do que» não estão certos nem errados – fazem parte do ego. O ego não está errado; apenas é inconsciente. Quando observar o ego que se encontra dentro de si, começará a ir para além dele. Não leve o ego demasiado a sério. Quando detectar um comportamento egóico seu, sorria. E possível que, por vezes, até se ria à gargalhada. Como pode a Humanidade ter-se deixado levar por isto durante tanto tempo? Acima de tudo, saiba que o ego não é pessoal. Não é quem você é. Se considerar o ego um problema pessoal, estará a alimentá-lo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">(…)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em defesa de uma ilusão</div><div style="text-align: justify;">Não há dúvida de que os factos existem. Se dissermos «A velocidade da luz é maior do que a velocidade do som» e outra pessoa disser que é o oposto, é claro que nós temos razão e a outra pessoa está errada. Basta observar que o relâmpago vem antes do trovão para confirmar este facto. Não só temos razão, como sabemos que temos razão. Estará o ego envolvido nisto? Possivelmente, mas não necessariamente. Se nos limitarmos a constatar o que sabemos ser verdade, o ego não está de todo envolvido, pois não existe qualquer identificação. Identificação com o quê? Com a mente e com uma posição mental. Porém, tal identificação pode facilmente infiltrar-se. Se dermos por nós a afirmar «Acredita, eu sei» ou «Porque é que nunca acreditas em mim?», isto significa que o ego já se infiltrou. Está escondido nas palavrinhas «eu» e «mim». A simples afirmação «A luz é mais rápida do que o som», embora verdadeira, está agora ao serviço da ilusão, do ego. Foi contaminada por urna falsa noção de «eu»; foi personalizada, transformada numa posição mental. O «eu» sente-se diminuído ou ofendido porque alguém não acredita no que «eu» disse.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O ego transforma tudo numa questão pessoal. A emoção surge, assim como a atitude defensiva, e talvez até mesmo a agressão. Estaremos a defender a verdade? Não, a verdade, em qualquer caso, não precisa de defensores. Nem a luz nem o som se importam com que nós ou as outras pessoas pensam. Estamos a defender-nos ou melhor, estamos a defender a ilusão de nós próprios, o substituto criado pela mente. Seria ainda mais correcto afirmar que a são se está a defender a si própria. Se até o domínio claro e evidente dos factos pode ser colocado ao serviço da distorção e da ilusão egóica, quanto mais o domínio menos óbvio das opiniões, dos pontos de vista e dos juízos de valor, todos eles formas de pensamento que podem ser facilmente impregnadas de uma noção de identidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Todos os egos confundem opiniões e pontos de vista com factos. Além disso, não são capazes de fazer a distinção entre um acontecimento e a sua própria reacção a esse acontecimento. Todos os egos são peritos na percepção selectiva e na interpretação distorcida. Só a consciência — e não o pensamento — consegue distinguir entre um facto e uma opinião. Só através da consciência somos capazes de ver que esta é a situação e que esta é a ira que sentimos em relação a ela e, em seguida, de perceber que há outras formas de agir nessa situação, outras formas de a analisar e de lidar com ela. Só através da consciência somos capazes de compreender a totalidade da situação ou da pessoa e de não adoptar uma perspectiva limitada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eckhart Tolle<i> in</i> Um novo mundo</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-34001845372821098212010-05-08T13:57:00.000+01:002010-05-08T13:57:57.093+01:00A criança, o jogo e a abolição do tempo<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_3x_LJ3g4gIg/S-VftrQclSI/AAAAAAAAAl4/JTFSWj2S4Do/s1600/71877006.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_3x_LJ3g4gIg/S-VftrQclSI/AAAAAAAAAl4/JTFSWj2S4Do/s320/71877006.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;">"Aquilo que distingue realmente uma criança de todo o resto que é vivo no Universo é a capacidade enorme de sua absorção no jogo. A capacidade enorme de imaginar que as coisas efectivamente estão surgindo como ao toque mágico de uma vara de fada e fazer que perante isso o tempo não exista. O milagre que uma criança faz quotidianamente no mundo é aquele milagre de conseguir que o tempo desapareça de sua vida na realidade. Aquela historieta que se conta do monge da Idade Média que esteve trezentos anos ouvindo um rouxinol cantar e teve por aí a ideia do que deve ser a eternidade, esse milagre de monge medieval é repetido realmente pela criança todos os dias quando brinca. Tempo para ela desaparece, e é o adulto que vem impor-lhe normas de tempo; o adulto existe no mundo da criança para interromper a cada momento a história do monge e do rouxinol"</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">– Agostinho da Silva, "Baden Powell, Pedagogia e Personalidade" [1961], in Textos Pedagógicos II, p.24.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-45970345497027758892010-05-05T10:55:00.001+01:002010-05-27T21:25:46.444+01:00Programação de Maio da ESMTC, com novas apresentações da Cultura ENTRE Culturas e de Uma Visão Armilar do Mundo no dia 11Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa* <br />
PLATAFORMA DE ACTIVIDADES ABERTAS AO PÚBLICO<br />
ESMTC | ACTIVIDADES ABERTAS<br />
2010 <br />
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MAIO<br />
PROGRAMAÇÃO<br />
resumo<br />
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FORMAÇÃO | SAÚDE E LONGEVIDADE | ARTE, CULTURA E FILOSOFIA<br />
cursos, seminários, formações, oficinas, aulas, palestras, apresentações, performances, espectáculos, concertos, feiras<br />
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FORMAÇÃO<br />
CURSO SUPERIOR DE MEDICINA TRADICIONAL CHINESA<br />
3 de Maio » ABERTURA DAS CANDIDATURAS PARA O ANO LECTIVO 2010/2011<br />
consulte o ESPAÇO DO CANDIDATO<br />
<br />
FORMAÇÃO<br />
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTORES DE QIGONG (Chi Kung)<br />
3 de Maio » ABERTURA DAS CANDIDATURAS PARA O ANO LECTIVO 2010/2011<br />
consulte ESTE ESPAÇO<br />
<br />
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FORMAÇÃO<br />
SEMINÁRIO DE ZHAN ZHUANG QIGONG (chi kung)<br />
A ORIGEM DO MOVIMENTO E A UNIDADE NA ACÇÃO<br />
com Peter Den Dekker (Holanda)<br />
7 de Maio (6ª) | 15h - 18h<br />
8 e 9 de Maio (Sáb e Dom) -10h - 17h<br />
<br />
FORMAÇÃO<br />
THE DYNAMICS OF STANDING STILL | QIGONG (Chi Kung)<br />
APRESENTAÇÃO DO LIVRO<br />
de Peter Den Dekker (Holanda)<br />
7 de Maio (6ª) | 19h<br />
<br />
ARTE, CULTURA E FILOSOFIA <br />
UMA VISÃO ARMILAR DO MUNDO<br />
APRESENTAÇÃO DO LIVRO<br />
de Paulo Borges<br />
11 de Maio (3ª) | 18h30<br />
apresentação da obra por Risoleta Pinto Pedro<br />
leitura de textos por Bruno Ferro e Luísa Dunas<br />
<br />
<br />
ARTE, CULTURA E FILOSOFIA<br />
CULTURA ENTRE CULTURAS<br />
que diálogo entre culturas?<br />
APRESENTAÇÃO DA REVISTA<br />
por Paulo Borges<br />
11 de Maio (3ª) | 19h<br />
leitura de textos por Bruno Ferro e Luíza Dunas<br />
<br />
SAÚDE E LONGEVIDADE<br />
A ESSÊNCIA DA VIDA<br />
OFICINA SOBRE PRÁTICAS VITAIS PARA A SAÚDE<br />
com Juvenal Branco<br />
15 de Maio (sáb) | 10h - 18h<br />
<br />
<br />
ARTES, CULTURA E FILOSOFIA<br />
TWO BUTOH SOLOS<br />
PERFORMANCE DE DANÇA<br />
18 Maio (3ª) | 22h <br />
com Yuko Ota (Japão) e Ulla Janatuinen (Finlândia)<br />
<br />
ARTE, CULTURA E FILOSOFIA<br />
FEIRA DO LIVRO ANARQUISTA<br />
BANCAS, DEBATES, CONVERSAS, PERFORMANCES, OFICINAS E PROJECÇÕES DE VÍDEOS<br />
21 de Maio (6ª) | 16h » 24h<br />
22 e 23 de Maio (sáb e dom) | 14h » 24h<br />
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FORMAÇÃO<br />
PALESTRA DE APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO DE WUDANG QIGONG (Chi Kung) <br />
EXERCÍCIOS PARA A LONGEVIDADE E OS CINCO SONS TERAPÊUTICOS<br />
com Nuno Ordens Miguel<br />
PALESTRA DE APRESENTAÇÃO (entrada livre)<br />
7 e 28 de Maio (6ª) | 18h - 19h <br />
e 18 de Junho (6ª) | 18h - 19h <br />
DATA DO SEMINÁRIO - 19 e 20 de Junho (sáb e dom) | 10h - 17hPaulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-67218387707128846642010-04-26T11:06:00.003+01:002010-05-27T21:27:14.082+01:00Lançamento do número 1 da revista Cultura ENTRE Culturas e de Uma Visão Armilar do Mundo - 3ª, 27, Largo do Alecrim, 70<a href="http://2.bp.blogspot.com/_2rm81FCyXoQ/S9VhSqBo6vI/AAAAAAAAAoI/fNFVtN30ZYw/s1600/UmaVisaoAmilarDoMundo.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5464380696030669554" src="http://2.bp.blogspot.com/_2rm81FCyXoQ/S9VhSqBo6vI/AAAAAAAAAoI/fNFVtN30ZYw/s400/UmaVisaoAmilarDoMundo.jpg" style="display: block; height: 400px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 281px;" /></a><br />
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<a href="http://1.bp.blogspot.com/_2rm81FCyXoQ/S9VhRrULjgI/AAAAAAAAAoA/OKMaNYG1AzA/s1600/ENTRE+capa+nau.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5464380679197003266" src="http://1.bp.blogspot.com/_2rm81FCyXoQ/S9VhRrULjgI/AAAAAAAAAoA/OKMaNYG1AzA/s400/ENTRE+capa+nau.jpg" style="display: block; height: 400px; margin-bottom: 10px; margin-left: auto; margin-right: auto; margin-top: 0px; text-align: center; width: 290px;" /></a><br />
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Car@s Amig@s<br />
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Convido-vos para o lançamento do número 1 da revista <strong>Cultura ENTRE Culturas</strong>, por Frei Bento Domingues e Miguel Real, em conjunto com a apresentação do meu último livro <strong>Uma Visão Armilar do Mundo</strong>, por Paulo Teixeira Pinto. O Dr. Fernando Nobre associa-se ao evento, falando sobre o diálogo intercultural.<br />
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<a name='more'></a><br />
<br />
O acontecimento tem lugar no IADE Chiado Center - Rua do Alecrim, 70, na 3ª feira, 27, pelas 18.30<br />
<br />
A revista Cultura ENTRE Culturas é uma revista internacional e intercultural por mim dirigida que publica ensaio, poesia e fotografia. A direcção artística é de Luiz Reys e a edição da Âncora Editora.<br />
<br />
Comissão de Honra: François Jullien, Hans Küng, Jean-Yves Leloup, Raimon Pannikar, Matthieu Ricard e Agostinho da Silva (In Memoriam).<br />
<br />
Publica neste número inéditos de Vilém Flusser, François Jullien, Hans Küng, Jean-Yves Leloup, Raimon Pannikar e Agostinho da Silva. <br />
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Ensaios e textos de Paulo Borges, Maria Sarmento, Paulo Feitais, Rui Lopo, Ricardo Ventura, Carlos Silva, Isabel Santiago, Amon Pinho, Miguel Real, Romana Valente Pinho e Inês Borges. <br />
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Poesia de Francisco Soares, Duarte Braga, Rui Fernandes, Luiza Dunas, Dirk Hennrich (aforismos), Francisco Soares e Donis de Frol Guilhade.<br />
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Fotografia de Beat Presser, Ilda Castro, Rui Fernandes, Francisco Soares e Adama.<br />
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O próximo número (Outubro de 2010) será dedicado a Fernando Pessoa e ao Diálogo Ocidente-Oriente, por ocasião dos 500 anos da chegada dos portugueses a Goa.<br />
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Propósitos:<br />
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1. Contribuir para o desenvolvimento de uma consciência-experiência integrais, multidimensionais, inter e trans-disciplinares do real e do que possa haver além-aquém do que como tal se designa, enriquecendo criativamente a vida e a existência mediante a compreensiva realização das suas supremas possibilidades. <br />
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2. Explorar antigas e novas possibilidades espirituais, mentais, éticas, artísticas, científicas, educativas, ecológicas, comunicacionais, sociais, políticas e económicas, alternativas à crise e declínio do paradigma civilizacional ainda dominante e que obedeçam ao soberano critério do melhor possível para todos os seres sencientes, humanos e não-humanos. <br />
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3. Promover o conhecimento e diálogo entre culturas, civilizações, religiões e espiritualidades, bem como entre estas, o ateísmo e o agnosticismo, no espírito da mais ampla imparcialidade e <br />
universalismo. <br />
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4. Contribuir para a harmonia e a não-violência na relação do homem consigo, com a natureza e com todos os seres sencientes, capazes de sentir dor, prazer e emoções. <br />
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5. Despertar e orientar para estes fins a cultura e a sociedade portuguesas, bem como a comunidade lusófona, valorizando e promovendo as tendências que nelas mais apontem neste sentido<br />
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Será para mim uma honra a vossa presença.<br />
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Saudações<br />
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Paulo BorgesPaulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-19553183795118386072010-04-23T23:33:00.000+01:002010-04-23T23:33:40.234+01:00A sede de amorFonte: <a href="http://cadernosociologia.blogspot.com/2010/04/sede-de-amor.html">Caderno de Sociologia</a><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_FcmAWGiljgI/S9IgDVCbFDI/AAAAAAAAAdk/qNxpHU5aIZs/s1600/Kissing_in_the_rain_with_umbrella_beijo_chuva_6_.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/_FcmAWGiljgI/S9IgDVCbFDI/AAAAAAAAAdk/qNxpHU5aIZs/s400/Kissing_in_the_rain_with_umbrella_beijo_chuva_6_.jpg" width="287" /></a></div><div style="text-align: justify;">Em <i>The Normal Chaos of Love</i> (1995), Ulrich e Elisabeth Beck-Gernsheim examinam a natureza tumultuosa das relações pessoais, os casamentos e padrões de família num mundo em rápida mudança. Os autores argumentam que as tradições, regras e linhas de orientação que governam as relações pessoais já não se aplicam, e que os indivíduos são actualmente confrontados com uma série interminável de escolhas, que fazem parte do processo de construção, ajustamento e melhoramento, ou dissolução, das uniões que formam com os outros. O facto dos casamentos serem actualmente uniões voluntárias e não relacionamentos que obedecem a motivos económicos ou que são impostos pela família, acarreta tanto novas liberdades como novos constrangimentos, exigindo um grande empenho em termos de esforço e dedicação.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Para esses autores a nossa época está repleta de interesses conflituosos entre a família, o trabalho, o amor e a liberdade para prosseguir objectivos individuais. A colisão é sentida de uma forma mais incisiva nas relações pessoais, particularmente quando existem duas “biografias de mercado de trabalho” em vez de uma. </div><a name='more'></a>Os autores querem dizer com esta expressão que (…) um número crescente de mulheres tem carreiras profissionais no decurso das suas vidas. Outrora existia uma maior tendência por parte das mulheres para trabalhar a tempo parcial fora de casa, ou retirar um tempo significativo às suas carreiras para o dedicar à criação dos filhos. Estes padrões são hoje em dia menos fixos que antigamente; tanto os homens como as mulheres dão hoje uma importância enorme às suas necessidades pessoais e profissionais. Os autores concluem que as relações na nossa época moderna são, por assim dizer, muito mais que relações. Não só o amor, o sexo, os filhos, o casamento e os deveres domésticos são tópicos de negociação nas relações, mas também o são os tópicos que têm a ver com o trabalho, a política, a economia, as profissões, e a desigualdade. Os casais modernos enfrentam um conjunto variado de problemas, que vão dos mais mundanos aos mais profundos.<br />
<div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Sendo assim, talvez não seja surpreendente que o antagonismo entre homens e mulheres se encontre em crescimento. Ulrich e Elisabeth Beck-Gernsheim defendem que a “batalha entre os sexos” é o “drama central dos nossos tempos”, como o mostram o crescimento da indústria de aconselhamento matrimonial, os tribunais de família, os grupos de auto-ajuda marital, e os índices de divórcio. Todavia, embora o casamento e a vida familiar pareçam muito mais débeis do que antigamente, ainda são muito importantes para as pessoas. Os divórcios são cada vez mais comuns, mas os índices de novos casamentos são elevados. A taxa de natalidade pode estar em declínio, mas existe uma grande procura de tratamentos de fertilidade. Menos pessoas podem desejar casar-se, mas o desejo de viver com outra pessoa e fazer parte de um casal continua certamente firme [como é confirmado, por exemplo, pelo aumento das uniões de facto]. O que é que poderá explicar estas tendências opostas?</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">De acordo com estes autores, a resposta é simples: o amor. Ulrich e Elisabeth Beck-Gernsheim argumentam que a “batalha dos sexos” a que se assiste hoje em dia é o mais claro indicador da “sede de amor” sentida pelas pessoas. As pessoas casam-se por causa do amor e divorciam-se por causa do amor; as pessoas empenham-se num interminável ciclo de esperança, arrependimento e novas tentativas. Enquanto por um lado as tensões entre homens e mulheres tendem a aumentar, por outro lado permanece uma grande fé e esperança na possibilidade de encontrar um grande amor que conduza a uma maior realização pessoal.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Pode-se pensar que o ‘amor’ é uma resposta muito simplista para responder às complexidades da época actual. Mas Ulrich e Elisabeth Beck-Gernsheim argumentam que é precisamente por o nosso mundo se ter tornado tão opressivo, impessoal, abstracto e em mudança constante, que o amor se tornou cada vez mais importante. De acordo com estes autores, o amor é o único lugar onde as pessoas podem verdadeiramente encontrar-se e ligar-se a outras. Num mundo de incerteza e risco como o nosso, o amor é real:</div><div style="text-align: justify;"></div><blockquote><div style="text-align: justify;"><i>“O amor é a procura de nós próprios, é o desejo ardente de realmente entrar em contacto comigo e contigo, partilhar os corpos, os pensamentos, encontrar-se um ao outro sem nada a esconder, fazer confissões e ser perdoado, é compreensão, confirmação e suporte no que foi e no que é, é o anseio por um lar e pela confiança para contrabalançar as dúvidas e ansiedades geradas pela vida moderna. Se nada é certo e seguro, se até mesmo é arriscado respirar num mundo poluído, então as pessoas seguem os sonhos sedutores do amor até estes se transformarem em pesadelos.”</i></div></blockquote><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Segundo estes autores, o amor é ao mesmo tempo desesperante e doce. É uma “força poderosa que obedece às suas próprias regras e que inscreve as suas mensagens nas expectativas, ansiedades e padrões de comportamento das pessoas”. No nosso mundo flutuante o amor tornou-se uma nova fonte de fé.»</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Anthony Giddens, Sociologia, 5ª edição, F. C. Gulbenkian, 2007, Lisboa, pp. 180-182.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-11194516189320769762010-04-23T21:45:00.000+01:002010-04-23T21:45:46.927+01:00Uma nova definição da Humanidade<div style="text-align: justify;">Fonte: <a href="http://blogs.discovermagazine.com/intersection/2010/04/23/redefining-humanity/">Discover</a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">por <a href="http://blogs.discovermagazine.com/intersection/author/skirshenbaum/">Sheril Kirshenbaum</a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_FcmAWGiljgI/S9IGwO2AneI/AAAAAAAAAdc/8pELciTyxQQ/s1600/earth+human.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/_FcmAWGiljgI/S9IGwO2AneI/AAAAAAAAAdc/8pELciTyxQQ/s320/earth+human.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;">‘O que é que, exactamente, nos distingue das outras espécies?‘</div><div style="text-align: justify;">É assim que começa um <a href="http://www.earthmagazine.org/earth/article/326-7da-3-18">artigo</a> recente do <a href="http://www.webberenergygroup.com/index.php/people/bio">Professor Michael Webber</a>, da Universidade do Texas, que oferece uma visão interessante sobre um assunto que há muito tempo vem a ser debatido. Ele sugere que aquilo que nos define como humanos é a forma como manipulamos a energia:</div><blockquote><div style="text-align: justify;"><i>Defendo que aquilo que realmente separa os humanos de todas as outras espécies é que somos os únicos a manipular a energia. <a name='more'></a>A primeira <a href="http://www.fisicahoje.com/index.php?topic=389.0">Lei da Termodinâmica</a> diz-nos que a energia tem muitas formas (por exemplo química, térmica, cinética, eléctrica, atómica) e que podemos convertê-la de uma forma para outra. E não obstante todas as espécies beneficiarem da conversão natural da energia radiante (por exemplo, da luz solar) em energia química (por exemplo, através da foto-síntese), os humanos são a única espécie que manipula especificamente a energia transformando-a de uma forma para outra - por exemplo, convertendo a energia química (combustíveis) em energia térmica (calor) ou energia mecânica (movimento).</i></div></blockquote><div style="text-align: justify;">E nasce, assim, uma nova definição de Humanidade: os Humanos manipulam a energia intencionalmente.</div><div style="text-align: justify;">Com isto em mente, Webber argumenta que devemos assumir a responsabilidade pelos seus efeitos negativos. Por outras palavras, a sua definição apela a que sejamos melhores guardiões deste <a href="http://blogs.discovermagazine.com/intersection/2007/10/15/pale-blue-dot/">pálido ponto azul</a>. É uma perspectiva que muito me agrada. <a href="http://www.earthmagazine.org/earth/article/326-7da-3-18">Pode ler o artigo completo (em inglês), aqui</a>.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Fotografia de <a href="http://www.gettyimages.com/detail/86470718/Taxi">Runstudio</a> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-6600686962685000332010-04-20T20:07:00.002+01:002010-04-23T21:46:46.752+01:00Os animais nossos amigos: reflexões (im)pertinentes! (por Vitor Pomar)<a href="http://3.bp.blogspot.com/_denlmLip4uI/S838Hjz5g-I/AAAAAAAAALQ/zxZKWzUyobs/s1600/3272120371_d06c096969_o.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5462299129872483298" src="http://3.bp.blogspot.com/_denlmLip4uI/S838Hjz5g-I/AAAAAAAAALQ/zxZKWzUyobs/s200/3272120371_d06c096969_o.jpg" style="cursor: pointer; float: left; height: 157px; margin: 0pt 10px 10px 0pt; width: 200px;" /></a><br />
<div style="color: #515151; font: 12px 'Helvetica Neue'; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="letter-spacing: 0px;">As reflexões que hoje deixo aqui são de um amigo e companheiro espiritual - <a href="http://www.vitorpomar.com/">Vitor Pomar</a> (ver foto).</span></div><div style="color: #515151; font: 12px 'Helvetica Neue'; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="letter-spacing: 0px;">Vale a pena ler e refletir.</span></div><div style="font: 12px 'Helvetica Neue'; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="letter-spacing: 0px;"></span><br />
</div><div style="color: #515151; font: 10px 'Helvetica Neue'; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="letter-spacing: 0px;">Nota: A grafia do texto, em consonância com o Acordo Ortográfico de 1990, foi alterada por mim.</span></div><div style="color: #515151; font: 12px 'Helvetica Neue'; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="letter-spacing: 0px;">------------------</span></div><div style="color: #515151; font: 12px 'Helvetica Neue'; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="letter-spacing: 0px;">Continuo a achar que a base e fundamento do humanismo, a plataforma onde podemos convidar todos os seres a participar e encontrar seu lugar, está no que eu chamo de egoísmo positivo: todos temos vantagem no bem estar e realização de todos e de cada um. Essa é certamente a maior riqueza que podemos almejar. Somos o universo inteiro (desde o big bang e/ou infinita sucessão deles) do qual não nos distinguimos senão por limitada compreensão. Melhor ainda, somos a consciência não dual do universo. </span></div><div style="color: #515151; font: 12px 'Helvetica Neue'; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="letter-spacing: 0px;"><a name='more'></a>Trata-se neste caso de partilhar com os outros, todos os outros, o sentimento profundo de empatia em relação aos animais (nossos irmãos nesta vida, nossas mães nas infinitas vidas passadas a quem somos eternamente devedores...), assim como com a nossa atitude promover a descoberta de toda uma sabedoria de que os animais são portadores. Sabemos que os benefícios da prática de salvar vidas são inúmeros: só esta visão pode ajudar aqueles que hoje estão na ignorância que gera violência e sofrimento. Até cada célula, cada planta, é todo um universo de inteligência onde temos muito a ganhar ao aprendermos a escutá-los. Tudo isto deveria fazer parte do programa das escolas. </span></div><div style="color: #515151; font: 12px 'Helvetica Neue'; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="letter-spacing: 0px;">A sabedoria dos animais passa por exemplo pela capacidade que têm de escolher as plantas de que necessitam para os diversos efeitos que procuram, seja ela a cura de uma indisposição, seja também alguma necessidade inconfessável de experimentar uma expansão da consciência. Sim, eles entram em transe e sabem onde ir buscar a substância apropriada, coisa que só a nossa compulsiva e pretensa racionalidade nos impede de conhecer.</span></div><div style="color: #515151; font: 12px 'Helvetica Neue'; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="letter-spacing: 0px;"> Viver em harmonia com o universo: só assim encontraremos alguma paz e o futuro será salvaguardado, coisa que agora parece quase um delírio e uma utopia.</span></div><div style="color: #515151; font: 12px 'Helvetica Neue'; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="letter-spacing: 0px;">No dia 1 de Abril pensei divulgar uma mensagem em que se anunciava ser tudo mentira: a poluição que envenena todo o ambiente (ar, terra, água, mas também eletromagnética); as guerras incontáveis que proliferam raivosamente; a alimentação industrial que envenena toda a gente, animais incluídos; os fármacos que matam mais do que curam; toda a vertigem que o stress produz; a violência de toda a ordem a que estamos sujeitos nas estradas; a solidão rodeada pelo excesso de falsa e viciada informação...</span></div><div style="color: #515151; font: 12px 'Helvetica Neue'; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="letter-spacing: 0px;">A visão (apocalíptica e/ou realista?) da atualidade surge assim aos nossos olhos de um modo ao mesmo tempo assustador mas também como uma miragem, um pesadelo do qual deveríamos poder acordar ! </span></div><div style="color: #515151; font: 12px 'Helvetica Neue'; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="letter-spacing: 0px;">O budismo promove uma prática de salvar vidas (libertando animais condenados a uma morte violenta) e uma atitude sabiamente ecológica baseada no reconhecimento duma interdependência entre os seres e entre os elementos, articulada com a consciência duma impermanência a que tudo e todos estão sujeitos e que pode tanto salvar-nos como destruir-nos. Parece-me no entanto haver alguma desatenção por parte dos ensinamentos em relação a esta problemática duma certa sabedoria que podemos descobrir nos animais e na natureza em geral. </span></div><div style="color: #515151; font: 12px 'Helvetica Neue'; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="letter-spacing: 0px;">Não se trata apenas de simples compaixão, mas muito mais do que isso: toda a natureza canta de forma esplêndida uma realidade que nos ultrapassa tanto mais quanto nos privamos de a ela nos entregarmos sem limites...</span></div>Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-61398486231730135582010-04-19T23:43:00.001+01:002010-04-20T00:13:35.083+01:00Afinal, o mito dos super-poderes dos super-heróis e dos super-vilões, tem a sua razão de ser<div style="text-align: justify;">A eterna luta entre o bem e o mal. A escolha diária, nas pequenas coisas, de cada um de nós. Ou simplesmente não escolher.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Fonte: <a href="http://www.scientificblogging.com/news_articles/morality_controls_physical_endurance_psychologists_suggest">Scientific Blogging</a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>A moralidade controla a resistência física, sugerem psicólogos.</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_FcmAWGiljgI/S8zcQpZ3cOI/AAAAAAAAAdU/lXfCTdfQOWc/s1600/arch-angel-william-mark-coulthard-and-ana-bikic-.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_FcmAWGiljgI/S8zcQpZ3cOI/AAAAAAAAAdU/lXfCTdfQOWc/s320/arch-angel-william-mark-coulthard-and-ana-bikic-.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;">O comportamento moral pode aumentar a nossa força de vontade e resistência física, de acordo com um novo estudo da Universidade de Harvard.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Os participantes neste novo estudo que praticaram boas acções - ou que simplesmente se imaginaram a ajudar outros - conseguiram desempenhar melhor uma tarefa de resistência física. A pesquisa mostra um resultado similar ou ainda mais marcado após acções vis.</div><div style="text-align: justify;">Os resultados deste estudo foram publicados na <i>Social Psychological and Personality Science</i>. </div><div style="text-align: justify;">"Quer seja um santo ou perverso, parece existir um poder nos eventos morais," diz Kurt Gray, um estudante doutorado em Psicologia em Harvard. "As pessoas pensam muitas vezes naqueles que fazem um grande bem ou um grande mal e pensam, 'Eu nunca conseguiria fazer aquilo' ou então 'Não teria a força para fazer tal coisa'. Mas este estudo sugere, de facto, que a força física pode ser um efeito e não uma causa dos actos morais."</div><div style="text-align: justify;"></div><a name='more'></a><div style="text-align: justify;">A conclusão surge de dois estudos. No primeiro, foi dado um dólar aos participantes e foi-lhes dito que podiam ficar com ele ou doá-lo a quem precisa; depois foi-lhes pedido para levantarem e manterem um peso de 5 libras (2,27 kg) durante tanto tempo quanto conseguissem. Aqueles que doaram o dólar conseguiram aguentar o peso durante mais 10 segundos, em média.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Num segundo estudo, os participantes seguraram um peso enquanto escreviam histórias ficcionais sobre eles próprios a cuidar de outros, maltratando outros ou simplesmente fazendo algo que não tinha qualquer impacto sobre outros. Tal como no primeiro estudo, os que escreveram sobre ajudar outros demonstraram uma força física superior do que aqueles cujas acções não beneficiavam outros.</div><div style="text-align: justify;">Surpreendentemente, no entanto, os malfeitores demonstraram uma força ainda maior do que aqueles que imaginaram as boas acções.</div><div style="text-align: justify;">Os resultados vão contra a noção de que apenas aqueles que possuem uma força de vontade ou auto-controlo extraordinários são capazes de heroísmo, sugerindo que simplesmente tentar realizar actos heróicos ou sinistros pode conferir poder pessoal.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">"Gandhi ou a Madre Teresa podem não ter nascido com um auto-controlo extraordinário, mas talvez o tenham vindo a possuir através da ajuda que prestaram a outros," diz Gray, que apelida este efeito de "transformação moral", porque sugere que os actos morais têm o poder de transformar as pessoas comuns em pessoas excepcionais.</div><div style="text-align: justify;">A transformação moral tem muitas implicações. Por exemplo, sugere uma nova técnica para aumentar o auto-controlo quando se faz dieta: ajude os outros quando se sentir tentado. "Talvez a melhor forma de resistir aos donuts no trabalho seja doar a sua transformação matinal a uma causa meritória,", diz Gray.</div><div style="text-align: justify;">Pode também sugerir um novo tratamento para a ansiedade ou a depressão. Gray acrescenta: "Ajudar os outros pode ser a melhor forma de recuperar o controlo sobre a sua vida."</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><i>Nota do Outro: O problema é que parece que maltratá-los também. </i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pintura: Archangel, de William Mark Coulthard</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-31691453368549374192010-04-19T13:50:00.001+01:002010-04-19T13:53:45.074+01:00Férias dos portugueses na Europa vão ser subsidiadasFonte: <a href="http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=169632">Sol</a><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_FcmAWGiljgI/S8xRdvSDitI/AAAAAAAAAdM/VoJoJrMxd6A/s1600/holidays.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_FcmAWGiljgI/S8xRdvSDitI/AAAAAAAAAdM/VoJoJrMxd6A/s320/holidays.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;">Ser turista vai passar a ser um direito de todos os europeus. A Comissão Europeia decidiu que vai atribuir um subsídio a idosos, jovens, famílias com dificuldades financeiras e pessoas com deficiência, avança a edição do i desta segunda-feira.</div><div style="text-align: justify;">Idosos com mais de 65 anos, jovens entre os 18 e os 25, famílias com dificuldades financeiras e portadores de deficiência vão beneficiar de um subsídio que pode ascender aos 30% das despesas totais de uma viagem de férias.</div><div style="text-align: justify;">Segundo o i, a proposta estará em prática em 2013 e conta já com o apoio do executivo português. Em declarações ao jornal, o secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, explica que o Governo apoia esta ideia «porque constitui uma medida que permite democratizar o acesso a férias e combater a sazonalidade do turismo».</div><div style="text-align: justify;">Ainda não é conhecida a forma de execução e financiamento, assim como o impacto orçamental deste programa.<br />
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Fotografia: <a href="http://www.gettyimages.com/detail/AB22201/Taxi">Stephen Simpson</a> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-44033117998306102942010-04-18T13:41:00.001+01:002010-04-18T13:43:38.833+01:00"Será [...] mais grave casar-se do que entrar no eléctrico?""Acha você que temos de estabelecer distinções entre os momentos graves e os não graves da vida? Será, por exemplo, mais grave casar-se do que entrar no eléctrico? […] Todos os nossos actos podem ser igualmente graves e só porque são actos: tudo é consequência de tudo, nenhum elemento se perde nesta máquina do mundo; ...tudo o que façamos se reflecte no que vem, é já mesmo o que vem. Como havemos de dizer que tal acção é grave, séria, que outra o não é?" <br /><br />- Agostinho da Silva, <em>Sete Cartas a um Jovem Filósofo</em> [1945], in <em>Textos e Ensaios Filosóficos I</em>, p. 243.Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-71774943778150267952010-04-16T21:09:00.001+01:002010-04-16T21:23:31.611+01:00Serge Latouche, porta-voz da filosofia do decrescimento<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_FcmAWGiljgI/S8jDBVSA5VI/AAAAAAAAAdE/mIz9LK0izyk/s1600/serge_latouche.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_FcmAWGiljgI/S8jDBVSA5VI/AAAAAAAAAdE/mIz9LK0izyk/s320/serge_latouche.jpg" /></a></div>Poucas pessoas gostam de ouvir falar em decrescimento ou diminuição do consumo, pois associam-nos a uma diminuição dos prazeres. Não obstante um número cada vez maior de pessoas infelizes e insatisfeitas na nossa sociedade, ainda acreditamos, porque é isso que nos é dito diariamente, que se não consumirmos o bastante, muito e mais ainda, nada somos. O Outro já ouviu comentários como: "Estou-me perfeitamente a borrifar para o que vai acontecer ao planeta ou às gerações futuras, pois não estarei cá para ver." Também existe disto, sim, e não é tão raro como alguns de nós, mais ingénuos, possamos pensar. No entanto, aqueles entre nós, e somos muitos, que se preocupam sim, talvez possam reflectir um pouco sobre o que tem a dizer sobre isto Serge Latouche, um economista e filósofo francês, com a sua filosofia do decrescimento. Segundo Latouche, <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Serge_Latouche"><i>é preciso descolonizar nosso imaginário. Em especial, desistir do imaginário económico (...) Redescobrir que a verdadeira riqueza consiste no pleno desenvolvimento das relações sociais de convívio em um mundo são, e que esse objetivo pode ser alcançado com serenidade, na frugalidade, na sobriedade, até mesmo em uma certa austeridade no consumo material, ou seja, aquilo que alguns preconizaram sob o slogan gandhiano ou tolstoísta de "simplicidade voluntária". </i></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por: Esther Mira</div><div style="text-align: justify;">Fonte: <a href="http://www.institutohipocrates.pt/index.php/medicinas-nao-convencionais/ecologia/230-serge-latouche-porta-voz-da-filosofia-do-decrescimento.html">Instituto Hipócrates de Ensino e Ciência</a><br />
<a name='more'></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nos últimos anos, o francês Serge Latouche converteu-se no porta-voz e na referência mais conhecida da filosofia do decrescimento, uma crítica construtiva ao paradigma dominante de crescimento ilimitado. Escritor, articulista e activista da simplicidade, Serge Latouche visitou recentemente Espanha e dedicou alguns minutos da sua apertada agenda à revista Integral.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">O movimento do decrescimento que representa nasceu em finais dos anos 70 a partir de pensadores críticos do desenvolvimento e da sociedade de consumo como Iván Illich, André Gorz, Cornelius Castoriadis ou François Partant, mas é hoje que sobressai mais do que nunca como um projecto social, económico e político perante a sociedade do perpétuo crescimento. E é assim porque são muitas as razões que no momento actual questionam a lógica do crescimento económico. Por um lado, sofremos uma crise de índole diferente (económica, financeira, ecológica, social, cultural...) e por outro, o aumento do nosso rendimento per capita nas últimas décadas aconteceu em paralelo com uma aparente diminuição do nosso grau de satisfação com a vida. Para dar um exemplo, só em 2005 os franceses adquiriram 41 milhões de caixas de antidepresivos, enquanto 49% dos norte-americanos assegurava que a felicidade está em retrocesso, ao passo que 26% considerava o contrário.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Existem razões suficientes, portanto, para rever de maneira profunda o actual modelo de progresso e ver se se converte em justiça e em felicidade para todos. Isto é essencialmente o que propõe Latouche através do movimento do decrescimento. "É um slogan provocador - sublinha o economista - que junta os ateus da religião do crescimento e os agnósticos do progresso com o objectivo de quebrar a linguagem estereotipada dos viciados em produtivismo."</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">O ponto de partida é o seguinte: as sociedades ocidentais viciaram-se no crescimento e na capacidade regeneradora da Terra, que já não pode responder às nossas exigências. O melhor indicador para calibrar esta desporporção é a dívida ecológica que mede a superfície do planeta necessária para manter as actividades económicas. Dada a actual população da Terra, para haver sustentabilidade considera-se que cada um de nós deveria limitar-se a consumir 1,8 hectares desse espaço bio-produtivo. Porém, para sustentar o nosso actual nível de vida (como europeus) necessitaríamos de 5 hectares por pessoa ao ano. Se todos os habitantes do planeta vivessem como nós, faltariam 3 planetas, ou 6, se tomássemos como referência o modelo de vida dos Estados Unidos. A maior parte dos países africanos, pelo contrário, consome menos de 0,2 hectares de espaço bio-produtivo, uma décima parte do planeta. Esta é a advertência que lança Serge Latouche: "Se daqui a 2050 não modificarmos esta trajectória, a dívida ecológica corresponderá a 34 anos de produtividade, ou a 34 planetas".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Gastar com bom senso</b></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Para reduzir a pegada dos nossos excessos, os defensores da visão de decrescimento preconizam produzir e consumir de maneira diferente. Perante o medo dos seus detractores, que põem as mãos na cabeça acreditando que decrescer significa voltar para traz até à Idade da Pedra ou à Idade Média, Latouche responde: para a Europa, voltar à pegada ecológica dos anos 70 não significa regressar às cavernas. Nos anos 70 comíamos igual ou até melhor que hoje. Agora consumimos 3 vezes mais petróleo e energia para produzir as mesmas coisas. A diferença é que o iogurte de hoje, por exemplo, não tem nada a ver com o iogurte que consumíamos há 30 anos. Os de antes faziam-se com a vaca do vizinho e os de agora fazem-se há distância de 9 mil quilómetros, sem contar que pagamos por outros serviços incorporados, como a embalagem, os pacotes, etc. A chave está em produzir e consumir a nível local além, é claro, de limitar a tendência actual para o hiper-consumismo."</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Contudo, cortar no nosso consumo não é a receita que governos e empresários insistem em prescrever-nos. "Os nossos governos - assinala Latouche - estão próximos da esquizofrenia porque sabem perfeitamente que o sistema caminha para o colapso. O sintoma mais evidente é a mudança climática, mas também a extinção acelerada de espécies, a propagação de doenças relacionadas com a contaminação e o declínio que a longo prazo implicará o fim do petróleo. O problema é que os políticos não são eleitos para mudar o sistema. O poder não lhes pertence a eles mas sim às grandes empresas internacionais que actuam como os traficantes de droga, alimentando o nosso vício pelo consumo para perpetuar assim a lógica do sistema. Não são capazes de imaginar outro modo de vida. O crescimento negativo que vivemos é dramático, mas há que o relativizar. Recebemos muita propaganda mediática com o objectivo de recomeçar e repetir os mesmos erros. Berlusconi, por exemplo chegou a dizer que devemos renunciar a Quioto para relançar a indústria automóvel. É claro que é preciso parar o desemprego, mas o primeiro passo na lógica do decrescimento seria reduzir o tempo de trabalho".</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Com efeito, partilhar o trabalho e aumentar os prazeres é uma das chaves na receita do decrescimento. Os seus pensadores advertem que não se trata de desmantelar o sistema de repente, mas de iniciar um processo de transição para reduzir certos sectores industriais - automóvel, militar, aviação e construção -, rever a durabilidade dos produtos, fragmentar o espaço monetário, recuperar a produção local, diminuir em dois terços o nosso consumo de recursos naturais e gerar mais emprego verde, entre outras mudanças possíveis. Trabalhar menos e de outra maneira pode significar, na óptica decrescente, reapropriar-nos do tempo, reavivar o gosto pelo ócio, recuperar a abundância perdida de sociedades anteriores e permitir o florescimento dos cidadãos na vida política, privada e artística, assim como no jogo ou na contemplação. " O que é absurdo é pedir a um trabalhador que faz 60 horas semanais que leia as 600 folhas do futuro Tratado Europeu. Isso é uma caricatura da democracia, ironiza Latouche. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Menos é mais</b></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Outra paródia é o conceito de crescimento ou desenvolvimento sustentável que tem estado no centro do discurso ambientalista dos últimos 20 anos. "É significativa a ausência de verdadeira crítica à sociedade de crescimento na maioria dos discursos ambientalistas que se ficam pela rama com explicações sinuosas sobre o desenvolvimento sustentável. Este desenvolvimento encontrou o seu instrumento favorito nos seus mecanismos de desenvolvimento limpo, tecnologias que poupam energia ou carbono sob a forma de eco-eficiência, mas continuamos no campo da diplomacia verbal porque o desenvolvimento sustentável, no fundo, não põe em causa a lógica suicida do desenvolvimento. O eco-crescimento - assegura Latouche - é objectivo do novo capitalismo Verde, do marqueting e do mediático. "</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">O decrescimento, pelo contrário, posiciona-se como uma mudança profunda de paradigma e como uma modificação das instituições que o desenham a favor de uma solução razoável: a democracia ecológica. Para ela já trabalham numerosos grupos locais que se auto-gerem para decrescer em toda a Europa e também novas iniciativas que se projectam na mesma linha.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">"Se eu decido reduzir o meu consumo de petróleo mas o meu vizinho não o faz, o resultado é que eu farei com que ele tenha mais petróleo para ele consumir e portanto não haverá uma mudança substancial importante a nível global. Por isso, sugere Latouche, são melhores as iniciativas colectivas, como os grupos de família que se organizam para que a escolha ecológica do colectivo diminua. Este tipo de experiências é muito mais interessante."</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Uma das propostas mais inovadoras é a que está englobada sob o movimento de Cidades em Transição, que começou em Inglaterra e Irlanda e que utiliza o conceito de "resistência" para valorizar a capacidade de um grupo ou de um sistema para resistir às mudanças à sua volta, tais como o fim do petróleo ou o aumento da temperatura. Na opinião do economista, " trata-se de reabrir o espaço para a inventividade e a criatividade dependendo dos valores e dos objectivos de cada sociedade. O decrescimento é um sonho de hoje, mas há que trabalhar para o converter na realidade de amanhã".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Os pilares do conhecimento</b></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">É preciso fazer frente à desmesura do sistema que se poderia traduzir na raiz "hiper-" de "hiper-actividade", "hiper-desenvolvimento", "hiper-produção", "hiper-abundância... Para o conseguir, o movimento do decrescimento propõe aplicar os oito "R":</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><b>Reavaliar.</b> Substituir os valores dominantes por outros mais benéficos. Por exemplo, altruísmo em vez de egoísmo, cooperação em vez de competência, gosto em vez de obsessão pelo trabalho, humanismo em vez de consumismo ilimitado, local em vez de global, etc...</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><b>Reconceptualizar.</b> Significa olhar o mundo de outra maneira e portanto outra forma de interpretar a realidade, que passaria por redefinir conceitos como os de riqueza - pobreza, ou escassez-abundância.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><b>Reestruturar.</b> Adaptar o aparelho de produção e as relações sociais em função da nova escala de valores.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><b>Relocalizar.</b> Produzir localmente os bens essenciais para satisfazer todas as nossas necessidades.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><b>Redistribuir.</b> Implicaria basicamente uma distribuição diferente da riqueza.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><b>Reduzir.</b> Fazer o possível por diminuir o impacto que têm na bio-esfera as nossas formas de produzir e consumir, além de limitar os horários de trabalho e o turismo de massas.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><b>Reutilizar e reciclar.</b> A melhor forma de parar o desperdício é alargar o tempo de vida dos produtos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Recuperar a inteligência do caracol</b></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Iván Illich, pensador austríaco e um dos teóricos do decrescimento, escreveu que o caracol constrói a sua concha somando, uma a uma, espirais cada vez maiores. Aí, detém-se bruscamente e começa a fazer voltas decrescentes. Uma só espiral a mais faria com que a concha fosse 16 vezes maior, sobrecarregando o animal. A partir daí, qualquer aumento da sua produtividade serviria somente para aliviar as dificuldades criadas por uma concha que crescera de mais. Nesse limite, os problemas de sobre-crescimento multiplicam-se em progressão geométrica, enquanto a capacidade biológica do caracol só pode , no melhor dos casos, seguir uma progressão aritmética. O decrescimento utiliza esta imagem como símbolo do seu ideário. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esther Mira</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6946205555640827808.post-51368561214348935582010-04-15T22:52:00.000+01:002010-04-15T22:52:03.045+01:00A beleza do gelo e do fogo na Islândia<div style="text-align: justify;">O vulcão que fez parar os aviões. Às vezes, é mesmo bom parar e apreciar estas imagens, só pela sua imensa beleza e grandiosidade.</div><br />
<object height="340" width="560"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/Zy4P51xmQF4&hl=pt_PT&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/Zy4P51xmQF4&hl=pt_PT&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="560" height="340"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com0