O artigo me fez lembrar sobre minhas experiências gerenciando times. Eu comecei em empresas pequenas. Nestes lugares minhas responsabilidades incluíam gerenciar pequenos times. Após um hiato trabalhando para empresas grandes eu acabei voltando a “ter meu time ” na Globo.com. Hoje em dia boa parte do que eu faço é gerenciar equipes, incluindo não apenas desenvolvedores mas todas as competências relacionadas ao desenvolvimento de software.
E uma das coisas que eu aprendi é exatamente o que este artigo diz. Para mim, a primeira obrigação de um líder de equipe —ou chefe, ou algo do tipo—é formar uma excelente equipe. A segunda obrigação é deixar este povo trabalhar em paz, sem interrupções desnecessárias.
Quando comecei na Globo.com desenvolvedores no meu time estavam acostumados a comparecer a diversas reuniões por semana. Eram reuniões internas da equipe, com outros departamentos… Naquela época nosso time ficava situado num prédio diferente do resto da empresa, o que fazia com que para cada reunião houvesse um gasto extra de uns 30/40 minutos em deslocamento.
Mudar cultura é algo sempre complicado e eu falhei diversas vezes em conseguir convencer as pessoas de que havia algo muito errado nisso. Existem momentos, entretanto, onde você pode pedir e deve carta branca. No caso do antigo time, esta ocasião foi o lançamento do GloboVideos 4.2, que é basicamente a versão que se encontra no ar ainda hoje, mais de três anos depois daquele projeto.
O time havia passado maus bocados no lançamento do GloboRádio, nosso projeto anterior. Por diversos motivos nós trabalhamos todos os fins-de-semana por um mês e meio. Para o novo projeto eu pedi à gerencia carta branca para tentar algumas coisas diferentes e deixei claro que não me comprometeria com o prazo se tivesse que trabalhar com as limitações do projeto anterior.
O pedido foi aceito e uma das mudanças que implantamos foi uma metodologia mais ágil (a primeira vez que a empresa viu um Story Wall na vida foi a cartolina improvisada que colamos no nosso rack de servidores de desenvolvimento). Uma outra foi ser mais seletivo com reuniões, especialmente reuniões que exigiam o time todo.
Nas primeiras duas semanas do projeto eu pareei com o Tiago Motta desenvolvendo o embrião do framework de widgets que desenvolvemos para o site (que eventualmente virou caso de estudo). Depois de definido um bom rascunho do framework e da nossa API de WebServices eu , praticamente, passei a atuar como porteiro para o time.
A cultura que implantamos nunca foi formalmente definida, mas alguns pontos estavam em nossas cabeças:
O grande problema para mim em seguir esta estratégia foi como me manter por dentro da parte técnica. Por gastar tanto tempo em reuniões, quase sempre infrutíferas, eu tinha pouquíssimo tempo para chegar na minha mesa, atualizar meu computador com o código-fonte e dar uma olhada nos commits do dia. Eu tive que investir muito tempo extra para, geralmente em casa, entender onde estávamos e ajudar as pessoas com a visão de para onde queríamos ir. Se pensarmos que este projeto introduziu diversas tecnologias novas na empresa (Memcached, Server-side JavaScript, Widgets, REST…) isso era uma preocupação constante na minha cabeça.
Para o time na era fácil acumular as coisas que queriam conversar comigo para discussão em lotes. Por sorte nós conseguimos montar um time fabuloso antes do projeto iniciar; as pessoas conseguiam, de fato, trabalhar e decidir muita coisa em conjunto e compartilhavam a mesma visão para o produto e a arquitetura.
Essa experiência moldou a forma com que lido com meus times. No início de um desenvolvimento (ou no início do processo de refactoring, caso o trabalho que esteja fazendo seja a recuperação de um projeto que está indo mal) eu passo a maioria do tempo escrevendo código e lidando com problemas técnicos. Depois de algum tempo, talvez uma ou duas iterações, eu passo a dedicar a maior parte do tempo à não deixar desenvolvedores (e testadores, e analistas, e etc.) desperdiçarem o deles em coisas sem valor real.
Isto é central à maneira como eu vejo liderança em times de desenvolvimento. O primeiro problema que, como líder, me preocupo é o ciclo de feedback imediato, as coisas que fazem com que o desenvolvedor perca tempo para escrever código. Com este problema remediado –geralmente seguindo uma destas estratégias– eu passo a focar mais no próximo ciclo de feedback, e no próximo… Estes ciclos foram melhor explicados
na minha apresentação do Caelum Day 2009.
É duro para alguém que gosta do que faz pensar que liderar uma equipe de desenvolvedores significa ter pouco tempo para escrever código mas, no final, o que você precisa ter na cabeça é que é há muito mais valor em capacitar o seu time do que em qualquer peça de código que você consiga escrever sozinho.
]]>Numa das atividades que realizamos periodicamente na TW, o Lunch’n’Learn, o Danilo Sato nos contou um pouco sobre como foi a experiência de desenvolver o (excelente) sistema de avaliação de propostas para a conferencia.
Durante o evento eu fiquei basicamente o tempo todo no stand da ThoughtWorks. Foi muito bom poder conversar com as pessoas e entender como as estão experimentando e trabalhando com métodos ágeis pelo Brasil afora.
A impressão geral é de que existe muita energia em torno das abordagens, mas o mercado ainda patina muito. A diferença maior entre o que vejo no Brasil e por outros lugares do mundo é que no Brasil não existe um numero suficiente de pessoas experientes com estas metodologias para atender à demanda nacional e, devido à carência de pessoas que falam inglês no país, não é fácil trazer pessoas de fora.
Infelizmente isso acaba ajudando a proliferação de charlatões cuja única credencial é um saco de certificações vazias. Muita gente afirmando que possui x mil anos de experiência em projetos ágeis, mas que esquecem de informar à clientela que 90% destas horas são dando treinamentozinhos onde bolinhas de tênis são jogadas por aí e apenas 10%, se isso, entregando sistemas. Bom, tomara que isso seja apenas uma fase.
Sobre apresentações, uma coisa que me deixou chateado no evento foi o fato de que tive duas propostas rejeitadas. O que me irritou foi o fato de que não foram rejeitadas pelo seu conteúdo mas apenas porque:
Infelizmente, pela regra de apenas uma sessão por autor, essa palestra
foi rejeitada.
A sessão que foi aceita não era exatamente uma proposta minha. O Rodrigo Yoshima havia me pedido para fazer uma participação em seu workshop sobre modelagem ágil e meu nome entrou como segundo autor neste.
O workshop em si foi bem legal. A demanda foi absurda, provavelmente mais de 3x o numero de lugares disponíveis. O Rodrigo conduziu sua atividade típica de modelagem e, ao final, eu fiz uma mini-palestra sobre como funciona modelagem ágil na maioria dos projetos na ThoughtWorks.
Mas este foi o meu único probleminha. De resto tudo foi excelente, certamente um dos melhores eventos que existem por aí.
]]>Mas como se faz isso em um ambiente corporativo? Sinceramente, não é muito difícil. A coisa mais importante é ter as pessoas ideais. Existem pessoas que trabalham de nove às cinco, e não existe problema nenhum em fazê-lo. Eu, entretanto, prefiro trabalhar com gente apaixonada pelo que faz. Gente apaixonada têm o privilégio de ter como hobby sua própria profissão. Dado este tipo de gente, basta você criar a oportunidade.
A minha experiência neste tipo de cenário começou com o que aprendi com o Antônio Carlos Silveira, que é meu grande mentor em anti-corporativismo. Quando trabalhávamos na Globo.com, a vida era uma eterna disputa entre dançar a dança tentando não cair no corporativismo das requisições de mudança, Jiras e PMAs. Das lições mais importantes que aprendi com o Toninho, uma das que mais ficou pode ser resumida em: você pode ter vestir uniforme de marinheiro mas ainda é um pirata.
E nós tentamos várias coisas, e falhamos miseravelmente em quase todas. Como exemplo, nosso time iniciou um projeto piloto para copiar os (míticos) 20% livre do Google. Sexta-feira a tarde os desenvolvedores eram livres para fazer o que quiser, seus projetos pessoais. Essa foi uma iniciativa capitaneada pelo Danilo Bardusco que, antes de ser promovido à gerente do lojinha fazia parte da finada equipe de Webmedia da Globo.com, certamente o melhor time com que já trabalhei na vida e cuja maioria dos membros são grandes amigos até hoje.
Todas as idéias que surgiram nestes projetos falharam de uma maneira ou de outra. A maioria não foi para frente por motivos técnicos/motivacionais (i.e. fogo-de-palha) e alguns chegaram a ter implementações completas mas não foram pro ar porque o pessoal de negócios não achou a idéia atraente.
Fracasso? Perda de tempo? Muito pelo contrario. O clima na equipe mudou de uma maneira tão brusca que parecia outra empresa. Quando entrei na Globo.com, em 2006, a Webmedia era, basicamente um departamento de uma grande empresa. Entravam requisitos e saia código. Após esta e muitas outras iniciativas como a adoção oficial de métodos ágeis –é bom notar que nós, na Webmedia, nunca fizemos Scrum de fato. E eu me orgulho muito disso.— o clima mudou completamente. A equipe passou a ter um clima muito diferente, bem mais próxima de uma startup do que de uma empresa de três letras. A coisa foi tão bem sucedida que o que você vê de Globo.com é uma tentativa de espalhar esta cultura.
Nos últimos dias eu tenho experimentado uma proposta parecida. Aqui na ThoughtWorks nós temos o eterno problema de tentar conciliar crescimento com qualidade e inovação. Como fazer para estimular pessoas que já trabalham em projetos para clientes para que não percam a motivação?
Algumas mentes tiveram uma ótima idéia: um concurso. Todos os ThoughtWorkers da Austrália são convidados a formar grupos e desenvolver uma aplicação para o iPad. O grupo vencedor leva dois iPads.
Parece algo bobo, mas será? Um iPad em Sydney custa por volta de AUD$1.000.00. Com descontos corporativos e uma série de benefícios fiscais que o governo fornece você consegue comprar o modelo mais caro por uns AUD$700.00. A maioria dos meus colegas ou já comprou um iPad ou está esperando a segunda geração, ninguém está contando com o prêmio em si. Por que as pessoas entrariam na competição?
Porque é divertido. Lembra de como eu falei que as pessoas que eu gosto de trabalhar misturam trabalho e diversão? Pois é. A foto abaixo mostra o Fábio Lessa e o Ben Barnard num domingo em pleno escritório:
O que é necessário para que este tipo de comportamento aconteça? Do mais importante nós já falamos: pessoas interessadas. A segunda coisa é suporte material. No caso do Fábio e do Ben, a empresa oferece algumas coisas que motivam alguém a ir para o escritório no Domingo aprender uma nova tecnologia:
Mas por que a empresa oferece isso? Porque é boazinha e quer que todo mundo seja feliz? Não exatamente. A ThoughtWorks é uma consultoria, nós fazemos questão de nos diferenciarmos de outras empresas do ramo pela nossa qualidade. O concurso do qual estou falando vai ser decidido por uma banca de juízes. Nesta banca estão as pessoas de vendas da empresa.
A idéia não é apenas que um bando de desenvolvedores se junte e gaste alguns domingos bebendo cerveja de graça e esmurrando o teclado; a idéia é que criemos algo útil. Os times são estimulados a tentar focar em um dos nossos atuais clientes, pensar em um produto que possa ser interessante para os problemas que estes possuem.
A realidade Australiana é, certamente, bem diferente da Brasileira mas isso não quer dizer que algo do tipo não seja viável. Substitua iPads por HTML5 e você tem um programa muito parecido e com custo bem baixo, por exemplo.
E, como no caso da Globo.com, ainda que nada saia destes projetinhos seu papel já foi cumprido. Nós queremos que nossos consultores se interessem cada vez mais por tecnologia. Nós queremos que nossos clientes entendam que somos especialistas em tecnologia.
Nós queremos inovar. Sempre.
]]>A timidez me trouxe muitas coisas ruins mas também moldou meu comportamento de algumas formas que considero benéficas. Uma das conseqüências da timidez é que eu sou bem ruim em convencer os outros de alguma coisa. Isso é horrível em diversos cenários, mas uma coisa boa é que eu aprendi que antes de tentar convencer alguém é melhor ter meus argumentos, provas e protótipos prontos.
E, felizmente, durante a minha vida eu encontrei muitas pessoas com um comportamento parecido –ainda que, na maioria das vezes, não gerado por timidez mas sim por algum outro motivo. Especialmente, eu vi diversas vezes e espero continuar vendo o impacto que um time de “fazedores” tem em uma organização.
O cenário é sempre igual. Determinado lugar, seja um dos meus clientes atuais ou alguma das empresas para quem já trabalhei, possui um grupo de pessoas de alto prestígio dentro de casa. Infelizmente estas pessoas não entregam nada há anos, eles apenas vivem de política. Por algum motivo é formado um time com pessoas que se preocupam mais com fazer do que falar. Este time acaba entregando em uma cadência bem superior do que o melhor dos times antigos. A empresa fica feliz, os gestores resolvem espalhar a “cultura do fazer” (que sempre toma um nome mais buzzwordy como “agile”, “lean”, “times auto-geridos”, “gestão 2.0” ou coisa que o valha).
O problema é que a cultura do fazer não escala muito bem. As pessoas que preferem fazer à falar são chamadas pela diretoria e se pede a eles que ajudem a espalhar a boa nova para toda a organização. Neste ponto, em minha experiência, o time original se divide em dois.
O primeiro grupo é formado por pessoas que vêem na oportunidade um reconhecimento de que, finalmente, atingiram o nível de “ninja” –ou qualquer outro nome saído de algum desenho animado que os desenvolvedores superstar resolvam usar—e sua missão agora é virar alguma espécie de evangelista. Estas pessoas, então, passam a maior parte do seu tempo falando, e quando fazem alguma coisa estão ou trabalhando em algum projeto para reinventar a roda ou atrapalhando a vida de alguém com alguma de suas idéias brilhantes.
O outro grupo até tenta entrar na roda. Eles vão às primeiras reuniões, aos coding dojos e aos outros eventos. Eventualmente eles percebem no que estão entrando. Eles percebem que, se ficarem ali, sua vida mudará. Eles entendem que seu novo cargo não é nem um pouco diferente daquelas antigas “pessoas de alto prestígio dentro da empresa”. Possivelmente eles descobrem que tais pessoas foram, um dia, fazedores. Que estas pessoas foram convertidos de fazedores para peso-morto em um processo parecido com o que se está iniciando.
E então ocorre algum cisma. O primeiro grupo, dos desenvolvedores hax0r-evangelista-superstar-ninja-estrelinha-blogueiro-palestrante-modelo-atriz-manequim fazem da torre de marfim sua nova casa. Os desenvolvedores do segundo grupo voltam para sua caverna e tentam continuar trabalhando em paz.
Eventualmente o grupo dos ninjas começa a contratar pessoas com uma opinião parecida com a sua própria. Em pouco tempo a empresa está tomada por um estilo que um amigo costuma chamar de “awesome, dude!” (em uma voz de americano que acabou de fumar alguma coisa estranha).
Existem alguns benefícios, claro. Os problemas históricos da empresa são, geralmente, trabalhados. O problema é que ao invés de resolver o problema o time awesome está mais interessado em usar as novas ferramentas ninja. Se a ferramenta ninja não possui o necessário para resolver o problema é melhor ainda, eles podem usar suas maravilhosas habilidades awesome para desenvolver o necessário –ainda que isso signifique fazer a organização pagar um custo absurdo para desenvolver infra-estrutura em casa quando existem centenas de alternativas consolidadas e amplamente disponíveis, ainda que não sejam ninja.
Apos algum tempo as coisas começam a ficar engraçadas. O clã dos ninjas perde prazo atrás de prazo, entregando novas rodas ao invés de valor de negócio. Quando a coisa começa a apertar, o clã lança uma bomba de fumaça e some na escuridão; sua fama no meio awesome-ninja-modelo-atriz-manequim já o garantiu um outro emprego de evangelista ou coisa parecida em outro lugar. Todos os filhotes de ninja ficam perdidos. Lideranças alternativas aparecem e guerras internas sobre o que, afinal, significa ser awesome destroem a produtividade. Plataformas são reescritas a cada quinze dias.
De repente, alguém repara que o único time que anda entregando algo é o time daquele povo que fazia parte do grupo de fazedores original mas recusou-se a converter em ninja awesome. Alguém resolve visitar a caverna destas pessoas e descobre o que restou deles lá dentro, no escuro, isolado das ondas de hype. Usando ferramentas e técnicas que fora banida pelos ninjas há muito.
Infelizmente nem todos estão ali, alguns já desistiram e foram para outras organizações. E, nestas organizações, eles vão eventualmente encontrar outro grupo de fazedores. E vão entregar software de qualidade e no prazo. E vão ser chamados pela gerencia para espalhar a boa nova pela empresa. E o ciclo se repete.
]]>As propostas estão disponíveis no site e o público pode fazer comentários. Minhas submissões:
Ele era o centro das atenções. Nenhuma classe era criada sem a sua aprovação. Nenhuma biblioteca era introduzida sem que ele homologasse. Nada entrava ou saía sem a sua verificação. Seus diagramas formavam o livro sagrado do sistema, se o sistema não reflete o diagrama então os desenvolvedores devem ser punidos, obviamente eles não entender seu Grande Plano para Tudo™.
E daí veio este tal de agile. Não apenas introduziu práticas de qualidade duvidosa (duas pessoas, um computador? Sério?) mas também quer eliminar seu papel de visionário. Como um time poderia funcionar sem a visão inpiradora? Como um mero desenvolvedor pode decidir o que é melhor para um projeto onde são investidos milhões?
Pior ainda, o que o líder faz agora que não existem mais diagramas para desenhar?
Tudo parecia muito simples. Os cartões vão na parede, os times se auto-gerenciam, o tal do Product Owner escreve nos cartões, o time faz retrospectiva… Tantos casos de sucesso por aí, tantos sorrisos e tapinhas nas costas…
Por que está dando tão errado aqui? Por que está fazendo da minha vida um inferno? Por que meu time não está aumentou a produtividade? Por que meus produtos continuam sendo uma porcaria? Por que parece que ninguém sabe o que está acontecendo?
Este é o saco de dúvidas que tenho encontrado por aí.
A maioria vai achar que basta seguirmos os 12 passos do programa e, eventualmente, as coisas vão entrar nos eixos. A maioria acha que basta demitir os gerentes de projeto e colocar coisas coloridas na parede. A maioria acha que basta escrever testes e seu código vai ter qualidade. A maioria acha que basta quebrar casos de uso em histórias e você terá melhor comunicação.
A maioria vai falhar miseravelmente.
Nos últimos anos tenho gasto uma boa parte do meu tempo tentando fazer clientes entender que não importa a cor do cartão na parede, não importa a sua plataforma de desenvolvimento, não importa se você usa cruise ou hudson, não importa se retrospectivas são quinzenais ou mensais… a única coisa que importa nesses tais métodos ágeis é termos ciclos de feedback curto.
Nesta sessão vamos conversar sobre alguns cenários, todos baseados em projetos reais, e no que pode ser feito para tirar o pseudo do seu agile.
E, além das duas palestras, o Rodrigo Yoshima me convidou para ajudá-lo no seu workshop de modelagem:
Reconheça! Você não sabe modelar! Iniciando Projetos Ágeis
]]>Neste workshop prático vamos simular o planejamento inicial de um projeto ágil utilizando as mais variadas técnicas de modelagem como Domain-Driven Design, CRC Cards, User Stories, Paper Prototyping e Brainstorming.
Ajude o cliente a compreender melhor o problema, melhorando seu planejamento e auxiliando as suas estimativas. Um bom modelo ou protótipo serve como uma simplificação de algo complexo, uma abstração útil para o desenvolvimento do projeto. Em projetos ágeis a modelagem está presente, porém, ao invés de uma modelagem solitária numa ferramenta UML, equipes ágeis inovam em colaboração, usando artefatos simples numa dinâmica divertida.
Host: ThoughtWorks Brazil
Date: Saturday, 30 January 2010
Time: 09:00 - 13:00
Location: Mercure Botafogo, Sala Petrópolis, Rua Sorocaba, 305- Botafogo
Description
ThoughtWorks is hiring in Porto Alegre. We recognise that not everyone’s lucky enough to live there yet, so we’re giving people in Rio the opportunity to find out more about us and to take our assessments :-)Please note that we do not currently have plans to open an office in Rio. Please only come to this event if you are serious about relocating to Porto Alegre in the next couple of months. I will beat you with twigs if you come along and don’t want to relocate.
ThoughtWorks’ hiring process includes some assessment tests. Many ThoughtWorkers consider them fun, although they are challenging. We’re running some sessions for you to take them and to give you a chance to find out more about ThoughtWorks.
We are currently hiring Java developers and testers with automation experience. To be considered for a developer role, you’ll need to convince us that you’re already a pretty good Java/Ruby/C# developer who’s passionate about software development, team work and Agile development. Testers can come from a variety of backgrounds, but you’re going to be open-minded about a whole new way of testing.
While we usually start our hiring process with a telephone interview, we’re mixing it up a bit and giving people the opportunity to take our assessments first. The next stage, for developers, is to write some code and testers will do a telephone interview.
If you haven’t already, please send your CV to work@thoughtworks.com and questions to suzi@thoughtworks.com, or post on here. You only need to attend one event, and numbers are limited to 25 people per session. It would be great if we know in advance that you are coming. So, if you plan to attend, either accept on here or email me.
Mais detalhes na página do Facebook do evento. Você deve ir na página e dizer que vai para prepararmos o evento, qualquer dúvida me mande um email.
Infelizmente eu não vou ter muito mais que algumas horas para ficar no Rio, mas vai ser uma ótima oportunidade para conhecer e bater um papo com as pessoas que têm interesse em trabalhar para a ThoughtWorks. Não perca esta oportunidade!
]]>Paulo Silveira surgiu com o termo BOLOVO, usado para indicar uma arquitetura baseada em VOs e BOs, enquanto preparávamos os slides para nossa apresentação em conjunto no JustJava em 2007.
O artigo original sobre BOs e VOs fala basicamente sobre como a arquitetura proposta por EJBs na especificação antiga (2.x) prejudicou o entendimento da comunidade em geral sobre como criar a aquitetura de uma aplicação.
Três anos se passaram mas o artigo ainda recebe um numero de acessos razoável –e eu vivo prometendo que vou atualizá-lo. A última vez que tive que escrever um EJB 2.x foi em 2007, desde então –talvez por sorte- nunca mais entrei em um projeto que usasse estas aberrações. Muitos programadores de hoje em dia começaram suas carreiras na época que EJB já estava morrendo e nunca tiveram o desprazer de lidar com esta porcaria. É de se esperar que estas pessoas, tendo estado sempre cercado por IoC, DDD e técnicas bem razoáveis, iria olhar para um artigo como o que escrevi da mesma forma que eu olho para um livro de linguagem de máquina para Apple II –interessante no contexto histórico mas quase que apenas uma curiosidade.
Vira e mexe, entretanto, eu sou lembrado do porque o artigo ainda recebe tantas visitas todo dia. Os programadores mais novos podem não ter sido influenciados pelos problemas dos EJBs mas ele ainda foram ensinados à programar de uma só maneira: código procedural.
Quando estava preparando a primeira iteração do workshop de Domain-Driven Design que faço em parceria com a Caelum eu escrevi um texto para explicitar meu raciocínio sobre como Domain-Driven Design se difere de Orientação a Objetos. No workshop em si eu dediquei boa parte da manhã falando sobre este tema.
E por quê? Porque da mesma maneira que as pessoas utilizavam os conceitos de EJB completamente fora de contexto o mesmo está acontecendo com Domain-Driven Design. É bem comum, em uma conferencia ou algo do tipo, alguém vir conversar comigo sobre como a empresa dele está eliminando todos os BOs e VOs. No meio da conversa a pessoa começa a me explicar a arquitetura e eu vejo que praticamente o que eles fizeram foi renomear UsuarioBO para UsuarioService e UsuarioVO para Usuario. Repositórios, então… estes são tão mal utilizados que deram origem à vários textos aqui:
Independente do uso de DDD e seus padrões ou não eu realmente esperaria que, em 2010, as pessoas já houvessem entendido como objetos deveriam ser criados. A quantidade de material disponível gratuitamente na Internet e em múltiplos idiomas é ridiculamente grande.
Me levou muito tempo para entender que não importa a quantidade de material disponível. Em minha experiência, a maneira mais eficiente de introduzir estes conceitos é programação em par. Quando um cliente me chama para introduzir estes conceitos em seu time eu sempre tenho que tentar explicar porque isso não pode ser apenas um treinamento. Ë difícil de entender porque eu posso treinar alguém em algo complexo como uma linguagem de programação mas não em uma técnica com mais de 40 anos que exige como pré-requisito nada mais que conceitos lógicos básicos. Eu, pessoalmente, não faço a menor idéia do porque as coisas são assim, só sei que o são.
Normalmente eu começo o trabalho com uma apresentação rápida, apenas para tentar fazer as pessoas entenderem o que diabos eu vou tentar fazer. Um exemplo de uma destas apresentações:
E logo depois começamos a parear. O ideal é termos pelo menos 1 coach para cada dois pares, mas nem sempre este número é viável. Quando a quantidade de pessoas exceed muito a quantidade de coachs a melhor solução parece ser pareamento promíscuo, mudando os pares em intervalos bem curtos de tempo.
Nestes últimos anos eu tive diversas oportunidades de reencontrar clientes e parceiros depois da conclusão do projeto ou treinamento. Na minha experiência os times que tiveram apenas treinamento retêm apenas uma ou outra coisa do todo, eles entendem o todo mas não conseguem aplicar na prática –e aí mora o perigo do Domain-Driven BOLOVO. Os times onde utilizei coaching como meio de transmissão de conhecimento tendem a ser o contrario: eles usam as técnicas no dia-a-dia mas não entendem o todo. Ao não entender o todo eles não conseguem evoluir alem do que o que lhes foi passado durante aquele período.
É de se esperar que o primeiro grupo seja mais valioso para um empregador. Na prática, entretanto, não parece ser o caso. Um treinamento, um livro, etc. podem curar a deficiência do segundo grupo e tendem a ser bem mais baratos e eficientes que gastar dinheiro com um consultor que cobra por hora. O grande benefício que o consultor vai te trazer é que ele sabe –ou deveria- como utilizar aqueles conceitos na prática. O melhor uso do consultor neste caso é trabalhar com o time no dia-a-dia e realizar pequenas sessões de treinamento –no meu caso geralmente isso significa 20 minutos por semana- conforme necessário.
]]>Quando começamos a pensar em montar um escritório da ThoughtWorks no Brasil nós sabíamos que este tipo de coisa ia acontecer. Não só é muito difícil achar bons candidatos para entrar no nosso time local – e se você tem que recrutar pessoas sabe que isto é um problema bem comum – mas também, mesmo se preenchermos todas as nossas vagas em um só dia estes novos ThoughtWorkers ainda precisam de algum tempo de casa para trabalhar em posições mais delicadas, como fazendo coaching, que é o caso.
Mas… e você com isso? Pois é aí que você entra!
Ainda estamos recrutando. A Suzi Edwards – que foi quem fez meu processo de seleção e contratação quando morava na Austrália – vem organizando diversos eventos de recrutamento por todo o pais. Por que tantos eventos? Porque não é fácil achar bons candidatos, vocês se escondem muito bem. Além disso, a última coisa que nós queremos é perder a chance de contratar um bom candidato só porque ela ou ele não pode ir à Porto Alegre fazer suas entrevistas.
O próximo grande evento será em São Paulo dia 23 de Janeiro. Você precisa se informar que vai (RSVP) na página do evento no Facebook para participar – a Suzi precisa ter uma idéia de quanta gente esperar.
A parte mais importante, entretanto, é que o recrutamento é focado em pessoas de São Paulo (assim como outros lugares do pais terão sua vez) mas a vaga é para Porto Alegre. Colando do Facebook:
ThoughtWorks is hiring in Porto Alegre. We recognise that not everyone’s lucky enough to live there yet, so we’re giving people in Sao Paulo the opportunity to find out more about us and to take our assessments :-)
Please note that we do not currently have plans to open an office in Sao Paulo. Please only come to this event if you are serious about relocating to Porto Alegre in the next couple of months. I will beat you with twigs if you come along and don’t want to relocate.
ThoughtWorks’ hiring process includes some assessment tests. Many ThoughtWorkers consider them fun, although they are challenging. We’re running some sessions for you to take them and to give you a chance to find out more about ThoughtWorks.
We are currently hiring Java developers and testers with automation experience. To be considered for a developer role, you’ll need to convince us that you’re already a pretty good Java/Ruby/C# developer who’s passionate about software development, team work and Agile development. Testers can come from a variety of backgrounds, but you’re going to be open-minded about a whole new way of testing.
While we usually start our hiring process with a telephone interview, we’re mixing it up a bit and giving people the opportunity to take our assessments first. The next stage, for developers, is to write some code and testers will do a telephone interview.
If you haven’t already, please send your CV to work
thoughtworks.com and questions to suzi thoughtworks.com, or post on here. You only need to attend one event,and numbers are limited to 25 people per session. Iit would be great if we know in advance that you are coming. So, if you plan to attend, either accept on here or email me. To pre-empt some questions:
I am not available at those times. Can I still meet you?
We’re running three sessions and these will keep us busy, so we’re unable to accommodate requests for meetings outside of these times.
I’m away this weekend. When will you be back?
Not sure, but don’t stress. We’ll be back soon.
If I do not live in Sao Paulo, should I fly to this event?
Nope. We’re getting organised on coming to other cities. We don’t suggest people spend money on flying to cities for assessments.
When are you coming to Rio?
Very soon :-)
I am looking to be a Project Manager. Can I come along?
Not recommended. We are not hiring Project Managers at the moment.
Can I tell my friends and pass this along?
Of course!Our assessments take about three hours and we will be running three sessions this weekend.
Mudar de cidade pode ser algo muito brusco, mesmo que seja para uma cidade próxima. O que é preciso entender, no entanto, é que o único modo de não cair no mesmo lugar é mudar o caminho tomado. E muitas vezes na vida precisamos fazer esta mudança bruscamente.
Te vejo no Away Day.
]]>Um showcase acontece geralmente no último dia de uma iteração. Ele serve para que o time apresente aos interessados –usuários, patrocinadores, pessoas não diretamente envolvidas no projeto, etc.- o que foi feito nesta iteração.
Eu costuma lidar como showcases como o momento onde o time e o usuário interagiam, onde o usuário via o produto final como um todo, dava feedback para o time e aprovava ou rejeitava histórias.
Péssima idéia. Todos os pontos acima são extremamente importantes mas eles não devem acontecer durante o showcase e sim durante toda a iteração.
O maior problema ao utilizar o showcase como único/principal ponto de interação é que você acaba tendo um big-bang feedback. Ao invés de colher feedback iterativamente no decorrer do período, de uma maneira que o time possa agir para consertar possíveis problemas, você recebe feedback em lote sobre tudo que foi feito naquela iteração de uma só vez. Não só isso pode significar excesso de informação bem como certamente vai frustrar o time e, principalmente, o usuário já que quando o feedback chega já é o fim da iteração e tarde demais para agir. Fica para a próxima.
E um problema parecido é o planejamento em big-bang, coisa que muita gente faz no seu Iteration Planning Meeting (IPM, ou Sprint Planning I & II se você realmente vai continuar insistindo). Em muitas equipes que conheço este é basicamente o único momento onde se planeja e prioriza uma iteração.
Combinando os dois problemas você tem um cenário extremamente frustrante: o usuário faz um grande planejamento, sai por duas semanas e volta para ver se seu plano foi cumprido. Se o time não conseguiu fazer tudo que ali estava definido o usuário fica frustrado e começa a desconfiar de tudo e de todos. Este tipo de situação é péssimo para qualquer tipo de empresa mas para nós, consultores, ele é simplesmente inaceitável.
O que eu aprendi com os mais experientes gerentes de projetos que já trabalhei é que em um showcase não podem haver surpresas. O cliente deve dar feedback sobre cada história e acontecimento individualmente, e durante a iteração. Na minha palestra no Rio mês passado eu falei brevemente sobre o “modelo do sanduíche”, melhor explicado aqui. Esta é a melhor maneira que eu conheço para ter certeza de que não haverão surpresas durante o desenvolvimento: para cada história -individualmente!- o usuário planeja junto com o time o que vai ser feito e depois verifica e aprova ou rejeita o resultado.
É claro que isto funciona melhor quando o cliente está presente o tempo todo, mas isto não é estritamente necessário. Se você possui um cliente fisicamente distante pode procurar outras maneiras de receber feedback frequente, coisas simples como fazer deploy constante para um servidor e mandar um email para o usuário pedindo para ele testar uma nova história neste ambiente. Só tenha certeza que seu usuário viu, aprovou e está ciente dos possíveis problemas e eventuais workarounds antes do showcase. É melhor isso do que criar um banho de sangue quinzenal.
Um showcase deve ter foco em mostrar para todas as partes interessadas o progresso feito, nunca em aprovar ou rejeitar histórias. Re-lembre a todos de onde viemos, onde estamos e para onde vamos. É claro que num projeto sadio sempre vai haver feedback vindo de múltiplas partes durante esta sessão, e isto é bom, mas um showcase não deve ter foco em receber feedback mas sim mostrar a evolução do projeto.
Existe todo um movimento de pessoas que prega que iterações são ruins. Um dos argumentos utilizados por esta escola de pensamento é exatamente de que o feedback em uma iteração tende a ficar apenas nos intervalos, não sendo frequente o suficiente. As pessoas vão para um modelo sem iterações e dizem que estão “livres da cerimônia” e que agora feedback e valor fluem o tempo todo. Bom, talvez o problema não seja com iterações em si mas sim na maneira como você as modela…
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